Cairo, 30 out (Prensa Latina) O diretor da famosa universidade egípcia de El Azhar está sendo feito refém hoje por estudantes islamistas que demandam a reinstalação do derrocado presidente Mohamed Morsi, no quarto dia consecutivo de protestos.
Funcionários do escritório do diretor também estão retidos, enquanto as forças de segurança da instituição tentam conter outros manifestantes.
Os estudantes, partidários da ilegalizada Irmandade Muçulmana (IM, islamistas) egípcia, asseguraram que a Polícia do prédio universitário disparou jato d’água contra eles enquanto estavam reunidos em um protesto pacífico de condenação ao Governo interino, apoiado pelas Forças Armadas desde 3 de julho.
As universidades de Al Azhar, no distrito capitalino da Cidade Nasser, e a do Cairo, na vizinha província de Giza, no sul, têm sido palcos de manifestações violentas, dispersadas pela polícia antimotins com gases lacrimogêneos e balas de borrachas.
Meios da imprensa oficial declararam que os manifestantes foram impedidos de chegar à mesquita de Rabaa El Adawiya, na Cidade Nasser, e à praça An Nahda, em Giza, para reinstalar acampamentos de protesto, similares aos dispersados à força em ambas localidades no dia 14 de agosto por agentes do Exército e da Polícia.
Em um comunicado na última hora, fontes oficiais disseram que servidores públicos de Al Azhar pediram às Forças Centrais de segurança para entrarem no campus e restabelecer a ordem.
O agravamento dos conflitos entre manifestantes e forças da ordem antecede em poucos dias o início, no próximo 4 de novembro, do julgamento contra o presidente Morsi e membros da cúpula da IM, acusados de incitação à violência, ordenar a morte de opositores e causar severos danos à economia.
A Coalizão Nacional de Defesa da Legitimidade, uma aliança de entidades islamistas presidida pela IM, convocou protestos nacionais para os dias de julgamento contra o presidente.
lac/msl/es
Fonte: Prensa Latina