Manifestações e confrontos marcam o leilão do Campo de Libra

leilão_foto leo carrato_midia_nininja

Integrantes de movimentos sociais, estudantes, professores, petroleiros, black blocs e vários outros indignados realizam ato de protesto nas proximidades do Hotel Windsor Barra, na praia da Barra da Tijuca (Rio de Janeiro), desde a manhã desta segunda-feira (21), onde aconteceu às 14h o leilão do Campo de Libra, maior campo de petróleo do Brasil.

Mesmo com todos os protestos, greves e reclamações o leilão foi realizado em cerca de 50 minutos e teve como vencedor um consórcio formado pela estatal Petrobras, Shell Brasil (20%), Total (20%), CNOOC (10%) e CNPC (10%) O bloco ofereceu à União 41,65% do óleo produzido, percentual mínimo definido em contrato. A Petrobras ficará com 40% do óleo extraído; o mínimo previsto era 30%.

De roupas pretas e com a bandeira nacional os manifestantes saíram às ruas para tentar impedir o primeiro leilão do pré-sal e para mostrar toda a revolta com o descumprimento das promessas de campanha da presidenta Dilma Rousseff, que em 2010 afirmou que seria um crime contra o Brasil tentar privatizar a Petrobras e ou pré-sal, por ser este o passaporte do país para o futuro.

A exigência é também que todos os recursos oriundos do pré-sal, e não apenas os 15% dos royalties, sejam destinados à educação, saúde, moradia digna e energias limpas, ou seja, que este dinheiro seja colocado a serviço da população brasileira.

Os manifestantes não estiveram sós. No local desde a meia noite de domingo, 1.100 homens da Força Nacional, polícia militar, civil e guarda municipal tentaram impedir que os manifestantes ultrapassassem a área delimitada, mesmo assim a população avançou e recebeu como resposta bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Os manifestantes arrancaram placas de metal que faziam o isolamento e usaram como escudo.

Nem mesmo a imprensa foi poupada. Um carro da Rede Record foi tombado e incendiado. Pelo menos seis pessoas ficaram feridas, só no período da manhã.

Para a tarde, na Candelária, os black blocs convocaram mais uma manifestação, desta vez com o tema “Um milhão contra o leilão, a opressão e pela educação”, apoiando também os professores da rede municipal e estadual do Rio de Janeiro que se encontram em greve por reajustes salariais e melhores condições de trabalho. O ato aconteceu ao longo da Avenida Rio Branco e acabou na Cinelândia.

Os petroleiros decidiram cruzar os braços desde a última quinta-feira (17) e, assim, pressionar a presidenta a cancelar a licitação. Segundo informações dos sindicatos da Federação Única dos Petroleiros (FUP), a adesão à greve é de 90% a 100% nas unidades operacionais, com forte participação dos trabalhadores terceirizados e do setor administrativo. A paralisação é por tempo indeterminado.

O Campo de Libra, localizado na Bacia de Santos (SP), é o maior campo de petróleo do país e guarda riquezas estimadas em 1,5 trilhão de dólares. O leilão faz parte da primeira rodada de disputas sob o regime de partilha de produção, áreas para exploração de petróleo e gás natural na região brasileira do pré-sal.

Fonte: http://site.adital.com.br/site/noticia.php?lang=PT&cod=78290

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.