Entre os dias 3 e 8 de setembro de 2013 aconteceu a 8ª Semana da Diversidade de Florianópolis. Durante seis dias a Ilha da Magia foi palco de diferentes eventos e mobilizações com o tema dos Direitos Humanos e da Diversidade Sexual. Para além da agenda oficial divulgada pela organização da Semana – que contou com debates protagonizados pela Comissão da Diversidade da OAB, sobre Direitos LGBT; e também um debate com profissionais da saúde: Psicologia e Saúde – vale destacar que outras atividades aconteceram antes e depois do evento plus: A Parada!
Na quinta-feira (dia 5/9/13) aconteceram duas atividades importantes: às 16h na Assembleia Legislativa do Estado reuniram-se, em Audiência Pública, diferentes representantes de entidades da sociedade civil para discutir os rumos das políticas públicas LGBT no estado, bem como pontos importantes do Projeto de Lei em tramitação na casa que institui o Conselho Estadual de Direitos LGBT. No início da noite do mesmo dia, na UFSC o Coletivo da ANEL apresentou e discutiu o documentário Stonewall. Na sexta-feira (dia 6/9/13) a coletiva Vadias Desterro organizou, também na UFSC, o Debate “Há Machismo no Movimento LGBT?”, com a presença da Vice-presidente lésbica da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), Guilhermina Cunha.
O evento de encerramento da Semana da Diversidade como sempre é marcado pela irreverência, alegria e descontração do público, no entanto este ano algumas movimentações deixaram evidente o anseio de uma parcela da população em dar um novo tom àquele espaço. Já durante a 7ª Parada (em 2012) o Núcleo Margens em parceria com a ADEH – Associação em Defesa dos Direitos Humanos com enfoque na sexualidade – organizou uma intervenção mais politizada durante todo o percurso da parada, levando para a Av. Beira Mar frases e vozes de protestos evidenciando o anseio pelos Direitos à população LGBT.
Neste ano, três grandes frentes ofereceram ao evento um tom mais reivindicativo. Representantes do Nigs UFSC – Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades levaram para a Av. Beira Mar uma tenda de confecção de cartazes onde o público participante pode registrar e expressar suas palavras de ordem; o coletivo da ANEL organizou o que denominaram de “Bloco de Esquerda”, num claro exercício de mostrar um contraponto à expressão carnavalesca popularmente dada às Paradas LGBT; e também o Grupo ACONTECE levou sua mensagem para a avenida reivindicando políticas públicas, direitos, igualdade e liberdade para a população LGBT de Florianópolis.
O resultado?
Minutos após a organização ceder premiação no palco principal das festividades finais para a Guarda Municipal e para o Pelotão da Política Militar, devido à dito “exemplar e pontual trabalho pela segurança do evento”, dois jovens rapazes sobem ao palco para denunciar um espancamento ali mesmo, dentre a multidão. Sendo a polícia procurada para efetuar um B.O., a resposta: “não vamos fazer, isso será rasgado depois!” De novidade? Nada! Este é o dia-a-dia da população LGBT. Florianópolis não é uma redoma e não está isenta à homofobia que assola nossa sociedade. Termos um vereador gay mais votado, que é também o primeiro vereador gay a assumir a presidência de uma câmara municipal de nada adiantará se isso não se reverter verdadeiramente em ações efetivas rumo à cidadania das Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais desta Ilha!