Encontro de Jornalistas, mais uma vez, amordaçado

Por Mário Souza (*).

enjai_internaA atual direção da  Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), com a realização do XIX  Encontro Nacional de Jornalistas em Assessoria de Imprensa (ENJAI), no Rio, mais uma vez,  perdeu a  oportunidade de fazer um encontro para debater com seriedade os problemas que afetam os jornalistas em Assessoria de Imprensa no País,  como a precarização da profissão,  a pluralidade das questões regionais e a diversidade do pensamento na Comunicação.

Dessa vez, a Fenaj se superou. Além de acabar com os grupos temáticos de debate, organizou mesas meramente expositivas, e, como em todos os últimos encontros, predominou a imposição das teses guias  e o controle imperativo do presidente da Fenaj.

O encontro foi burocrático, engessado, sem o calor do debate, sem diálogo, sem o contraditório, sem a manifestação livre e democrática das ideias. E, pasmem, o presidente da Fenaj, Celso Schröder, agrediu grosseiramente o jornalista Cláudio Monteiro, chamando-o de moleque, pelo simples fato dele cobrar os 50% de abatimento para os aposentados nas inscrições do Enjai, proposta aprovada no Congresso do Acre.

Na plenária das apresentações das teses, prevaleceu a decisão ditatorial e qualquer tentativa de questionamento, era desqualificado pelo grupo da Fenaj.

Teses sobre Meio Ambiente, Violência contra os jornalistas, Fim das teses guias assim, apresentadas pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, assim  como uma tese sobre a precarização das condições de trabalho, apresentada pelo Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais,  foram consideradas fora do contexto e transferidas para o Congresso Nacional de Jornalistas, em Alagoas.

O  mais lamentável é a submissão  da maioria dos delegados dos sindicatos regionais de todo o Brasil. Ser aliado não pressupõe a perda total de identidade e do pensamento discordante.

 Como este modelo de encontro, é melhor a Fenaj transformá-lo apenas num  passeio turístico e repassar para os delegados e observadores suas propostas e teses já aprovadas.

É mais honesto, mas nem por isso, também, repudiável!

(*) Mário Sousa é diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro e delegado junto a Fenaj. Participou do encontro como delegado do Sindicato do Estado do Rio.

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