Na 1ª fase de acordo que possibilitou retomar negociação, 26 palestinos serão enviados à Faixa de Gaza e Cisjordânia
Israel começou o processo para libertar 26 prisioneiros palestinos na noite desta terça-feira, um gesto inicial às vésperas da retomada de negociações de paz do Oriente Médio. A maioria dos presos cumpriu cerca de 20 anos, com o mais antigo deles estando na cadeia desde 1985. Dos presos, 14 serão libertados na Faixa de Gaza, enquanto 12 na Cisjordânia.
Milhares de palestinos cumpriram penas nas prisões israelenses desde que Israel capturou a Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental em 1967. Eles foram encarcerados sob acusações que vão desde arremessar pedras a matar civis em explosões e outros ataques.
A decisão de libertar os homens causou angústia em Israel, particularmente entre os parentes dos mortos nos ataques. Paralelamente, celebrações eram planejadas nos territórios palestinos, onde a população normalmente vê os prisioneiros como heróis, independentemente de seus atos, argumentando que fizeram sacrifícios pessoais em sua luta pela independência.
O serviço prisional de Israel disse que os ônibus com os detentos deixaram a prisão de Ayalon, no centro de Israel, na noite desta terça. Israel os soltou tarde da noite para evitar um espetáculo. Alguns manifestantes tentaram, em uma medida simbólica, impedir que os ônibus saíssem da prisão.
A maioria dos presos foi condenada por assassinatos, incluindo de civis israelenses e de palestinos suspeitos de ser colaboradores, enquanto outros estiveram envolvidos em tentativa de assassinato ou sequestro.
A libertação faz parte de um acordo alcançado pelo secretário de Estado dos EUA, John Kerry, para fazer com que Israel e os palestinos voltassem à mesa de negociações para um diálogo de paz que está paralisado desde 2008. No total, 104 condenados serão libertados em quatro etapas , embora sua soltura dependa do progresso no processo de negociação.
Israelenses e palestinos devem lançar as negociações em Jerusalém na quarta, depois de uma rodada preparatória há duas semanas em Washington.
Nesta terça, a Suprema Corte de Israel rejeitou um recurso das famílias dos israelenses mortos para impedir a libertação . Um grupo de três juízes determinou que o governo agiu dentro de suas atribuições ao decidir libertar os presos.
Assentamento
Mais cedo nesta terça, Israel anunciou que avançava com um plano para construir quase 900 novas unidades de moradia em um assentamento em Jerusalém Oriental, em uma medida que irritou os palestinos um dia antes de os dois lados se reunirem para as negociações de paz.
A última rodada de negociações substanciais fracassou no final de 2008, e o diálogo continuou em um impasse principalmente por causa da questão da construção de assentamentos israelenses em territórios reivindicados pelos palestinos para seu futuro Estado. Os palestinos dizem que os assentamentos, agora lar de mais de 500 mil israelenses, dificultam cada vez mais o estabelecimento de seu Estado e que a continuidade da construção israelense é um sinal de má-fé.
A mais recente construção deve ocorrer em Gilo, uma área em Jerusalém Oriental que Israel considera ser vizinha de sua capital. A anexação por Israel de Jerusalém Oriental, que os palestinos reivindicam como sua capital, não é reconhecida internacionalmente.
O plano de moradia, que recebeu aprovação inicial no ano passado, expandiria as fronteiras de Gilo ainda mais em direção a um bairro palestino. Os planos para as 900 unidades de habitação em Gilo vêm após o anúncio feito no início desta semana para cerca de 1,2 mil casas de assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental .
Foto: Reuters.
Fonte: iG.