As Avós da Praça de Maio, dedicada à investigação do paradeiro de militantes de esquerda e 500 crianças sequestradas pela ditadura cívico-militar argentina, anunciaram nesta terça-feira (06/08) que recuperaram a identidade do neto de número 109. A organização irá divulgar detalhes sobre a descoberta nesta quarta-feira (07/08), na sede das Avós, em Buenos Aires.
Télam
Há décadas, a organização das Avós da Praça de Maio realizam mobilizações e protestos para lembrar os desaparecidos na ditadura
O último caso esclarecido foi reportado em novembro do ano passado, após ser identificado o corpo de Mirtha Noelia Coutouné, cuja gravidez não chegou ao final. Estima-se que cerca de 500 crianças e bebês nascidos entre 1975 e 1980 foram adotados ilegalmente e separados de suas famílias por agentes do terror estatal. O grupo também busca criar condições para evitar crimes de lesa humanidade e reivindica a punição proporcional para todos os responsáveis. Em 12 de maio de 2008 foram nominadas ao Prêmio Nobel da Paz.
No começo de julho do ano passado, terminou o último julgamento nos tribunais de Buenos Aires, com as condenações dos ex-ditadores Jorge Rafael Videla e Reynaldo Bignone e outros nove militares e civis declarados responsáveis pela implementação de um plano sistemático de roubo de bebês que nasceram em centros de torturas como a Escola de Mecânica da Marinha (Esma) e maternidades clandestinas.
De acordo com o Centro de Estudos Legais e Sociais (Cels), 1.861 pessoas, entre civis e militares, estão ou já estiveram envolvidos em casos de crimes cometidos durante a ditadura. Desse total, 244 já foram condenados.
* Com informações da Télam
Fonte: Ópera Mundi