Comissão da Verdade da OAB/SC inicia levantamento de vítimas da Ditadura Militar

    Comissao da Verdade

    A Comissão da Verdade da OAB/SC iniciou nesta quarta-feira (31) a triagem de uma série de Inquéritos Policiais Militares do período da Ditadura Militar no Brasil para levantamento de informações sobre violações aos direitos humanos cometidas pelo Estado brasileiro no período. O objetivo é relacionar as vítimas e testemunhas citadas nos processos e, futuramente, convidá-las a elucidar as circunstâncias dos acontecimentos descritos nos documentos oficiais. Os documentos serão ainda digitalizados e disponibilizados na internet para consulta pública.

    Com apoio da Casa Civil do governo estadual, o trabalho consiste, nesta fase inicial, em catalogar as vítimas conforme a profissão: casos envolvendo advogados serão estudados pela OAB/SC; de jornalistas, pelo Sindicato da categoria; e os restantes pela Comissão da Verdade do governo do Estado. Segundo a historiadora Rosimari Damiani, funcionária da OAB/SC encarregada de fazer a análise dos inquéritos, a documentação é proveniente da Quinta Jurisdição Militar, em Curitiba, que na época abrangia Santa Catarina. Cópias dos documentos estavam arquivadas na biblioteca da OAB/SC. “É uma documentação riquíssima”, diz a historiadora.

    O presidente da Comissão da Verdade da OAB/SC, Marcus Antônio Luiz da Silva, também vice-presidente da Seccional, explica que “o objetivo é fazer justiça àqueles que nos documentos oficiais constam como criminosos, quando na verdade foram vítimas. A OAB/SC cumpre seu papel de defensora da democracia ao trazer à tona esses fatos, para que essas atrocidades não se repitam”.

    Em reunião na semana passada, as comissões da Verdade instituídas pelo Governo do Estado, pelo Sindicato dos Jornalistas e pela Seccional decidiram trabalhar em conjunto no levantamento das informações sobre violações aos direitos humanos cometidas durante a Ditadura. As comissões também vão solicitar os arquivos do coletivo Brasil Nunca Mais sobre os presos em Santa Catarina. Os arquivos do coletivo têm mais de 900 mil documentos sobre o período militar.

    Foto: Boletim comissao da verdade

    Fonte: Assessoria de Comunicação da OAB/SC

    1 COMENTÁRIO

    1. Normalmente o pessoal confunde a ditadura militar com a questão de ser militar. Principalmente a PM, que que vem sofrendo com várias ações discriminatórias. Quando um policial militar age errado ou até mesmo na dúvida da ação, tudo se volta contra a questão de ser militar. Militar é apenas a organização da instituição, com disciplina mais rigorosa que as demais instituições. O que faz uma boa polícia é a seleção, nível de escolaridade exigido, ensinamentos e treinamentos adequados, legislação coerente do País, etc.
      Mais que analisar documentos, a comissão da verdade apurou em depoimentos que a PM de Santa Catarina tratava bem aos presos encaminhados para seus quartéis.( http://wp.clicrbs.com.br/visor/2013/10/10/direitos-humanos/comment-page-1/?topo=67%2C2%2C18%2C%2C%2C77#comment-15847 )

      Pergunta: Será que ao verificar inquéritos antigos alguém será capaz de apontar que tinhamos pessoas com interesses políticos pessoais e que faziam qualquer coisa pelo poder ? E que alguns desses conseguiram, posteriormente, algo pra sí ? Que a um bom tempo foram encaixados em cargos políticos, até de Ministro ?

      Se a pesquisa for caolha não faz sentido algum !

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