Primeira ronda das presidenciais está marcada para domingo; vizinhos Burkina Faso, Mauritânia e Níger abrigam cerca de 173 mil refugiados malianos.
Relatos de poucos cartões de votação.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
Com a primeira volta das eleições presidenciais do Mali agendada para domingo, 28, o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, está a preparar as autoridades, tanto do país como das nações vizinhas para a participação dos refugiados.
Segundo a agência, 173 mil malianos estão abrigados no Burkina Faso, na Mauritância e no Níger, desde que o início dos confrontos no Mali, em janeiro do ano passado.
Segurança
O papel da agência da ONU é facilitar a participação dos refugiados e garantir a natureza voluntária do processo eleitoral, num ambiente seguro.
Em junho, o Acnur conduziu pesquisas em áreas com refugiado, e descobriu que os civis eram favoráveis à sua inclusão no processo eleitoral. Os malianos que vivem nas nações vizinhas também se mostraram informados sobre a situação no Mali.
Equipas do Acnur nos três países vizinhos foram ao encontro das comunidades de refugiados para explicar o papel da agência na facilitação da participação no pleito.
Registos
Em nota, o Acnur também anuncia ter apoiado o transporte de materiais relacionados com as eleições. Mas sublinha que a movimentação dos cartões de votação é de exclusiva responsabilidade das autoridades malianas e dos países de asilo.
Mais de 19 mil refugiados estão registados para votar no pleito. O Acnur está preocupado com o facto de terem sido encontrados nos registos civis apenas os nomes de um pequeno número de refugiados interessados em votar.
Autoridades
Apenas metade dos refugiados que devem participar das eleições estão nos registos civis. Há ainda relatos de poucos cartões de votação fornecidos pelas autoridades malianas.
O Acnur ressalta a importância das listas de eleitores se tornarem públicas e de se acelerar a distribuição dos cartões eleitorais nas nações vizinhas.