Futebol para a elite brasileira

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Hoje em Dia – Aos poucos, o futebol vai voltando às origens. No Mineirão privatizado, as partidas não serão vistas pela massa dos brasileiros, aqueles com renda de até três salários mínimos. Muito menos, dos paraguaios.

No jogo de quarta-feira, que decide o vencedor da Libertadores, foram reservados aos torcedores do Olimpia 1.685 ingressos. Cada um custa o equivalente a R$ 560, o dobro do que pagaram os atleticanos que foram à Assunção para ver o primeiro jogo da final.

Como explicar então as filas que se formaram, dias antes, em Belo Horizonte, pelos torcedores do Atlético, para comprar ingressos, mesmo ignorando quanto custariam? Não estavam ali, certamente, pessoas para quem o preço do ingresso não faz diferença, porque têm dinheiro de sobra. Talvez fossem trabalhadores que iam comprar ingressos para o patrão. Ou pequenos empreendedores esperando lucrar com a revenda no dia do jogo.

O futebol começou na Inglaterra como esporte da elite e não foi diferente, no Brasil. Não era um negócio. Os times eram amadores e não admitiam negros como jogadores. Mas não demorou muito para que isso mudasse. Primeiro, caindo no gosto das massas e depois se tornando uma importante atividade econômica. Mas as massas vão sendo afastadas dos estádios, exatamente quando o país é governado pelo PT, partido que se identifica com a esquerda e, por pressuposto, está mais voltado à população menos favorecida com a distribuição de nossas riquezas.

Quando o presidente Lula decidiu empenhar seu prestígio internacional para trazer a Copa do Mundo ao Brasil em 2014, ele prometeu que os investimentos necessários seriam feitos pela iniciativa privada. Por mais que se negue, não foi o que ocorreu desde então, embora estádios públicos tenham sido privatizados.

Na sexta-feira, a Fifa divulgou os preços dos ingressos para a Copa de 2014. E se vangloriou de reservar milhares de ingressos para brasileiros que forem assistir a jogos no Mineirão. São apenas cinco jogos.

O ingresso mais barato custa R$ 350. Quem for estudante, idoso ou participante do programa Bolsa Família paga meia, mas só vê o jogo se for sorteado.

A Lei Geral da Copa obrigou a Fifa a reservar 300 mil ingressos “a preços populares”, para a soma dos jogos.

Não se sabe quantos para o Mineirão, onde os ingressos não populares variam de R$ 940, R$ 1.410 e R$ 1.840, dependendo da localização da cadeira. Para esses, não existe meia entrada.

Fonte: http://racismoambiental.net.br/2013/07/futebol-para-a-elite-brasileira/

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