Mercosul convocará embaixadores na Europa para esclarecer caso presidente Morales

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Os países do Mercosul anunciaram nesta sexta-feira que decidiram convocar para consultas seus embaixadores em Espanha, França, Itália e Portugal para esclarecer os motivos pelos quais esses países impediram que o avião do presidente Evo Morales cruzasse seu espaço aéreo na semana passada. O bloco, reunido hoje em Montevidéu, também deve redigir uma nova formal de protesto aos quatro países envolvidos no incidente exigindo explicações.

Os presidentes de Argentina, Brasil, Venezuela e Uruguai resolveram “consultar seus embaixadores nos países europeus envolvidos” no episódio, indicou nesta sexta-feira o chanceler uruguaio Luis Almagro, ao ler as decisões dos líderes do bloco decididas em Montevidéu. O ponto chave dessa decisão é que a convocatória pode implicar na indefinição do retorno desses embaixadores aos países onde atuam, caso as explicações e pedidos de desculpa não sejam emitidos.

“Não tem a ver com Evo, ou a Bolívia, mas com a dignidade dos nossos países e povos. Cada um de nós, esta noite, sentiu-se como  Evo e seu povo. Isso poderia ter acontecido com qualquer um de nós”, declarou sobre o tema a presidente da Argentina, Cristina Kirchner. No mesmo tom, Dilma Rousseff disse que “uma parte de cada um nós foi ofendida e atingida por este ato” e ressaltou que “não existe a possibilidade de essa ação não refletir no governo”.

Na semana passada, França, Espanha, Itália e Portugal impediram que o avião de Morales sobrevoasse seus territórios, por suspeitas de que estivesse transportando o especialista em informática Edward Snowden, procurado pelos Estados Unidos por acusações de espionagem após ter vazado informações de inteligência à imprensa.

Dilma em solidariedade a Morales: 'fomos todos atingidos'
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Dilma em solidariedade a Morales: “fomos todos atingidos”

Snowden, que há quase três semanas está bloqueado na zona de trânsito de um aeroporto de Moscou, pediu nesta sexta asilo à Rússia para depois poder viajar “legalmente” para a América Latina, onde recebeu ofretas de asilo de Bolívia, Nicarágua e Venezuela.

O bloco sul-americano apoiará também a denúncia apresentada pela Bolívia ao alto comissariado da ONU para os Direitos Humanos “pela grave violação dos direitos humanos” cometida, acrescentou Almagro. O incidente com o avião de Morales foi “uma ofensa à região”, enfatizou aos jornalistas o chanceler argentino, Héctor Timerman.

Com informações da AFP.

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