Fazia um tempinho que autoridades não gaguejavam de forma tão democrática. O governador do Rio, o máximo que conseguiu foi relacionar três ou quatro piadas prontas. “É um ato político, não é uma manifestação legítima da sociedade”, arriscou.
O Alckmin, com cara de quem chupou manga estragada, saiu em defesa de sua ineficiente, truculenta, corrupta e gorda tropa de meganhas, mal pagos e mal educados.
Nem o Datena teve tanta coragem.
E o Haddad, rapidinho vestiu a máscara da triste figura. Vomitou duas ou três frases amanhecidas, sem muita coerência com suas próprias promessas. Perdoai-o, Maquiavel, ele não sabe o que diz.
Faz muito tempo que descobriram que as massas ignóbeis e passivas não entendem uma palavra do que lhes dizem.
A linguagem da massa nunca foi o verbo, ou algo que lhe dê sentido.
A massa só entende o espetáculo.
A massa fareja o espetáculo como um cão fareja o terror nos olhos de quem o oprime.
A massa é passiva, inerte e acabrunhada, mas sempre se move quando o gosto de sangue lhe desce pela garganta.
A massa quer espetáculo. A massa idolatra o espetáculo e venera o estereótipo das revoluções fora de época.
A massa quer espetáculo e ele não está mais no velho estádio, que tombou a favor da arena, o novo e pasteurizado shopping center do futebol para inglês ver.
Tudo promete uma segunda-feira de grandes emoções. É tudo o que precisamos. Não importa onde vai dar. Não é isso que está em jogo.
Fonte: http://marquescasara.com/2013/06/14/revolucao-fora-de-epoca/