Lisboa – O director de Cultura e Língua Portuguesa do Secretariado Executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o angolano Luís Kandjimbo, reiterou hoje, em Lisboa, os esforços tendentes à circulação de bens culturais e mobilidade de criadores ao nível dos Estados-membros.
Em declarações à Angop, no quadro da participação de autores da CPLP na 83ª Feira do Livro de Lisboa, encerrada segunda-feira, Luís Kandjimbo particularizou Angola, afirmando que o país teve uma boa presença do ponto de vista da representatividade, embora admita que as incidências decorrentes dos custos com a deslocação e transporte de carga tenham limitado o número de escritores angolanos no evento.
“Essa é a razão que levou a Direcção da Cultura e Língua Portuguesa do Secretariado Executivo da CPLP a organizar um colóquio para debater a problemática da circulação de bens culturais e mobilidade de criadores na CPLP”, disse Kandjimbo, para quem o sentido de comunidade pretendido não pode enfrentar obstáculos, sendo importante a circulação dos livros e a deslocação dos escritores.
Recordando existirem já deliberações nesse sentido, Luís Kandjimbo defende que os Estados-membros devem levantar as barreiras alfandegárias, isentando de taxas aduaneiras às produções culturais e aos equipamentos de trabalho dos profissionais de cultura.
Na Feira do Livro de Lisboa, entre os vários autores angolanos participantes, contaram a escritora Kanguimbo Ananás, com a sua mais recente obra “As Férias de Yahula”, assim como a “Triangularte Editora”, que se estreou no mercado com três colecções, designadamente “Kilunji – Estudos e Testemunhos”, “Ohandanji – Poesia” e “Dimatekenu – Novos Autores”.
A “Colecção Kilunji” esteve presente com a obra “Ideogramas de Ngandji: Ensaio de Leituras e Paráfrases”, de Luís Kandjimbo; a “Ohandanji – Poesia”, com os livros “Andarilho e Doutrinário: 50 Anos/Poemas” (de Lopito Feijó) e “Ego do Fogo” (David Capelenguela); enquanto a “Dimatekenu – Novos Autores” mostrou o estudo “Ensino Superior Privado em Angola: Sua Evolução – 1992/2007”, de Adelina de Kandingi.
Quanto a participação dos autores da CPLP, o responsável pela Direcção da Cultura disse terem sido “alcançados os objectivos propostos ao abrir o pavilhão da organização na Feira do Livro de Lisboa”, visando apoiar editores e escritores, através de lançamentos de livros e sessões de autógrafos.
“Revela-se necessário mostrar que a CPLP tem uma identidade que a distingue dos seus Estados-membros”, afirmou Luís Kandjimbo, justificando que residindo o desafio na aproximação da sociedade civil as iniciativas da CPLP, era necessário trazer os escritores e o público leitor a plataforma de partilha e ao sentimento de pertencer a uma comunidade de base linguística.
Fonte: Angola Press