Os promotores rejeitam a acusação habitual de “reunião conspirativa”, preferindo alegar que se trata de trocas de impressões sobre assuntos globais entre figuras oriundas da política e economia neoliberais. Para este ano a agenda é “quente”: poderão a Europa e os Estados Unidos “crescer mais depressa e criar empregos”?; emprego e dívida; nacionalismo e populismo; política externa dos Estados Unidos; os desafios de África (sem qualquer presença africana); questões cibernéticas e a proliferação de “ameaças assimétricas”; as questões centrais da investigação médica; promessas e impactos da educação online; políticas da União Europeia; desenvolvimentos no Médio Oriente; “assuntos correntes”.
O conclave decorre no hotel Grove, no Reino Unido. Conhece-se uma lista de participantes mas sabe-se que estarão presentes nomes não divulgados. Os presentes são oriundos de elites geográficas, políticas, empresariais, militares e mediáticas para decidirem os próximos passos da consolidação neoliberal global sob os pontos de vista da acção e da propaganda, e não só.
Por exemplo, em relação ao Médio Oriente irá estar em cima da mesa o prolongamento da guerra civil na Síria através do fornecimento de armas a todos os grupos anti-Assad, sem qualquer ressalva em relação à Al-Qaida e afins. Em “troca de impressões” estará também a liquidação da estrutura nuclear do Irã num prazo de três anos.
A elite geográfica resume-se à América do Norte e Europa, neste caso com exclusão do Leste, e dos Balcãs. Está presente o ministro das Finanças da Polónia, Rostovsky, mas nasceu no Reino Unido. Não há representantes da Ásia, África, América Latina e Médio Oriente, desta feita com excepção da Turquia, presente através do representante do maior grupo multimédia e do ministro adjunto do contestado e violento primeiro ministro Erdogan.
A elite política é extraída “o arco da governação” da elite geográfica, através da convergência de dirigentes de organizações que asseguram a política única neoliberal. A presença portuguesa de Portas e Seguro, sem nenhum expoente do mais importante partido do governo – a elite de Balsemão é outra – pode indicar caminhos sobre o futuro da governação em Portugal como é projectado em Bilderberg.
A elite mediática e de propaganda é das mais fortes e, como de costume, tem a Península Ibérica muito bem representada através dos grupos de Balsemão e de Cébrian, da PRISA espanhola, aliás ambos membros do “grupo de acompanhamento” de Bilderberg, o que significa que vão a todos os conclaves e asseguram o seu funcionamento entre sessões.
Os trabalhos são dirigidos por Henri de Castres, presidente do grupo segurador AXA. Em qualquer grande grupo económico, bancário, industrial e financeiro que se pense, nos Estados Unidos ou Europa Ocidental, está por certo representado em Bilderberg.
Também estão Durão Barroso, a senhora Lagarde do FMI, Trichet, Monti, os ministros das Finanças da Suécia, Turquia, Espanha, Reino Unido e Áustria, o primeiro ministro holandês, Mark Rutte, e a princesa Beatriz, o crónico Henry Kissinger, o general Petreus.
Pela divulgação dos nomes dos que participam incógnitos há que aguardar mais algum tempo, até que a investigação jornalística não alinhada pelo aparelho do Grupo de Bilderberg os identifique.
• Marcus Agius, ex-presidente de Barclays.
• Helen Alexander, presidenta de UBM.
• Roger C. Altman, presidente executivo de Evercore Partners.
• Matti Apunen, diretor de EVA.
• Susan Athey, professora de economia na Escola de Negócios de Stanford.
• Asli Aydintasbas, colunista do jornal turco Milliyet.
• Ali Babacan, vice primeiro ministro turco para assuntos econômicos.
• Ed Balls, número dois dos trabalhistas britânicos.
• Francisco Pinto Balsemão, presidente e conselheiro delegado de IMPRESA, e ex-primeiro ministro português.
• Nicolas Barré, diretor do jornal econômico francês Les Echos.
• José Manuel Barroso, presidente da Comissão Europeia.
• Nicolas Baverez, do escritório de advogados Gibson, Dunn & Crutcher.
• Olivier de Bavinchove, chefe do Eurocuerpo e ex-chefe do Estado Maior das F.A. francesas.
• John Bell, professor da Universidade de Oxford.
• Franco Bernabè, presidente e conselheiro delegado da Telecom Itália.
• Jeff Bezos, conselheiro delegado de Amazon.
• Carl Bildt, ministro sueco de Exteriores.
• Anders Borg, ministro sueco da Fazenda.
• Jean François van Boxmeer, conselheiro delegado de Heineken.
• Svein Richard Brandtzæg, presidente e conselheiro delegado de Norsk Hydro.
• Oscar Bronner, editor do jornal austriaco Der Standard.
• Peter Carrington, ex-presidente de honra das reuniões do Grupo Bilderberg.
• Juan Luis Cebrián, presidente executivo do Grupo Prisa.
• Edmund Clark, presidente e conselheiro delegado de TD Bank Group.
• Kenneth Clarke, ministro do Governo britânico.
• Bjarne Corydon, ministro dinamarquês da Fazenda.
• Sherard Cowper-Coles, diretor de desenvolvimento de negócios internacionais de BAE Systems.
• Enrico Cucchiani, conselheiro delegado de Intesa Sanpaolo.
• Etienne Davignon, ministro belga e ex-presidente das reuniões do Grupo Bilderberg.
• Ian Davis, da diretoria de McKinsey.
• Robbert H. Dijkgraaf, diretor e professor do Institute for Advanced Study.
• Haluk Dinçer, presidente de Sabanci Holding.
• Robert Dudley, conselheiro delegado de BP.
• Nicholas N. Eberstadt, responsável de política econômica do American Enterprise Institute.
• Espen Barth Eide, ministro norueguês de Exteriores.
• Börje Ekholm, presidente e conselheiro delegado de Investor AB.
• Thomas Enders, conselheiro delegado de EADS.
• J. Michael Evans, vice presidente de Goldman Sachs.
• Ulrik Federspiel, vice presidente executivo de Haldor Topsøe.
• Martin S. Feldstein, professor de economia da Universidade de Harvard.
• François Fillon, ex-primeiro ministro francês.
• Mark C. Fishman, presidente do Instituto de Pesquisa biomédica Novartis.
• Douglas J. Flint, presidente do HSBC.
• Paul Gallagher, ex-fiscal geral da Irlanda.
• Timothy F. Geithner, ex-secretário do Tesouro dos EUA.
• Michael Gfoeller, consultor de assuntos políticos dos EUA
• Donald E. Graham, presidente e conselheiro delegado de ‘The Washington Post’.
• Ulrich Grillo, conselheiro delegado de Grillo-Werke.
• Lilli Gruber, jornalista italiana do canal A 7 TV.
• Luis de Guindos, ministro espanhol da Economia.
• Stuart Gulliver, conselheiro delegado do HSBC.
• Felix Gutzwiller, membro do Conselho Suíço de Estados.
• Victor Halberstadt, professor de economia da Universidade de Leiden.
• Olli Heinonen, acadêmico do Belfer Center for Science and International Affairs, de Harvard.
• Simon Henry, diretor financeiro da Royal Dutch Shell.
• Paul Hermelin, presidente e conselheiro delegado do Grupo Capgemini.
• Pablo Isla, presidente e conselheiro delegado do Grupo Inditex.
• Kenneth M. Jacobs, presidente e conselheiro delegado de Lazard.
• James A. Johnson, presidente de Johnson Capital Partners.
• Thomas J. Jordan, presidente do Conselho do Swiss National Bank.
• Vernon E. Jordan Jr., director executivo de Lazard Freres & Co.
• Robert D. Kaplan, analista geopolítico chefe de Stratfor.
• Alex Karp, conselheiro delegado de Palantir Technologies.
• John Kerr, membro da Câmara dos Lordes.
• Henry A. Kissinger, presidente de Kissinger Associates e ex-secretário de Estado norte-americano.
• Klaus Kleinfeld, presidente e conselheiro delegado de Alcoa.
• Klaas H.W. Knot, presidente do De Nederlandsche Bank.
• Mustafa V Koç,. presidente do Koç Holding.
• Roland Koch, conselheiro delegado de Bilfinger.
• Henry R. Kravis, presidente e conselheiro delegado de Kohlberg Kravis Roberts & Co.
• Marie-Josée Kravis, acadêmica do Hudson Institute.
• André Kudelski, presidente e conselheiro delegado do Grupo Kudelski.
• Ulysses Kyriacopoulos, presidente da S&B Industrial Minerals.
• Christine Lagarde, diretora do FMI.
• J. Kurt Lauk, presidente do Conselho Econômico da CDU alemã.
• Lawrence Lessig, professor da Faculdade de Direito de Harvard.
• Thomas Leysen, presidente do Conselho de Diretores do Grupo KBC.
• Christian Lindner, ex-secretário geral del Partido Liberal alemão.
• Stefan Löfven, líder do Partido Socialdemocrata sueco.
• Peter Löscher, presidente e conselheiro delegado da Siemens.
Peter Mandelson, presidente de Lazard International e ex-ministro nos Governos de Blair e Brown.
• Jessica T. Mathews, presidenta do Carnegie Endowment for International Peace.
• Frank McKenna, presidente de Brookfield Asset Management.
• John Micklethwait, diretor de ‘The Economist’.
• Thierry de Montbrial, presidente do Instituto Francês de Relações Internacionais.
• Mario Monti, ex-primeiro ministro italiano.
• Craig J. Mundie, conselheiro principal do conselheiro delegado da Microsoft.
• Alberto Nagel, conselheiro delegado de Mediobanca.
• Princesa Beatriz da Holanda.
• Andrew Y.Ng, co-fundador de Coursera.
• Jorma Ollila, presidente daRoyal Dutch Shell.
• Omand, professor do King’s College de Londres.
• George Osborne, ministro britânico da Fazenda.
• Emanuele Ottolenghi, acadêmico da Foundation for Defense of Democracies.
• Soli Özel, professor da Universidade Kadir Has e colunista do jornal turco Habertürk.
• Alexis Papahelas, diretor do jornal grego ‘Kathimerini’.
• Safak Pavey, deputado turco.
• Valérie Pécresse, deputada francesa.
• Richard N. Perle, acadêmico do American Enterprise Institute e ex-vicesecretário do Pentâgono.
• David H. Petraeus, ex-diretor da CIA.
• Paulo Portas, viceministro português de Exteriores.
• J. Robert S Prichard, presidente de Torys.
• Viviane Reding, vice presidenta e comissária de Justiça da Comissão Europeia.
• Heather M. Reisman, conselheira delegada da Indigo Books & Music.
• Hélène Rey, professora de economia da London Business School.
• Simon Robertson, advogado da Partner, Robertson Robey Associates e vice presidente do HSBC.
• Gianfelice Rocca, presidente do Grupo Techint.
• Jacek Rostowski, vice primeiro ministro e ministro polonês da Fazenda.
• Robert E. Rubin, co-presidente do Council on Foreign Relations e ex-secretário do Tesouro dos EUA.
• Mark Rutte, primeiro ministro da Holanda.
• Andreas Schieder, ministro da Fazenda da Áustria.
• Eric E. Schmidt, presidente executivo de Google.
• Rudolf Scholten, membro do Conselho de Diretores do Oesterreichische Kontrollbank.
• António José Seguro, secretário geral do Partido Socialista Português.
• Jean-Dominique Senard, conselheiro delegado do grupo Michelin.
• Kristin Skogen Lund, diretora geral da Confederação de Empresas Norueguesas.
• Anne-Marie Slaughter, professora da Universidade de Princeton.
• Peter D. Sutherland, presidente de Goldman Sachs International.
• Martin Taylor, ex-presidente da Syngenta.
• Tidjane Thiam, conselheiro delegado de Prudential.
• Peter A. Thiel, presidente de Thiel Capital.
• Craig B. Thompson, presidente e conselheiro delegado do Centro contra o Câncer Memorial Sloan-Kettering.
• Jakob Haldor Topsøe, da diretoria de AMBROX Capital.
• Jutta Urpilainen, ministra finlandesa da Fazenda.
• Daniel L. Vasella, presidente de honra de Novartis.
• Peter R. Voser, conselheiro delegado de Royal Dutch Shell.
• Brad Wall, primeiro ministro da província canadense de Saskatchewan.
• Jacob Wallenberg, presidente de Investor.
• Kevin Warsh, acadêmico do The Hoover Institution na Universidade de Stanford.
• Galen G.Weston, presidente executivo de Loblaw Companies.
• Baronesa Williams of Crosby, membro da Câmara dos Lordes.
• Martin H. Wolf, colunista do ‘Financial Times’.
• James D. Wolfensohn, presidente e conselheiro delegado de Wolfensohn, e ex-presidente do Banco Mundial.
• David Wright, vicepresidente de Barclays.
• Robert B. Zoellick, acadêmico do Peterson Institute for International Economics e ex-presidente do Banco Mundial.
Lista de http://actualidad.rt.com/actualidad/view/96672-lista-bildelberg-2013-londres
Fonte: http://www.esquerda.net/artigo/seguro-e-portas-juntos-no-conclave-de-bilderberg/28150