Amanhã participo do “Seminário Perspectivas de Mudança na Política de Drogas” organizado pelo Inca, Instituto da Cannabis, em Florianópolis. Farei uma palestra e vou lançar o livro nessa cidade incrível. E sabadão, tem a marcha da maconha na ilha, que promete.
O Seminário é gratuito: basta preencher esse formulário de inscrição para garantir lugar no auditório da UFSC – ano passado lotou, daí essa pequena burocracia. Vai valer a pena, certamente.
Não só por causa do sorteio de um exemplar do Almanaque, é claro. Mas porque vai ter a participação de uns caras muito legais. O figurão vai ser Elisaldo Carlini, médico e psicofarmacologista do Cebrid, da Unifesp. Ele é pioneiro dos estudos brasileiros sobre efeitos da maconha – eu nem tinha nascido e ele já estudava a erva. Já o entrevistei algumas vezes e ele é um cara de grande sabedoria.
Além dele tem Orlando Zaccone, delegado de polícia civil do Rio de Janeiro e integrante doLaw Enforcement Against Prohibition. Essa ong existe há muitos anos no Brasil e sua atividade estrou no Brasil pelas mãos dele e da ex-juíza Maria Lucia Karam. Conheci e ouvi Zaccone no Congresso Internacional sobre Drogas que rolou no começo de maio em Brasília e o achei muito bom. É muito interessante ouvir falar alguém que tem a experiência diária da “guerra às drogas” e tem coragem de admitir que ela é um fracasso. Sem contar que o delegado é uma figuraça, cheio de traquejo e bom humor.
Além deles, vai ter um cara que ainda não topei mas tenho muita curiosidade de conhecer: Juan Vaz. Ele é uruguaio, ativista do cultivo pessoal de Cannabis e tem participado sobre as discussões sobre legalização que rolam no nosso vizinho mais admirado – por causa da carne e do doce de leite.
E ainda tem toda a turma do Inca, falando sobre este que é provavelmente um dos melhores e mais organizados coletivos sobre discussão de políticas de drogas do país. Vejam o seminário que estão organizando, por exemplo. Ou a marcha da maconha de Floripa, que apesar de rolar há menos de meia década, já é uma das maiores do Brasil. A própria criação do Inca, e seu reconhecimento oficial, com capacidade para receber e (bem) administrar seus recursos para ampliar o debate já é por si só uma grande demonstração de como esses caras são sérios e competentes. O Brasil precisa de muitos núcleos como esse para ir pra frente nessa discussão.
Bem, e at last but not least, teremos o grão-mestre do cultivo indoor brasileiro, William Lantelme, ativista para todas as horas e fundador do Growroom, André Barros, advogado da Marcha da Maconha, e o grande Matias Maxx, editor da semSemente, primeira revista de cultura canábica do Brasil, e seu alter ego mais famoso, o super Capitão Presença.
Só faltava fazer sol na ilha. Mas aí é querer demais.
Fonte: Almanaque das Drogas.