Editorial de O Trabalho.- Depois de cinco anos de suspensão, cedendo às pressões das multinacionais, o governo Dilma retomou a 11ª rodada dos leilões do petróleo, no modelo de concessão inaugurado por Fernando Henrique Cardoso, onde apenas 10% da riqueza produzida vem para os cofres públicos. No último dia 14 – quando se pensava que tal modelo havia caducado, depois da aprovação do regime de partilha, que mesmo se não é o controle total do petróleo pela nação, amplia o controle pelo Estado – 289 blocos foram entregues no regime de concessão.
Esse leilão abre uma agenda que é um alerta: em setembro serão privatizados os aeroportos do Galeão (RJ) e Confins (MG), em outubro está prevista a 12º rodada de leilão, de gás e xisto. Ainda esse ano, além da Medida Provisória 595, aprovada no Congresso – que aprofunda a privatização dos portos – estão na mira, as hidroelétricas e estradas. Uma agenda que afronta a soberania nacional!
Fossem os anos de 1990, quando os governos – Collor, Itamar e Fernando Henrique – patrocinaram uma onda de privatizações, diríamos que estava na ordem natural das coisas. Eram governos eleitos contra os interesses nacionais, derrotando a candidatura do PT. E por isso mesmo, a CUT, o MST, os parlamentares do PT, os estudantes, saíram às ruas contra a entrega de nossas riquezas ao capital privado.
Mas estamos em 2013, no terceiro governo encabeçado pelo PT que derrotou os tucanos com a justa pecha de privatistas.
É, portanto um governo que tem toda legitimidade e, diga-se, obrigação e força – pois seria sustentado pela base social que o apóia – não apenas para parar com as privatizações, como retomar para a nação tudo que foi privatizado.
Os porta-vozes do capital comemoram, e há até quem diga que “demorou demais”, acusando “que setores do governo federal ainda boicotam toda iniciativa que implique aumento da participação do setor privado na exploração de petróleo e gás” (OESP 14/05).
Mas de fato, são os trabalhadores e a maioria oprimida – a quem o PT deve sua eleição – os primeiros, e mais interessados, em defender que nossas riquezas sejam controladas pela nação e utilizadas em benefício do povo brasileiro.
A maioria das empresas que abocanhou os blocos leiloados é estrangeira. As multinacionais, confrontadas à crise capitalista estão de olho nas nossas riquezas. Um governo encabeçado pelo PT tem a responsabilidade de proteger a nação contra esse botim.
No caso da 11ª rodada, que inaugura esse calendário privatista de 2013, é forçoso reconhecer, a resistência à privatização foi tardia. As justas manifestações ocorridas à véspera e no dia do leilão não tiveram a força de barrar processo. Mas ainda é tempo!
Com justa razão, a CUT, em recente resolução, “condenou a realização da 11ª rodada” e afirma que “organizará uma campanha nacional contra os próximos leilões que se anunciam, questiona medidas privatizantes contrárias ao projeto político que elegeu o atual governo” (ver pag.4 do JOT).
Sim é preciso reagir! O PT não pode continuar em silêncio, a UNE deve ocupar o seu lugar na defesa do petróleo para a nação.
É preciso organizar a mais ampla unidade e dizer à presidente Dilma: pare as privatizações!
OLHO
PROTEGER A NAÇÃO DO BOTIM DAS MULTINACIONAIS
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