Luanda, 12 mai (Prensa Latina) A prolongada intervenção francesa no Mali está longe de obter grandes resultados em um contexto em que cidades ao norte desse país prosseguem em mãos de grupos rebeldes islâmicos, valorizou hoje aqui um pesquisador.
A cidade nortenha de Kidal é controlada pelo Movimento Nacional de Libertação do Azawad (MNLA), que se negou a entregar as armas ao governo de transição, em tanto outros lugares permanecem sob a influência de grupos radicais islâmicos, segundo diversas fontes.
O docente universitário Fernando Ribeiro assinalou também que na participação militar do país galo neste estado africano prima de forma subjacente a defesa dos interesses do estado europeu acima da própria ajuda ao Mali para resolver o conflito.
A operação francesa em território maliense começou no passado 11 de janeiro, depois de um pedido de ajuda militar das autoridades desse território africano, ante a ofensiva de grupos radicais islâmicos.
Ribeiro deplorou, assim mesmo, o fato de que organismos como o Conselho de Segurança das Nações Unidas e o Conselho de Paz e Segurança da União Africana não tenham adotado medidas efetivas e penalizadoras para pôr fim ao conflito maliense.
Existem resoluções, mas na prática não vemos sanções duras para que agrupamentos rebeldes, entre eles os tuaregs, comecem a sentir na prática e abandonem o poder, se promova a unidade e eleições justas e democráticas, sustentou.
As declarações de Ribeiro dão-se depois de que se anunciasse que a partir do primeiro de julho próximo atuará em Mali uma força de manutenção da paz da ONU, integrada por uns 12 mil 600 capacetes azuis, por um período inicial de um ano.
Ribeiro, especialista em Relações Internacionais, defendeu, nesse contexto, que para solucionar os conflitos em países africanos como Mali e Guiné Bissau, onde ocorreram golpes de estado, se precisa a unidade africana e a atuação de Nações Unidas.
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