- Há cem anos o pintor modernista Lasar Segall fazia a sua primeira exposição no Brasil. Após os estudos na Alemanha, onde se inspirou nos expressionistas, e de uma passagem pela Holanda, mostrou mais de 50 obras que puderam ser vistas em São Paulo e Campinas (SP). Apesar de as obras, que já traziam os traços do modernismo, serem recebidas com algumas restrições pela crítica local, quase a metade foi vendida.
Quatro telas do pintor ainda jovem, à época com 21 anos, podem ser vistas na exposição que o Museu Lasar Segall abriu este mês. São 50 obras selecionadas entre os mais de 3 mil itens do acervo da instituição que incluem pinturas a óleo, pinturas sobre papel, esculturas, gravuras e desenhos.
A curadora da exposição, Vera d`Horta, disse que o estranhamento na primeira mostra de Segall se deve aos traços modernistas dos trabalhos. Os traços vigorosos foram chamados de “exageros” ou até “defeitos” pelos críticos desapareceram com o amadurecimento como pintor. “O próprio vocabulário da crítica denota a expectativa quanto a estética da pintura. Uma arte mais acadêmica, clássica. Enquanto a arte dele era um pouco convulsa demais para esses padrões”, disse.
Além das pinturas e gravuras, a exposição traz documentos do arquivo pessoal de Segall, como as cartas aos amigos alemães com relatos sobre a viagem ao Brasil. Depois de oito meses no país, Segall retornou à Europa. O pintor só viria definitivamente para o Brasil em 1923.
Fonte: Direto da Redação