O Governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) retomam nesta segunda-feira (18) as conversações de paz, para uma saída do conflito armado que já dura quase meio século, ainda que sem atender a um cessar-fogo bilateral.
Enquanto partia para Havana, em Cuba, onde se reestabelecem os diálogos, o antigo vice-presidente colombiano Humberto de la Calle, chefe da comissão negociadora do governo, ratificou aos meios de comunicação que mantém a posição de não baixar as armas.
“Ainda cientes das dificuldades, queremos recordar que se não se aceita um cessar-fogo, isso se faz precisamente em benefício de uma construção rápida da paz”, disse o representante do governo.
O porta-voz aifrmou que “o processo [de paz] se adianta em meio ao conflito” e que sabe “que isso gera situações complexas, difíceis de suportar.”
De la Calle revelou que o governo, presidido por Juan Manuel Santos, considera que “o cessar-fogo conduz a uma prolongação do conflito”. Ainda, qualificou de positivo o fato de que as Farc liberaram, na semana passada, dois policiais e um soldado que mantinham cativos, desde o final de janeiro.
Os insurgentes das Farc se manifestaram favoráveis a um cessar-fogo bilateral, enquanto a negociação ainda se realiza. De fato, tiveram a iniciativa unilateral entre 20 de novembro e 20 de janeiro passados, para envolver o governo no mesmo compromisso, como amostra de boa vontade com o processo.
No marco das conversações, o exército revolucionário também se mostrou disposto a liberar três oficiais detidos em janeiro passado, conforme dito na quinta-feira (14) e no sábado (16).
De la Calle disse que os delegados do governo viajaram a Cuba para começar nesta segunda-feira o sexto ciclo de conversações com a esperança de “trazer boas notícias”. Também assinalou que “sem gerar falsas expectativas”, realmente crê “que há uma oportunidade” para pôr fim ao conflito armado de quase meio século.
Ainda assim, o Exército informou neste sábado o assassinato de “El Tío”, chefe da frente 21 das Farc, que foi envolvido em um combate na zona rural do departamento de Tolima (centro do país), junto com outros membros do grupo que o escoltava.
Fonte: Vermelho