Poucas pessoas terão sido surpreendidas pela decisão dos “comunistas” franceses, que dias atrás apoiaram a intervenção imperialista do seu governo no Mali.
Agora, em nome da “modernização” e da “adaptação à realidade atual”, o símbolo histórico das comunistas e dos comunistas franceses cai, segundo decidiu o XXXVI Congresso do ainda denominado Partido Comunista Francês (PCF), que decorre neste fim de semana na região de Paris.
O Congresso chega pouco depois de que o PCF apoiasse a intervenção militar francesa que decorre no Mali.
Alguns dirigentes e militantes reconheceram ter ficado “chocados” pela decisão proposta pela atual direção, com Pierre Laurent como máximo dirigente e defensor da proposta mas, de facto, foi finalmente aprovada.
A decisão terá como objetivo ajudar a que o PCF se dilua no interior da chamada “Frente de Esquerda”, aliança eleitoral da esquerda reformista francesa que tirou o PCF do seu pior momento eleitoral.
Pierre Laurent foi diretor do jornal diário partidário “L’Humanité”, até assumir a liderança do partido em junho de 2010. A sua estratégia de aliança com Mélenchon permitiu ao PCF recuperar votos após tocar fundo em termos eleitorais em anos anteriores, reforçando a linha reformista da sua direção.
O ascenso eleitoral coincide com as teses do que chamam “comunismo de nova geração”, inspirado em experiências como a Syriza grega e outras formações ex-comunistas um pouco por todo o continente.
Fonte: Diário Liberdade.