Jota Parente.- O secretário de meio ambiente do Estado do Pará, José Colares, em inflamado discurso, afirmou na manhã hoje, por ocasião de mais uma reunião para tratar das questões relativas à mineração neste região, que a SEMA vai proibir a atividade de balsas e PCs nos tributários do Rio Tapajós.
O problema é que entre os tributários, muitos já não existem, ou quando existem são correntezas de pura lama, não servindo mais para coisa alguma.
A ação das dragas no leito do rio vai continuar, e pior, agora sob o manto protetor do Estado, que já legalizou algumas e deverá legalizar todas as cerca de 25 que já estão atuando, podendo chegar até a um número de 40.
Imaginem o que é 40 dragas fuçando o leito do rio, concomitantemente.
Tratam-se de equipamentos imensos, que lutilizam motores de até 400 HP, trabalhando 24 horas por dia, revolvendo terra do leito do rio, e jogando água barrenta de volta, como não deixa mentir a foto tirada segunda-feira desta semana.
Uma das graves consequências será o assoreamento do rio, cuja navegabilidade poderá ser muito prejudicada em um futuro breve.
O Estado, com a conivência do município, está decretando a morte inexorável do belo e antes azul Tapajós, assim como aconteceu com o Rio Madeira.
Quem ousa falar sobre este assunto, neste tom, como este jornalista, no blog e no Jornal do Comércio é vítima do desdém dos que só pensam no lucro fácil.
Que o diga Davi Menezes, presidente da CDL, que levantou a questão no encerramento dos trabalhos do secretário Colares, reunido com mineradores, no final da tarde de hoje. Houve um ensaio de vaia contra Davi, porque ele manifestou sua preocupação.
Preparemo-nos para ver muito em breve, a volta da água barrenta do Rio Tapajós, descendo célere rumo a Santarém, onde se localiza sua foz. Por enquanto, sob o silêncio dos santarenos, que não parecem interessados neste assunto.
Quando a água com cor de barro chegar por lá a grita vai ser geral, mas, será tarde. O martelo foi batido e agora já não há mais para quem pedir socorro, pois a última esperança morreu com essa decisão do secretário estadual de meio ambiente.
Infelizmente, é isto que está acontecendo.
Foto: SEMMAP