O monumento Cristo da Paz, de San Marcos, é hoje (16/01) a sede das principais atividades para que os salvadorenhos comemorem nesta capital o aniversário 21 da assinatura dos Acordos de Paz.
O Governo e a Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN) realizaram seu ato de manhã, enquanto que à tarde esse palco será utilizado pela opositora Aliança Republicana Nacionalista (Arena).
Ambas forças políticas foram as que negociaram e assinaram em Castillo de Chapultepec, no México, os Acordos de Paz de 16 de janeiro de 1992, colocando assim fim aos 12 anos de guerra civil que deixaram uma grande polarização e ressentimento na sociedade salvadorenha.
Aquele conflito (1980-1991) deixou mais de 75 mil mortos, uns oito mil desaparecidos, ao redor de 16 mil feridos e mutilados, mais de 500 mil deslocados, meio milhão de refugiados e danos à infraestrutura em mais 1,5 bilhões de dólares.
As atividades comemorativas começaram ontem com um fórum do qual participaram numerosas figuras, entre elas o vice-presidente salvadorenho, Salvador Sánchez Cerén, um dos assinantes dos Acordos de Paz.
Em sua intervenção, o também candidato pelo FMLN para as presidenciais de fevereiro de 2014, qualificou esses acordos de um processo único na América Latina que iniciou a transição democrática em El Salvador.
Disse que falta ainda muito por fazer e entre os desafios pendentes está conseguir que se cumpram aqueles temas que ainda não se cumpriram, sobretudo em matéria de eliminação da pobreza.
Recordou que com um investimento como nunca antes, o Governo tem promovido programas sociais para favorecer os setores menos afortunados e o principal desafio agora é dar sustentabilidade a essas iniciativas.
Assegurou que, para conseguir esse objetivo, o país tem que crescer economicamente e encarar outro dos desafios: garantir a segurança de todos.
Também discursou nesse encontro o então mediador nas negociações pacificadoras, o bispo auxiliar de San Salvador, Gregorio Rosa Chávez, entre outras personalidades.
O FMLN anunciou que organiza outro foro sobre os Acordos de Paz para quinta-feira em um hotel da capital, com a participação dos assinantes dos Acordos.
Ontem, cerca de 200 ex-combatentes, em representação dos soldados feridos em combate, percorreram as ruas de San Salvador e em frente ao Congresso exigiram uma melhora de 50% em suas pensões para adquirir medicinas e receber tratamentos.
Na última semana, ex-soldados das Forças Armadas bloquearam várias vias para exigir elevadas indenizações por participar no conflito e ameaçaram voltar a fazer demonstrações durante este aniversário.
Fonte: Prensa Latina.