Turismo de cruzeiros: O que afundam enquanto flutuam

Por Rodrigo Fernández Miranda.*

(Português/Español).

Alba Sud.- O turismo de cruzeiros evoluiu desde o elitismo a uma progressiva massificação, até converter-se no subsetor que mais cresce durante as últimas décadas na economia globalizada. De forma crítica, esse processo é analisado nos dois novos “papers” da coleção Opiniones en Desarrollo (Opinões em Desenvolvimento), publicados por Alba Sud.

Depois de um importante processo de reconversão de uma indústria naval em decadência pelas inovações em matéria de transporte produzidas durante os períodos bélicos, no final dos ‘Anos Dourados’ da economia mundial (1948-1973) aparece o turismo de cruzeiros moderno. Naquele momento como uma modalidade elitista do turismo internacional. A partir de então, essa atividade tem mostrado um incremento exponencial da demanda e uma sensível inovação e evolução qualitativa da oferta.

Essa prática turística tem sua origem na fusão, por um lado, entre a indústria do ócio e o turismo e, por outro, a do transporte marítimo de pessoas. Assim, o turismo de cruzeiros representa uma combinação entre transporte, alojamento e entretenimento, unido em um mesmo espaço flutuante as infraestruturas necessárias para o deslocamento, a hospedagem, a distração e os demais serviços destinados aos consumidores.

Tal e como aconteceu com o turismo internacional de estância, o estouro do turismo de cruzeiros começou quando a atividade foi deixando de ser concebida como um luxo elitista e começou a ser comercializado também como um luxo, porém, destinado às massas consumidoras, principalmente de países centrais. Anos mais tarde do que o turismo internacional de estância, esse incipiente processo de massificação dos cruzeiros turísticos teve resultados similares: forte crescimento da demanda e diversificação da oferta, redução dos preços de venda e nascimento de novo itinerários e destinos. Da mesma forma, implicou em uma clara tendência à concentração dos operadores e incrementou sobremaneira as consequências negativas derivadas da atividade.

O turismo de cruzeiros é o subsetor que mais crescimento experimentou durante as últimas décadas na economia globalizada: a demanda mundial multiplicou-se quarenta vezes em quatro décadas e durante os últimos seis anos duplicou, superando, em 2011, os vinte milhões de consumidores. No entanto, seu teto parece estar ainda longe de ser alcançado. Quanto à oferta, que está cada vez mais segmentada(1), a bordo das embarcações, que chegam a ter capacidade para até seis mil pessoas, incluem-se serviços como pistas de tênis e de patinação no gelo, piscinas, cassinos, centros de beleza, planetário, centros comerciais, campos de golfe, galerias de arte, centros de negócios, cinemas, SPA, escalada, trampolins, capelas, lavanderia, serviços fotográficos e de revelação e até piscinas com ondas especiais para surfar, entre outras coisas.

Trata-se de uma atividade na qual o território do Estado espanhol, principalmente alguns de seus portos, tende a posicionar-se entre os principais mercados da União Europeia: como país emissor, a demanda se quintuplicou nos últimos dez anos, e como receptor, em 2011, houve mais de cinco milhões de visitas de cruzeiristas. Enquanto isso, o Mediterrâneo quase duplicou sua quota de mercado mundial como destino dos cruzeiros nos últimos cinco anos.

Nessa corrida pelo crescimento, o rastro social, econômica e no meio ambiente que vão deixando atrás de si agrava-se de maneira proporcional a seu crescimento. A massificação dessa atividade, cada vez mais integrada nos padrões de consumo turístico nos países centrais, deriva em que seus impactos sejam cada vez mais profundos e, muitos deles, irreversíveis.

Um paradigma da globalização

Por outro lado, o turismo de cruzeiros é um nítido paradigma do funcionamento da globalização econômica no Século XXI. Em primeiro lugar, características definitórias dessa atividade (como a mobilidade física, a possibilidade de recolocação do capital em tempo e lugar segundo a conveniência dos interesses das operadoras, contar com uma população trabalhadora que possa proceder de qualquer parte do planeta, a possibilidade de selecionar as condições fiscais e trabalhistas nacionais que resultem mais proveitosas para as empresas ou a ausência de regulações globais estritas para a atividade, entre outras), apesar de que mais radicalizadas, são também características definitórias dessa globalização.

A isso, somam-se outros dois aspectos: em primeiro lugar, na oferta o nível de concentração das operadoras é superior seguramente a todas as atividades econômicas globalizadas, com três empresas transnacionais oligopólicas que controlam praticamente todo o mercado mundial. O segundo aspecto são as condições trabalhistas “de conveniência” as quais estão submetidas as pessoas trabalhadoras a bordo: uma precarização extrema do emprego facilitada pelo uso das “bandeiras de conveniência” nesse tipo de embarcações.

Por outro lado, na demanda é destacável que, através de um forte incremento no investimento publicitário, se está conseguindo que os cruzeiros turísticos comecem a integrar os padrões de consumo de ócio nos países do Norte econômico, tendendo a configurar-se como um objeto de desejo massivo e promovendo assim o consumo aspiracional entre as classes médias consumidoras.

Finalmente, também são um emblema dessa globalização econômica os graves impactos que essa atividade traz em todos os níveis, constituindo-se também como um paradigma das desigualdades estruturais, da insustentabilidade do modelo produtivo e do estilo de vida hegemônico nos territórios opulentos do planeta.

Os principais impactos dessa atividade podem ser resumidos da seguinte maneira: a contaminação do ar, da água e da terra e a destruição da biodiversidade marinha em matéria de meio ambiente. No âmbito social, a violação sistemática de direitos sociais, trabalhistas e sindicais, e práticas discriminatórias por motivos de origem étnica ou racial, nacionalidade ou gênero às pessoas trabalhadoras a bordo das embarcações. Por último, a impunidade fiscal e o obscurantismo financeiro através do uso de “bandeiras de conveniência” e paraísos fiscais, além das fortes dinâmicas de controle e de concentração dos benefícios da atividade, com uma competição desigual para as pequenas e médias explorações turísticas nos destinos e praticamente sem derramas para as populações anfitriãs.

Por trás do cenário do luxo e da exclusividade, os bastidores do turismo de cruzeiros põem em evidência um exemplo radical dessa globalização econômica desenhada unicamente para o benefício do grande empresariado e que está resultando empobrecedora para as maiorias, exploradora para os trabalhadores/as, saqueadora para os recursos e para os materiais e devastadora para as condições naturais do conjunto do planeta.

O pior está por vir?

No storytelling(2) dominante existe um esquecimento proposital dos limites biogeofísicos de inputs (por exemplo, o esgotamento dos recursos) e de outputs (por exemplo, a saturação dos sumidouros) com os quais, necessariamente, se enfrentam os modelos de produção, transporte, distribuição e consumo. Esse é um dos relatos ficcionais com um forte conteúdo ideológico e, com certeza, com uma menor carga lógica e verídica. Apesar disso, conseguiu converter-se em um reflexo do imaginário coletivo das sociedades de consumo.

No entanto, a realidade se impõe e mostra que as evidências no meio ambiente devido à insustentabilidade do modelo são cada vez mais inquestionáveis. Por exemplo, a mudança climática, a contaminação da água, da terra e do ar, a perda de biodiversidade ou o esgotamento das matérias primas, dos recursos e das fontes de energia são alguns dos elementos que podem ilustrar esse cenário.

Nesse contexto de crise ecológica, energética e climática que o planeta atravessa, o turismo de cruzeiros aparece como uma aposta de presente e futuro do grande empresariado turístico, em um sentido contrário a essa realidade dos limites. Enquanto que o turismo internacional massivo de estância parece aproximar-se a uma situação de saturação, a história comercial dos cruzeiros turísticos parece estar começando a ser escrita. O fato de pensar que o auge e os recordes de deslocamentos desse subsetor podem estar ainda por chegar, obriga a pôr atenção especial nessas questões.

O modelo de desenvolvimento turístico no capitalismo global está se autocondenando ao crescimento infinito para garantir sua própria sobrevivência, pelo que, vivendo em um mundo finito e de recursos limitados, se poderia dizer que é um modelo suicida. Por isso, para contrapor esse absurdo, torna-se cada vez mais imprescindível uma reflexão crítica sobre as formas de viajar, de desfrutar, de conhecer e de descansar no marco das sociedades de consumo, ao mesmo tempo em que se vão construindo e promovendo alternativas Norte-Sul para outros turismos.

Assim, as iniciativas impulsionadas desde os movimentos por um turismo responsável se apoiam em um conjunto de princípios e critérios fora das lógicas produtivistas e economicistas e relacionados com valores como equidade, solidariedade, justiça ou respeito pelo meio ambiente. Quanto as formas de produção, se propõe que um turismo responsável deve promover o desenvolvimento local das comunidades receptoras, contribuir à proteção e conservação das condições naturais do território, ser social e economicamente sustentável, ser produzida em pequena escala e com condições trabalhistas dignas. Com relação às formas de consumo, se propõe um turismo fora das lógicas e dinâmicas do consumismo, se apela à responsabilidade das pessoas que viajam, se insta a respeitar as culturas locais e a realizar intercâmbios interpessoais com papeis horizontais.

Nesse sentido, trata-se, por um lado, de uma transformação sociocultural que incida diretamente em uma mudança essencial no estilo de vida das classes médias consumidoras nas sociedades do Norte econômico. Por outro lado, de uma evolução que coloque a vida no centro, a economia a serviço das pessoas e a sustentabilidade social e do meio ambiente como norma de um novo modelo econômico, produtivo e de desenvolvimento.

Notas:

(1) Entre os distintos segmentos no turismo de cruzeiros, pode-se destacar: cruzeiros de golfe, enológicos, para singles, temáticos, para gays, naturistas, para empresas, de grande luxo, entre outros.
(2) Esse conceito pode ser explicado da seguinte maneira: “…o pdoer que têm as histórias para constituir uma realidade […]. E o storytellingchegou a rivalizar com o pensamento lógico […]. Uma história que procura uma explicação tranquilizadora dos acontecimentos também pode enganar ao eliminar as contradições e as complicações”. Fonte: Lynn Smith, “Not the same old story”, The Los Angeles Times, 2001.
[Rodrigo Fernández Miranda é membro da equipe de investigação de Alba Sud, onde administra o blog Terminales, sobre os impactos das sociedades de consumo no capitalismo global.
Faça o download dos “papers” aqui: primera parte e segunda parte]

Fonte: http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=72139

Turismo de cruceros: Lo que hunden mientras flotan

Por Rodrigo Fernández Miranda.

El turismo de cruceros ha evolucionado desde el elitismo a una progresiva masificación, hasta convertirse en el subsector que más crece durante las últimas décadas en la economía globalizada. De forma crítica se analiza este proceso en dos nuevos papers publicados en la colección Opiniones en Desarrollo.

Después de un importante proceso de reconversión de una industria naviera en decadencia por las innovaciones en materia de transporte producidas durante los períodos bélicos, a finales de los Años Dorados de la economía mundial (1948-1973) aparece el turismo de cruceros moderno. En aquel momento como una modalidad elitista del turismo internacional. A partir de entonces, esta actividad ha mostrado un incremento exponencial de la demanda y una sensible innovación y evolución cualitativa de la oferta.

Esta práctica turística tiene su origen en la fusión, por una parte, entre la industria del ocio y el turismo y, por la otra, la del transporte marítimo de personas. Así, el turismo de cruceros representa una combinación entre transporte, alojamiento y entretenimiento, uniendo en un mismo espacio flotante las infraestructuras necesarias para el desplazamiento, la estancia, el esparcimiento y los demás servicios destinados a los consumidores.

Tal y como sucedió con el turismo internacional de estancia, la estampida del turismo de cruceros se inició cuando la actividad fue dejando de ser concebida como un lujo elitista y comenzó a comercializarse como un lujo pero destinado a las masas consumidoras, principalmente de países centrales. Aunque años más tarde que en el turismo internacional de estancia, este incipiente proceso de masificación de los cruceros turísticos tuvo resultados similares: fuerte crecimiento de la demanda y diversificación de la oferta, reducción de los precios de venta y nacimiento de nuevos itinerarios y destinos. Asimismo, implicó una clara tendencia hacia la concentración de los operadores e incrementó sobremanera las consecuencias negativas derivadas de la actividad.

El turismo de cruceros es el subsector que mayor crecimiento ha experimentado durante las últimas décadas en la economía globalizada: la demanda mundial se ha multiplicado cuarenta veces en cuatro décadas, y durante los últimos seis años se ha duplicado, superando en 2011 los veinte millones de consumidores. Sin embargo, su techo parece estar todavía lejos de alcanzarse. En cuanto a la oferta, que está cada vez más segmentada [1], a bordo de las embarcaciones, que llegan a tener capacidad hasta para seis mil personas, se incluyen servicios como pistas de tenis y de patinaje sobre hielo, piscinas, casinos, centros de belleza, planetario, centros comerciales, campos de golf, galerías de arte, centros de negocios, cines, spa, rocódromos, trampolines, capillas, lavandería, servicio de revelado de fotografías, y hasta una ola artificial para deslizarse dentro del crucero, entre otros.

Se trata de una actividad en la que el territorio del Estado español, principalmente algunos de sus puertos, tiende a posicionarse entre los principales mercados de la Unión Europea: como país emisor, la demanda se quintuplicó en los últimos diez años, y como receptor, en 2011 hubo más de cinco millones de visitas de cruceristas. Mientras tanto, el Mediterráneo casi ha duplicado su cuota de mercado mundial como destino de los cruceros en los últimos cinco años.

En esta carrera por el crecimiento, la huella social, económica y medioambiental que va dejando tras de sí el subsector del turismo de cruceros se agrava de manera proporcional a su crecimiento. La masificación de esta actividad, cada vez más integrada en los patrones de consumo turístico en los países centrales, deriva en que sus impactos sean cada vez más profundos y, muchos de ellos, irreversibles.

Un paradigma de la globalización

Por otra parte, el turismo de cruceros es un nítido paradigma del funcionamiento de la globalización económica en el Siglo XXI. En primer lugar, características definitorias de esta actividad (como la movilidad física, la posibilidad de recolocación del capital en tiempo y lugar a conveniencia de los intereses de las operadoras, contar con una población trabajadora que puede proceder de cualquier parte del planeta, la posibilidad de seleccionar las condiciones fiscales y laborales nacionales que resulten más provechosas para las empresas o la ausencia de regulaciones globales estrictas para la actividad, entre otras), aunque más radicalizadas, son también características definitorias de esta globalización.

A esto se deben añadir otros dos aspectos: en primer lugar, en la oferta el nivel de concentración de los operadores es superior seguramente a todas las actividades económicas globalizadas, con tres empresas transnacionales oligopólicas que controlan prácticamente todo el mercado mundial. El segundo aspecto son las condiciones laborales “de conveniencia” a las que están sometidas las personas trabajadoras a bordo: una precarización extrema del empleo facilitada por el uso de las “banderas de conveniencia” en este tipo de embarcaciones.

Por su parte, en la demanda es destacable que, a través de un fuerte incremento en la inversión publicitaria, se está logrando que el cruceros turísticos comience a integrar los patrones de consumo de ocio en los países del Norte económico, tendiendo a configurarse como un objeto de deseo masivo y promoviendo así el consumo aspiracional entre las clases medias consumidoras.

Finalmente, también son un emblema de esta globalización económica los graves impactos que esta actividad conlleva a todos los niveles, constituyéndose así también como un paradigma de las desigualdades estructurales, de la insostenibilidad del modelo productivo y del estilo de vida hegemónico en los territorios opulentos del planeta.

Los principales impactos de esta actividad se pueden resumir de la siguiente manera: la contaminación del aire, el agua y la tierra y la destrucción de biodiversidad marina en materia medioambiental. En el ámbito social, la violación sistemática de derechos sociales, laborales y sindicales, y prácticas discriminatorias por motivo de origen étnico o racial, nacionalidad o género a las personas trabajadoras a bordo de las embarcaciones. Por último, la impunidad fiscal y el oscurantismo financiero a través del uso de “banderas de conveniencia” y paraísos fiscales, además de las fuertes dinámicas de control y concentración de los beneficios de la actividad, con una competencia desigual para las pequeñas y medianas explotaciones turísticas en los destinos, y prácticamente sin derramas para las poblaciones anfitrionas.

Detrás del escenario del lujo y la exclusividad, las bambalinas del turismo de cruceros ponen en evidencia un ejemplo radical de esta globalización económica diseñada únicamente para el beneficio del gran empresariado, y que está resultando empobrecedora para las mayorías, explotadora para los trabajadores y trabajadoras, saqueadora para los recursos y los materiales, y devastadora para las condiciones naturales del conjunto del planeta.

Lo peor, ¿por venir?

En el storytelling [2] dominante existe un interesado olvido de los límites biogeofísifos de inputs (por ejemplo, el agotamiento de los recursos) y de outputs (por ejemplo, la saturación de los sumideros) con los que, necesariamente, se enfrentan los modelos de producción, transporte, distribución y consumo. Este es uno de los relatos ficcionales con un fuerte contenido ideológico y, seguramente, con una menor carga lógica y verídica. Aunque, a pesar de ello, haya logrado convertirse en todo un reflejo del imaginario colectivo de las sociedades de consumo.

Sin embargo, la realidad se impone, y muestra que las evidencias medioambientales de la insostenibilidad del modelo son cada vez más incuestionables. Por ejemplo, el cambio climático, la contaminación del agua, la tierra y el aire, la pérdida de biodiversidad o el agotamiento de las materias primas, los recursos y las fuentes de energía son algunos de los elementos que pueden ilustrar este escenario.

En este contexto de crisis ecológica, energética y climática que atraviesa el planeta, el turismo de cruceros aparece como una apuesta de presente y futuro del gran empresariado turístico, en un sentido contrario a esta realidad de los límites. Mientras que el turismo internacional masivo de estancia parece acercarse a una situación de saturación, la historia comercial de los cruceros turísticos parece estar comenzando a escribirse. El hecho de pensar que el auge y los records de desplazamientos de este subsector pueden estar todavía por llegar, obliga a poner especial atención en estas cuestiones.

El modelo de desarrollo turístico en el capitalismo global está auto-condenado al crecimiento infinito para garantizar su propia supervivencia, por lo que, viviendo en un mundo finito y de recursos limitados, se podría decir que es un modelo suicida. Por ello, para contrarrestar este sinsentido se hace cada vez más imprescindible una reflexión crítica sobre las formas de viajar, de disfrutar, de conocer y de descansar en el marco de las sociedades de consumo, a la vez que se van construyendo y promoviendo alternativas Norte – Sur para otros turismos.

Así, las iniciativas impulsadas desde los movimientos por un turismo responsable se apoyan en un conjunto de principios y criterios fuera de las lógicas productivista y economicista, y relacionados con valores, como la equidad, la solidaridad, la justicia o el respeto por el medioambiente. En cuanto a las formas de producción, se plantea que un turismo responsable debe promover el desarrollo local de las comunidades receptoras, contribuir a la protección y conservación de las condiciones naturales del territorio, ser social y económicamente sostenible, producirse a pequeña escala y con condiciones laborales dignas. Respecto a las formas de consumo, se propone un turismo fuera de las lógicas y dinámicas del consumismo, se apela a la responsabilidad de las personas viajeras, se insta al respeto a las culturas locales y a unos intercambios interpersonales con roles horizontales.

En este sentido se trata, por una parte, de una transformación sociocultural que incida directamente en un cambio esencial en el estilo de vida de las clases medias consumidoras en las sociedades del Norte económico. Por otra parte, de una evolución que ponga a la vida en el centro, a la economía al servicio de las personas, y a la sostenibilidad social y medioambiental como norma de un nuevo modelo económico, productivo y de desarrollo.

Notas:

[1] Entre los distintos segmentos en el turismo de cruceros se pueden destacar: cruceros de golf, enológicos, para singles, temáticos, para gais, naturistas, para empresas, de gran lujo, entre otros.

[2] Este concepto se puede explicar de la siguiente manera: “…el poder que tienen las historias para constituir una realidad […] Y el storytelling ha llegado a rivalizar con el pensamiento lógico […] Una historia que procura una explicación tranquilizadora de los acontecimientos también puede engañar al eliminar las contradicciones y las complicaciones”. Fuente: Lynn Smith, “Not the same old story”,  The Los Angeles Times, 2001.

Fonte: Adital.

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