Resposta à calúnia do vereador Márcio de Souza intitulada: O velho e as antigas manias fascistas

    Por Loureci Ribeiro.

    (Ver texto de Márcio de Souza abaixo).

    Em 1980 eu já havia passado pela experiência da Novembrada/1979, era estudante da segunda fase do Curso de Arquitetura, e entrei por opção e convicção pessoal no PT, assim como saí 24 anos depois por divergências, como ato político individual, pela porta da frente com muita honra e clareza política, sem arrependimentos e sem dever favor, cargo ou emprego ao Partido. Dediquei de forma voluntária, como poucos, os melhores anos de minha vida ao PT e movimentos populares. Disso me orgulho e não alimento ódio, no máximo profundas divergências políticas e nem rancor ao PT e aos seus militantes/dirigentes, entre os quais cultivo amizades, alianças táticas e algumas estratégicas. Porem de alguns não há como me considerar aliado diante de suas posturas políticas e de classe. Nisso reside minha divergência política com o mandato e a forma rasteira que usa o senhor Marcio de Souza, para caluniar, ao buscar responder as críticas diante de suas opções políticas servis na Câmara, ao governa Dário Berger e à sua base de apoio, conservadora, parasita e predadora dos recursos e potenciais de nossa cidade e nosso povo.

    Márcio, faz-se de vitima e parte para calúnia, para esconder sua política e alianças de colaboração de classes e objetivos antagônicos, usando para isso de qualquer método como o fez durante o breve mandato do LINO, para proteger seu chefe Dário ao retomar o mandato para impedir a postura de oposição do LINO e a CPI da AFLOV. Inclusive fez vistas grossas quando da tentativa de agressão física feita ao LINO, por seu assessor que só foi contido pela segurança da Câmara de Vereadores, no ano passado, na disputa de emprego e posição política, ao velho estilo dos coronéis e seus jagunços.

    Aos que de fato queiram saber a minha versão dos fatos reescritos e adulterados pelo Marcio, peço que leiam esta resposta e me coloco a disposição para qualquer questionamento. Faço esta resposta em respeito à história do PT, nossos movimentos sociais e seus militantes. Para tanto, uso de inicio dois breves parágrafos que faziam parte de minha avaliação do PT, em 2003, antes de minha desfiliação do partido, por entender que ainda tem muitos elementos daquela avaliação que julgo servem para esta polêmica:

    O partido que não for capaz de unir seus filiados, bases militantes e sociais, como instrumento democrático de formação, emancipação e organização política para atuação e mobilização na sociedade – onde se vincule teoria e pratica social, com programa e alianças políticas coerentes aos objetivos de transformação da sociedade, pela construção de uma nova hegemonia coletiva, por um projeto utópico e libertador, no qual, cada um possa voluntariamente dar sua parcela de militância e sacrifício – está fadado ao caminho da burocracia, esquizofrenia política e pavimentando a derrota da revolução utópica.

    Pois utopia, pressupõe construção coletiva e solidária, superação dos valores e ordens estabelecidas, pelos velhos sujeitos e sociedades. Pressupõe pilares fortes de uma obra em construção, num processo libertador e cotidiano em todas as dimensões de nossas vidas públicas e privadas, pela conquista da felicidade imaginada por novos sujeitos coletivos, junto a sociedade, e não por uma felicidade tutelada e oferecida, permitida, controlada e gestada por alguns messias e iluminados – dirigentes, chefes de executivo, deputados e vereadores – que como se estivessem acima das classes, não estão afeitos a criticas nas suas ações e pretensas governabilidades sobre o ingovernável, são mais realistas que o próprio rei e mais partido que o próprio partido.

    Neste período que estive no partido, entre 1980 e 2004, possivelmente alguns de vocês ainda não eram nascidos, filiados ao PT ou nem moradores de Florianópolis. Esta resposta é a minha percepção (e portanto sujeita a discordâncias) do processo de construção do PT entre 85 e 96, período destacado pelo Márcio em suas calunias. Neste período ele se elegeu vereador em 1992, articulado num clima da maior unidade partidário que o partido já construiu até aqui em Florianópolis. Porem ele falseia os fatos para se fazer de vítima e perseguido por questão de racismo. E assim busca fugir ao verdadeiro debate que iniciou esta polêmica, qual seja: as Alterações de Zoneamento na Câmara de Vereadores e o escandaloso servilismo do Marcio ao prefeito Dário Berger. (ver ao final o meu texto inicial desta polêmica e a resposta do Márcio). Vamos então ver as calunias:

    Não sei qual documento que tenha sido escrito por mim – ou por uma tendência com a qual me articulava na época – que tratava da tática eleitoral, na qual ele atribui de forma sutil como sendo um caso de preconceito, aquilo que teria sido uma possivel manifestação contraria a legítima postulação de pré-candidatura da valiosa Benedita da Silva, na época deputada federal/RJ, para a posição de vice na chapa do LULA, deputado federal/SP. Oras, na época buscávamos atingir um público para alem da parcela da sociedade já articulada pela figura do Lula. Portanto, com Lula, a base da Bene já estava integrada na campanha, e neste caso era importante ampliar com as possibilidades oferecidas pelo PSB e PCdoB. Lembro que buscávamos inclusive o Miguel Arraes, governador/PE-PMDB (porem ele só se filiou ao PSB em 1990), e ficamos com o Bisol, senador PSB/RS. Se não fosse a Globo teríamos ganhado as eleições. Sem dúvida foi acertada a decisão, porem nem de longe foi um ato de preconceito ou veto a Benedita da Silva.

    Posso ter vários defeitos, porem ser racista, este defeito não tenho. Meu pai era descendente de português, negro e índio. Nasci em Criciúma, me criei e tive tantos amigos negros quanto brancos. Vivíamos uns na casa dos outros. Morei em bairro de operários, minha família foi formada de gráficos e mineiros, eu fui gráfico dos 9 aos 15 anos. Minha ação profissional de arquiteto, junto aos operários de obra, minha militância nos movimentos sociais e no partido, nunca foram objetos, prática ou tolerantes ao racismo. Meu passado e presente não dão a este senhor o direito de insinuar que sou racista ou ditador, porem sou intolerante com carreirismo e estelionato eleitoral. Verdadeiras chagas de oportunistas e clientelistas ocupantes de funções e cargos públicos, sejam eleitos ou indicados. Me aponte um caso concreto de abuso de poder e racismo e farei a reparação devida.

    Porem essa é sua surrada tecla e método, se fazer de vítima de brancos racistas e autoritários, como resposta a qualquer um que ousar discordar de seu projeto e ação política servil e personalista. Minhas discordâncias com o Márcio nunca foram de raça, mas sim divergências de método, alianças e programa político, por isso sempre tive como método escrever minhas posições e expô-las à critica de forma direta, sem meias palavras e rabo preso.

    Quanto ao dito tribunal montado para julgar e expulsar uma militante de uma comunidade é melhor dar nome, data e endereço, se possível que junto constitua advogado para que eu seja penalizado para reparar tal dano moral cometido… Isso só não é cômico porque é de fato expressão de sua esquizofrenia política.

    Quem viveu aquele período, sabe o quanto foi promissor e rica as nossas relações militantes na cidade, de unidade entre movimentos populares e sindicais, com destaque para o excelente mandado do nosso único vereador na época, Vitor Sérgio Schimidt. Nossa unidade na ação, nunca foi um processo planejado pelas direções das tendências, porem era vontade da base, pois tínhamos entre os filiados um sentimento de unidade na certeza de que fazíamos parte de um grande projeto histórico, coletivo e de classe.

    Tinhamos razoável tolerância e unidade nas frentes de massa, nos movimentos de oposições sindicais e nos sindicatos, recém tirado das mãos dos pelegos. A UFSC e Universidades eram o nosso grande seleiro e de toda a esquerda brasileira com os quadros políticos da ADs e ANDES. No setor popular tinham peso nossas relações com ações e as lutas do CECA-Centro de Estudos da Cidadania, NEN–Núcleo de Estudos Negros, CEDEP-Centro de Evangelização e Educação Popular, CAPROM- Centro de Apoio e Promoção do Migrante, Comissão de Associações de Morros e Periferias e o Movimento dos Sem Tetos, alem das ações Pastorais-ASA e do Movimente de Meninas e Meninos de Rua. No setor popular a divergência se dava entre estes setores acima e a UFECO, até então hegemonizados pelo PMDB e PDS-Amin, desde os Comandos Sociais em 1984.

    Naquele período eu, Elisa, Hugo e Marival, eramos uns dos que estavam a frente da Secretaria Municipal de Movimentos Populares. Quem viveu aquele período não pode dar aval a esta farsa que montou o Márcio. Para isso trago à memória a articulação política, orgânica e fraterna que tínhamos na época, e por dentro da Secretaria de Mov Popular, com militantes sociais como Pe Vilson, Ivone, Marli, Elisa, Carlos, Lázaro, Hugo, Rosa, Celinho, Amarildo, Sandra, Queiroz, Chafa, Roberto, Bete, Marival, Teco, Argeu, Melita, Dirceu, Preta, Sabanay, Eriberto, Herminio, Lino, Marilu, Ivan, Jeruse, Nogueira e o próprio Marcio, entre outros tantos valorosos militantes.

    Foi este potencial e unidade política acima – inserida nas lutas e mobilizações da Reforma Urbana, moradia, urbanização e regularização fundiária do MSTetos- que possibilitou, em grande parte, a vitória da Frente Popular em 1992. Porem, contar a história para quem não a viveu, a depender do narrador e do público, dentro dela tudo pode ser reescrito e editado por conveniência, como por exemplo, faz o Márcio ao esconder que fiz parte do grupo de apoio de sua campanha á reeleição em 1996. Situação no mínimo contraditória para o discurso dele, pois se agora ele me pinta como intolerante, arrogante, racista e ditador sumário, desde 1989, antes de meu apoio a sua campanha, quer dizer que em 1996 ele no mínimo foi conivente com isso que diz que eu era, ao buscar o meu apoio.

    Neste quadro de esquizofrenia política, ele tenta jogar lama inclusive nos motivos políticos que levaram ao meu afastamento do mandato do Lázaro. Na época por divergências políticas que diziam respeito à quebra de princípios de gestão coletiva (no meio do mandato), que faziam parte do acordo estabelecido quando da escolha do nome do Lázaro para ser vereador. Minhas divergências com o Lázaro foram muito mais na gestão administrativa e política do mandato com os movimentos e o partido. Me afastei por apção, não fui vetado, até porque meu trabalho no PT sempre foi voluntário, diferente de muitos carreiristas e oportunistas. Isso ta tudo registrado em documentos da época, como podem comprovar Hugo, Roberto e Elisa. Inclusive o processo unitário de definição das duas candidaturas. Porem cada qual gestada por seus pares e bases apoiadoras na Secretaria de Movimento Popular do PT. Eu naturalmente era da base e direção das lutas da Reforma Urbana, por isso fui um dos coordenadores com Elisa, Roberto, Carlos e Hugo da campanha do Lázaro. Onde esta o plano de impedimento de sua candidatura? Tambem convém destacar que, mesmo tendo divergências, sempre mantive respeito pelo Lázaro, pois diferente do Márcio, ele não fez a corte para adversários políticos.

    Ainda quanto a unidade na ação que o Márcio esconde, como vitima de perseguição e armação, foi fato que inclusive com apoio do Pe Vilson fizemos uma campanha articulada com o Márcio junto as populações negras que compunham também a base social da campanha do Lázaro entre os moradores de Morros, Periferias e Sem Tetos. Naquela época o Márcio tinha sua maior referencia política junto aos professores do SINTE, e nós estávamos muito mais presentes nos morros e periferias onde se concentram as populações negras. Foi a partir deste primeiro mandato, com o excelente trabalho da Jeruse e dos militantes do NEN, e depois dos sindicalistas do SEC, que o Márcio passou a ter maior visibilidade, apoio e trabalho junto as demandas das populações negras, e junto aos comerciários.

    Com os dois eleitos, buscamos manter a unidade e construímos uma assessoria coletiva com Hugo, Elisa, Sabrina, Jeruse e uma advogada ligada ao Movimento Negro (Flávia?), e buscávamos atuar de forma coordenada dentro da Câmara, no PT e quando possível nos movimentos. Márcio era oriundo da militância no SINTE e junto ao NEN e por extensão ao CECA que abrigava o NEN. Lázaro era oriundo do CEDEP, CAPRON, Pastorais, MSTeto, Associações de Morros e Periferias e Pescadores. Cada qual articulados por e com estes seus setores na campanha e com apoio da Secretaria de Movimentos Populares do PT.

    Na busca de se manter por 24 anos na Câmara de Vereadores, Marcio de Souza, no desespero de quem não tem razoáveis argumentos políticos coerentes para suas ações servis ao PMDB do DÁRIO, e junta-se ao mesmo e ao discurso de outras bocas pagas, para taxar de fascistas quem ousar discordar do patrão, fazendo corro a quem criminaliza os movimentos, falseia fatos, se faz de fraco e oprimido, vitima de um adversário furioso, destrutivo e covarde. Isso é pura conversa prá boi dormir, para fugir ao debate das idéias de projetos políticos distintos.

    Na responsabilidade de fazer o debate franco, e oportuno neste período de escolhas políticas, no campo das idéias e das práticas de cada um, e para o julgamento de valor de todos, anexo abaixo os dois textos iniciais desta polêmica, um meu e outro do Márcio.

    Saudações,

    Ci Ribeiro arquiteto e urbanista – militante da Reforma Urbana

    Membro da Câmara de Meio Ambiente e Saneamento do Fórum da Cidade

    ………………………………………………………………………

     Crime na Alteração de Zoneamento: É HORA DE FAXINA GERAL NA CÂMARA DE VEREADORES

    Ao prezado vereador Ricardo Vieira,

    Esta discussão sobre a última votação de alteração de zoneamento na Câmara de Vereadores, na qual você participou, alem de vir na contramão de nossos debates quanto aos limites ambientais que deve orientar o novo Plano Diretor e ao processo de debate da incapacidade e inadequação da infra-estrutura do nosso Sistema de Tratamento de Esgoto, também diz respeito a algo muito caro para nós militantes do campo democrático e popular. Diz respeito a busca de garantias de qualidade de vida e do controle social e gestão democrática, para empoderamento da população, nos espaços políticos que participamos diretamente ou naqueles que por força do modelo e organização da sociedade temos que nos submeter ao processo de representação. Este é o caso do legislativo municipal, onde nossa voz cidadã é exercida através de vocês vereadores.

    Por isso ha de se resgatar e garantir de um mínimo de regramento, transparente e ética no exercício das suas funções e decisões legislativas. Portanto este é o centro desta discussão, que não pode ser minimizada por nossas amizades e compromissos à priori, visto que o método de gestão transparente das ações de vocês no legislativo é o primeiro de todos os compromissos que você como vereador popular deve respeitar.

    Estamos ao questionar a sua postura, de ter participado daquela votação escandalosa, não questionando seus sonhos de uma nova sociedade, mas ao fato de aceitar aquele golpe, método e relação política legislativa que nega a transparência, o debate democrático, o controle social e, portanto nega a busca da construção de uma nova forma de fazer política e uma nova sociedade. Por isso lamentamos sua postura de ter se deixado enquadrar nesta armadilha, montada pelo SINDUSCON, que dias antes da votação fez o habitual lobby nos gabinetes dos vereadores, como foi do conhecimento dos membros da casa, e inclusive presentes na referida sessão.

    Você na sua resposta às atuais criticas feita aqui na rede, busca explicar o cenário no qual se deu a votação e isso é importante. Porem não menciona este fato do lobby do SINDUSCON, que por si só seria o suficiente para vocês tivessem alertado seus pares, nos movimentos sociais e políticos, para que nos mobilizássemos contra este golpe que na surdina estavam preparando. Mas não fomos alertados, ou seja, fomos excluídos de ter acesso a informação importante, por quem cabia o fazer, e este alguém era você e sua assessoria. E só agora vocês estão fazendo por que repercutimos os resultados daquela votação nas redes virtuais, se não tudo ficaria as escondidas. Mesmo assim suas respostas deixam mais claro o erro cometido, em especial por sustentarem ainda que foi correta a posição adotada, como se isso fosse razoável, o que não nos parece.

    Neste sentido é muito emblemática a postura do vereador Dalmo Menezes, que justifica o método, de votar em bloco e de forma cifrada, como coisa natural na Câmara e que esta grita só esta acontecendo por interesses eleitorais. Agora até o prefeito e os três principais candidatos, que contam com apoio de setores do SINDUSCON, dizem que irão vetar a aprovação em segundo turno. Demagogos!

    Não se esta aqui falando de traição, porem apenas de um grave erro político. E não podemos dizer que isso seja fruto de sua ingenuidade, pois sabias com quem estavas tratando. Vejam, fica claro que eles não tem o mínimo de preocupação com os holofotes da imprensa e da sociedade neste momento eleitoral, tamanha a impunidade que têm estes senhores do SINDUSCON, em especial o Sr Hélio Barrios, que julga estar acima da imputabilidade de crimes de corrupção ativa e passiva. Onde tem o dedo do Sr Barrios, via de regra há a busca de privilégios ao capital especulativo imobiliário, porem vocês os tratam como se fossem homens honrados, e isso os tornam mais impunes.

    Por isso lamentamos sua decisão de votar em bloco projetos tão distintos, e oriundos destes setores em meio às eleições e das pendengas do processo de definição do Plano Diretor Participativo. Soma-se a isso também o fato da sua posição na votação do Projeto do Defeso, onde você agiu e se indispôs com a comunidade, sem dialogar com os representantes populares. Diante destas suas posturas contraditórias, é bem provável que o SINDUSCON previamente avaliou que não haveria de ter qualquer preocupação com sua manifestação, pois o acordo para votação já estava selado. Montaram o circo e arapuca e você resolveu ficar dentro e pagar este preço alto. Este foi um de seus principais erros e, que se repetem dentro dos mandatos da dita esquerda, ao se submeterem a estas armações. Colocaram interesses de comunidades da sua base no pacote da votação e você se dispôs a votar contra outras comunidades. Ganhou novamente o SINDUSCON.

    Quando vocês irão aprender?? Já não basta o que ocorreu na eleição da mesa diretora da Câmara? Naquela ocasião sobrou muito para você explicar sobre relações de vocês vereadores com os lobistas do SINDUSCON, coisas ainda hoje muito nebulosas.

    Meu caro, por sua vez dar como justificativa que você estava fora do mandato, por uma opção do seu partido – de realizar rodízio de vereador suplente – isso é uma explicação meia-boca. Te pergunto como fica o seu acordo com o voto do eleitor??? Quem te elegeu não imaginou que irias deixar de acompanhar a tramitação e votação de projeto de alteração de zoneamento, ainda mais aqui em Florianópolis!! Oras, num período tão curto de revezamento de vereador, o Partido e a sua Assessoria deveria ter mantido você alerta e vigilante. Para o seu eleitor você é o titular, o seu acordo de rodízio, deveria assegurar os seus compromissos, pois o partido é seu, o acordo foi seu, e quem deveria zelar pelas demandas da sociedade deveria ser você que foi eleito pelo povo.

    Ta na hora dos partidos e sociedade acabarem com estes estelionatos eleitorais de seus eleitos. No PT de Floripa temos um exemplo muito emblemático. MARCIO DE SOUZA, vereador a 20 anos, foi eleito vereador com programa de governo e critica eleitoral do PT de total oposição ao Prefeito DARIO. Porem logo que eleito, passou a compor a base do governo, abandonou a interlocução com os movimentos populares, votou com o governo em várias situações polemicas, foi Secretário de Cultura e Turismo do Município, e quando viu que seu suplente o arquiteto professor LINO PERES colocou seu mandato junto aos movimentos e no enfrentamento com as falcatruas do DARIO, entre elas os escândalos da AFLOV, ele (Márcio) retorna ao mandato do suplente (Lino) a pedido do DARIO, para impedir a criação da CPI da AFLOV, e o PT nada falou. O incrível disso é que o LINO, hoje é candidato a vereador e disputa uma vaga exatamente com o mesmo MÁRCIO, que se eleito vai servir novamente ao chefe do executivo e não ao eleitor e ao partido!!! E o PT mesmo assim o deixa ser candidato a vereador. Isso, portanto deixa claro que o Marcio é da base do DARIO com o aval do PT. Porem o PT se finge de morto, e o LINO que poderá ser importante apoio aos movimentos sociais na câmara, corre o risco de ser novamente suplente do MARCIO. Oras quando é que os partidos e seus filiados irão controlar seus vereadores??

    Portanto dizer que você estava impedido de acompanhar a tramitação dos projetos devido ao rodízio, isso não tira de você e do seu partido a responsabilidade com o eleitor. Como poderemos confiar nos eleitos e partidos??? Vocês nos pedem voto, mas não assumem compromissos para se fazer cumprir os programas de governo que nos prometem nas campanhas.

    A verdade é que após elegermos prefeitos e vereadores, nunca vimos mais os partidos irem às ruas, no dia a dia de nossas lutas, com tanto vigor como nas eleições. Mesmo agora, nestas eleições de 2012, os partidos da sua aliança para prefeito FOGEM das Audiências Públicas e Debates por nós promovidos (como o que fizemos na TV Floripa dia 14 de setembro) para discutir as principais demandas populares que a conjuntura exige: Defeso para o Plano Diretor; Desprivatização do Transporte Coletivo; Combate aos crimes da CASAN e Prefeitura com o Saneamento Básico/Praias/Maricultura e Meio Ambiente; Plano Habitacional, oferta e Regularização Fundiária para população de renda até 3 salários mínimos; Salvaguarda Ambiental das Baias Norte e Sul, Praias e Lagoas; Defesa da Ponta do Coral 100% Pública e criação dos nove Parques em debate; Projeto Orla e Gerenciamento Costeiro. Desses debates urgentes sua candidata a prefeito foge, pois está de olho nos recursos das empreiteiras do SINDUSCON, financiadores de campanhas.

    Possivelmente isso é que tem feito com que sua candidata se apegue ao argumento vesgo/parcial do Estado Democrático de Direito, para tentar criminalizar nosso movimento pela conquista da Ponta do Coral 100% Pública, e com isso vocês jogam na lata do lixo o ESTATUTO DAS CIDADES e o princípio democrático da FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE. Isso é um horror político, ainda mais vindo da boca de quem se diz comunista. Se vocês são comunistas tendo esta postura, portanto eles não precisam de capitalistas para continuarem especulando as coisas e infraestruturas públicas com suas propriedades ociosas e privilégios para construírem.

    Caro Dr. Ricardo, penso que os partidos e candidatos para pedir nossos votos, deveriam antes de mais nada nos dizer quem está financiando as suas campanhas. Este é um bom desafio para vocês responderem. Por exemplo: é verdade que a AVOA, HANTEI e SINDUSCON estão liberando enormes recursos para o CESAR, GEAN e ANGELA??? Que tal um pouco de transparência? Isso têm alguma coisa haver com a votação da semana passada?

    Isso iria nos ajudar a perceber a quem vocês irão servir caso eleitos, tanto vereadores como prefeitos. De onde vem tanto dinheiro que permite a cada vereador ter a cota de 300 mil santinhos/cédulas??? Poxa, nós não temos nem isso em numero de eleitor no município. Quantos e quais materiais vocês estão usando para fazer as promessas e “compromissos” de campanha??

    Vocês perceberam que os seus partidos políticos e os candidatos a Prefeito CESAR, GEAN e ANGELA, nesta campanha, na questão do Saneamento, estão agindo igual ao SINDUSCON? Qual seja: se fingem de surdos, mudos e cegos. Fogem do debate, e fazem o jogo sujo de espalhar o boato de que nossas manifestações contra os crimes da CASAN e Prefeitura, visam o privatização dos serviços de Água e Esgoto. A quem serve esta posição? Esta postura de voces, interessa com certeza para a eleição do NELSINHO, ex-secretário de Habitação e Saneamento, candidato oficial dos Diretores da CASAN e do Prefeito que na maior Cara de Pau vem prometendo saneamento de qualidade, após tantos crimes cometidos pela Prefeitura e CASAN nesta área.

    Porque seus candidatos ficam em cima do muro ou no chão como avestruz assustada que enfia a cabeça no buraco? A posição de omissão do SINDUSCON se justifica, pois ao se manifestar nesta polêmica irão colocar a cara à tapa, pois são um dos principais responsáveis pelas condições da falta de infra-estrutura condizente com o número de novas demandas do mercado imobiliário, por eles inchadas e sem qualquer limite de condicionante ambiental e infra-estrutura, que garanta qualidade de vida aos usuários e compradores de seus imóveis.

    Volto a repetir: ao SINDUSCON se justifica, mas aos GEAN, CESAR e ANGELA, porque vocês não se manifestam contra este crime? Porque vocês não promovem o controle social na gestão do saneamento? Portanto o que podemos esperar de vocês se eleitos?

    Isso tem algo haver com os financiadores de campanha 2012 e 2014???

    Por tudo isso, é injustificável a sua participação na votação em bloco dos projetos de alteração de Zoneamento que aumentará ainda mais os problemas de saneamento e ambiental, em pleno final de feira, as vésperas das eleições. Isso cheira acerto de caixa de campanha. Não é para isso que elegemos vereadores. Infelizmente, você preferiu em pleno processo eleitoral atender uma parcela de seus eleitores ao participar da votação da semana passada, e reforçou a pratica golpista do SINDUSCON e dos vereadores inescrupulosos e corruptos.

    Mesmo com posturas e históricos diferenciados, sua sorte, a do MARCIO DE SOUZA e dos demais vereadores, felizmente estão lançadas nas mãos dos eleitores, pois se colocaram em vala comum ao aceitar participar deste circo de horrores que são este tipo de votação. O SINDUSCON pode financiar algumas campanhas, porem o voto ainda é secreto e do povo. É hora do troco!!!

    Tudo isso pesará na hora de nossos votos. Ter o direito a avaliar e votar em novos vereadores, a cada 4 anos, é ainda uma das poucas “virtudes” da democracia burguesa. Mesmo que essa democracia só nos dê migalhas de falsa participação democrática e controle social. Mesmo assim esperamos que todos exerçam bem este direito, e votem de forma consciente, fazendo o melhor juízo de valor sobre o que está em disputa em nossa cidade, e o que poderemos esperar de nossos representantes.

    Na busca do exercício pleno de meu voto cidadão, neste momento, farei outra opção para alem dos atuais vereadores com mandato na Câmara. Vou votar em candidato que no dia a dia, dentro e fora dos períodos eleitorais, possa ser mais útil e coerente com o discurso, método e prática. Votarei em alguém que prime pela total transparência e pelo empoderamento da sociedade. Vou votar em quem não deixe acontecer em quatro paredes estas bandalheiras, como se natural fosse, que não se deixe enrolar pelos golpes do SINDUSCON e do capital especulativo predador de nosso meio ambiente e qualidade de vida. É disso que precisamos, a cidade e nossos sonhos de uma nova sociedade justa, fraterna e democrática, onde tenhamos cidades sócio-cultural-economica-politica e ambiental sustentáveis.

    Atenciosamente,

    Ci Ribeiro arquiteto e urbanista – militante da Reforma Urbana

    Membro da Câmara de Meio Ambiente e Saneamento do Fórum da Cidade

    O velho e as antigas manias fascistas

    Quem é Loreci Ribeiro? É um velho militante da intolerância e discípulo da arrogância. Conheço-o desde a década de 80 quando era estudante de arquitetura na UFSC. Mais tarde em 88 encontrei-o no PT de Florianópolis. Em 1989 na campanha presidencial, Loreci fez parte de uma articulação nacional, para impedir que a companheira Benedita da Silva fosse Vice de Lula.

    Loreci dizia que: “… a condição de ter uma petista na chapa, do Movimento Negro, não ampliava as chances de vitória…”. Conseguiram tirar Benedita e, no seu lugar colocaram Bisol, como vice. Mais tarde, Loreci se envolveu como juiz num tribunal montado por ele próprio, para coordenar e expulsar uma militante do movimento popular de uma comunidade, foi um julgamento sumário.

    Já em 1992, Loreci era dirigente da Secretaria Municipal do Partido dos Trabalhadores. No processo eleitoral daquele ano, ele idealizou um plano, que consistia em impedir a minha candidatura. Argumentava que o movimento popular não era capaz de eleger dois vereadores. Ao término do processo Márcio de Souza e Lázaro Bregue Daniel foram os eleitos do PT.

    Mas a saga possessiva e dominadora de Loreci avançou sobre o mandato de Lázaro B. Daniel, queria transformar Lázaro num boneco, fato que não conseguiu, pois Lázaro insurgiu-se contra a postura ditatorial de Loreci.

    Com o passar do tempo foi revelando sua face conspiradora e intransigente. Na busca de ampliar seu espaço de ex-petista, que quer continuar sendo a consciência moral da esquerda na cidade, Loreci muitas vezes recorre a MENTIRA; lança suspeitas contra a moral das pessoas, porém quando questionado, recua e desaparece.

    Agora, faltando alguns dias para as eleições, Loreci ataca a candidatura de Ângela Albino e, subilinarmente defende outras candidaturas majoritárias e proporcionais.

    Loreci não é do PT, não defende Lula, não defende o Governo de Dilma.

    Talvez seja isto a sede da sua fúria, seu ódio destrutivo e a razão maior da sua constante covardia.

    Tenho responsabilidade de fazer uma BOA ELEIÇÃO, que seja capaz de ampliarmos nossa presença na Câmara de Vereadores com outros companheiros (as) do PT de VERDADE. Não quero ter suplentes pois não reivindico a condição de já eleito.

    Fonte: http://vereadormarciodesouza.blogspot.com.br/2012/09/o-velho-e-as-antigas-manias-fascistas.html?spref=fb

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