O protesto de pescadores contra a construção de Belo Monte, que chegou a paralisar as obras da hidrelétrica do sitio Pimental na semana passada, continua no rio Xingu.
Na última sexta-feira (21), uma liminar da Justiça estadual aceitou o pedido do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) para que os pescadores se abstenham de impedir os trabalhos na barragem. O acampamento dos manifestantes na ilha Jatobá foi despejado.
Mas, ainda durante o final de semana, o grupo de pescadores montou novo acampamento na Ilha do Cão, área que não pertence à Norte Energia e de onde não podem ser despejados. Eles retomaram a pesca-protesto nas imediações da barragem.
Nesta terça (25) pela manhã, oito barcos, simbolizando os oito dias do acampamento, fizeram novo protesto em frente às obras em forma de desfile, que atravessou o Xingu de margem a margem. De acordo com relatos, funcionários do Consórcio Construtor se aproximaram do acampamento em atitude intimidadora, filmando e fotografando, mas não chegaram a usar nenhum tipo de violência física.
Segundo o pescador Donato, o ato teve o objetivo de mostrar que os pescadores não recuaram. Ele diz que em oito dias de protesto, ainda não receberam nenhuma resposta oficial. Os pescadores querem uma reunião com a Norte Energia e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) no acampamento para discutir sobre os impactos causados pela construção das barragens.
De acordo com o pescador Donato, o Consórcio Construtor de Belo Monte vem efetuando uma série de detonações nas ilhas do Xingu, o que oferece grande perigo para os pescadores. O pescador também afirma que o volume de peixes mortos tem aumentado no rio. (pulsar)