Osquestra Contemporânea de Olinda e suas cantigas medievais-pernambucanas

Por Camila Garófalo.

Como toda Orquestra que se preze, a presença dos metais em suas linhas melódicas é quase sempre bem-vinda. No caso da Orquestra Contemporânea de Olinda (OCO), a tuba, o trompete e o trombone são essenciais porque comunicam, feito a corneta medieval (anafil), a chegada de uma música triunfal, que vai invadir o salão misturando suas sonoridades tradicionais com seus anseios mais modernos.

Em tempos ancestrais, a corneta nos palácios servia para anunciar a chegada do rei e criar expectativa no público. Também na música da OCO, esperamos por algo surpreendente e improvável, como na faixa número quatro, que anuncia: “No mar azul eu vejo o verde”. Entre grooves latinos e afro beats, o projeto idealizado pelo percussionista Gilú, reuniu músicos de peso e encontrou, na intenção de uma música leve, ritmos pernambucanos inusitados, que você ouve e baixa neste link.

Por outro lado, e ao mesmo tempo, estamos em casa, no Brasil, em Pernambuco e, mais precisamente, em Olinda. É o que se sente ao ouvir ditos populares musicados, como em “No Ar” nos versos “Falem mal mais falem de mim”, em “De Leve” com o bordão “Falar é fácil, ouvir é difícil” e em “Além Mar” no desabafo “Pernas pra que te quero?”.

O conhecido e o desconhecido se encontram nesse grupo e nesse álbum, genuinamente brasileiro e universal, que já recebeu indicação ao Grammy Latino 2009, na categoria de “Melhor Álbum de Música Regional Brasileira”. Vale a pena conhecer um pouco mais sobre a trajetória desses 10 músicos no myspace da banda e, depois, mergulhar na música atual dessa Orquestra que mais parece serenata medieval.

A OCO já foi consagrada com Troféu Nordeste de Destaque Profissional nos anos de 1998 e 1999. Foto: Divulgação.

Fonte: Catraca Livre

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