A gigante farmacêutica Pfizer concordou nesta terça-feira (09/08) em arcar com multas milionárias para não sofrer um processo da SEC (Comissão dos Mercados de Valores dos EUA) e do Departamento de Justiça norte-americano pelo suborno de oficiais de saúde de países do leste europeu e da Ásia.
Estão previstos, ao todo, 60 milhões (cerca de 121 milhões de reais) de dólares previstos em diferentes acordos sobre violações da Lei de Práticas de Corrupção no Exterior. A Pfizer é acusada, ao lado da Wyeth LLC (companhia que adquiriu em 2009), de subornar médicos e instituições sanitárias para obter privilégios nos mercados locais. Desse montante, 15 milhões de dólares (30,2 milhões de reais) serão destinados ao Departamento de Justiça e os outros 45 milhões de dólares (90,8 milhões de reais) à SEC.
Uma de suas filiais, a Pfizer H.C.P., confessou ter pago o equivalente a dois milhões de dólares (quatro milhões de reais) entre os anos de 1997 e 2006 a médicos e outros oficiais de saúde de países como Bulgária, Croácia, Cazaquistão e Itália. Em troca, a empresa foi favorecida pela aprovação de regulações e do favorecimento de seus produtos em prescrições. No caso das operações da farmacêutica na Rússia, os casos de propina revelam-se ainda mais graves. Autoridades de Moscou reconheceram que os pagamentos ilícitos a oficiais do serviço de saúde do país chegaram à marca dos sete milhões de dólares.
“Devido à colaboração das filiais com a investigação”, o Departamento de Justiça norte-americano confirmou, em nota, que foram anuladas quaisquer outras sanções econômicas contra a Pfizer.
“A rapidez e a transparência com as quais a farmacêutica reagiu e colaborou demonstram a importância que atribui aos valores de integridade”, ressaltou Amy Schulman, vice-presidente da companhia, em comunicado da empresa à imprensa. “Esperamos que nossos colegas da Pfizer no restante do mundo passem a adotar os nossos altos parâmetros de conduta”, acrescentou.
A investigação que enquadrou nesta semana a Pfizer é apenas parte de uma ampla operação dos Estados Unidos contra a conduta ilícita de farmacêuticas em outros países. Há um ano, a Johnson & Johnson pagou 70 milhões de dólares devido a subornos de médicos na Europa. Teva Pharmaceutical, AstraZeneca, Bristol-Myers Squibb e GlaxoSmithKline também entraram na lista de empresas suspeitas e já aceitaram cooperar com agentes norte-americanos.
Fonte: http://operamundi.uol.com.br
Foto: Archivo Vanguardia