Jorginho está incentivando a violência, o ódio e a invasão de terra pública, diz Padre Pedro

Padre Pedro disse: “Ô governador, já deu 24 horas, o senhor já tomou providências? O bambu já cantou? Porque ali sim [em Zortéa], é invasão.”
Foto: Bruno Collaço / Agência AL

O deputado Padre Pedro Baldissera (PT) respondeu à convocação do governador Jorginho Mello (PL) para que produtores rurais, aliados a quem chamou de MCT, Movimento dos Trabalhadores com Terra, invadam a Fazenda Volta Grande, no município de Zortéa, que é propriedade do Incra e destinada à Reforma Agrária.

“Não, governador, essa área é da União, portanto faz parte do Incra. Quem está de fato invadindo é o senhor, dando novamente um mau exemplo, incentivando a violência, o ódio, e não buscando solução. Está incentivando a invasão de propriedade pública. Não, Jorge!”, disse Padre Pedro, em vídeo publicado no Instagram. https://www.instagram.com/p/DIJxRWfxHs0/

Tentando fazer graça, o governador disse publicamente que “já que o MST adora acampar em propriedade alheia, Santa Catarina vai acampar antes, aqui é o MCT, Movimento dos Trabalhadores com Terra”.

Com o documento de posse da fazenda em Zortéa em mãos, o deputado Padre Pedro disse que o terreno pertence ao Incra e será destinado ao assentamento de agricultores sem-terra. “Está aqui a escritura. Isso aqui é propriedade do Incra. Ô governador, já deu 24 horas, o senhor já tomou providências? O bambu já cantou? Porque ali sim [em Zortéa], é invasão”, disse o deputado.

“O MST nunca ocupou áreas produtivas, mas sempre aquelas que não cumprem com a função social e que não são produtivas. Vocês [governador e aliados da extrema direita] têm terra, têm onde viver e sobreviver. Os trabalhadores sem-terra, no entanto, ocupam áreas exatamente para se instalarem, produzirem, viverem e buscarem uma vida com maior dignidade. E essa área que o senhor está é a área que pertence ao Incra e será destinada à Reforma Agrária”, disse Padre Pedro.

A Fazenda Volta Grande, que o governador ameaça invadir, é um imóvel de 812 hectares que era propriedade da família Fontana. Foi transferida/adjudicada pela União para pagamento de dívida, sem oposição dos proprietários/devedores e, portanto, incorporada ao patrimônio do Governo Federal. Em outubro de 2024 foi determinado pela Justiça Estadual de Capinzal a imissão na posse ao Incra, atual proprietário do imóvel.

Padre Pedro lembra que, além de sanar a situação de vulnerabilidade social em que se encontram famílias acampadas que aguardam assentamento em Santa Catarina, a destinação do imóvel à reforma agrária será fundamental para a economia do município, a exemplo do que ocorreu em outras localidades do estado. Aproximadamente 55 famílias de trabalhadores rurais serão assentados por meio de seleção pública.

De acordo com o Incra, em 50 municípios catarinenses a produção de mais de 5 mil famílias que tiveram acesso à terra hoje abastece hoje a merenda escolar e mercados institucionais, feiras, entrega de cestas orgânicas, recebe prêmios e fornece matéria-prima para agroindústrias de cooperativas que estão entre as maiores do estado, gerando emprego, renda e dignidade.


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