Por Roberto Liebgott, Cimi Sul-Equipe Porto Alegre.
Na madrugada de sexta11, para sábado 12 de outubro de 2024, data que celebra o dia das crianças e da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aprecida, os Mbya Guarani da Tekoa Yy Ryapu, em Palmares do Sul, foram acordados com cinco disparos de arma de fogo na entrada da comunidade.
As lideranças afirmam que os disparos foram contra a placa que indica a entrada de acesso até a comunidade. Há três perfurações de bala na placa.
A tekoa Yy Ryapu é uma pequena área, composta por um pouco mais de 40 hectares, localizada nas margens de uma lagoa, no litoral norte do Rio Grande do Sul, onde a terra não é apropriada para a agricultura, sequer a de subsistência. Esta se obtém, basicamente, através da pesca e comercialização do artesanato.
Cultiva-se na região pinos e eucaliptos para lenha, mas também há interesses de empresas de celulose, as conhecidas papeleiras.
De todo modo, a área é regularizada, aliás uma das poucas terras Guarani, que foram adquiridas pelo governo do Estado do RS, em anos passados – no início de 2000 – e depois transferida à União para o usufruto indígena.
Os Mbya Guarani pedem à Fundação Nacional dos Povos Indígenas – Funai e ao Ministério Público Federal – MPF, a adoção de medidas no sentido de investigar as razões pelas quais pessoas, não identificadas, invadiram a área e promoveram os disparos de arma de fogo contra a placa que trás o nome da Tekoa.
Porto Alegre, 13 de outubro de 2024.