Malditos todos e todas que são pobres, pretos, indígenas, quilombolas, ciganos, pescadores, ribeirinhos, sem teto, sem terra e pessoas das periferias.
Bem aventurados todos e todas que são ricos, pois podem consumir o que quiserem, na quantia que quiserem, na hora e lugar que quiserem, porque estarão protegidos pelos juízes, igrejas, políticos e policiais.
Vocês sempre serão felizes, sem exceção, já que – em seus ambientes exclusivos – pode-se tudo, usar drogas, beber, agredir, devastar, destruir, poluir, matar e inclusive estuprar meninas, que depois poderão ser presas se abortarem.
Eis o Brasil dos moralistas das tribunas, palácios, mansões, fazendas, latifúndios e dos púlpitos, porque – fora ou dentro deles – terão a liberdade de serem escravistas, assassinos, corruptos e, o mais importante, autorizados a bradar em nome de Deus, Pátria, Família e Justiça.
Porto Alegre (RS), 30 de junho de 2024.
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Roberto Antônio Liebgott é Missionário do Conselho Indigenista Missionário/CIMI. Formado em Filosofia e Direito.