Ações performativas e pesquisa no Jardim Botânico e na praia da Armação

O projeto “Trânsitos Indisciplinados”, legitimado pelo edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura/Dança – 2023, aposta em pesquisa e reflexão e busca amplitude nos conceitos idealizados. Dança contemporânea expandida, inclusão, fotodança e sustentabilidade são temas transversos num programa que envolve seis artistas convidados de diferentes regiões de Santa Catarina, quatro artistas pesquisadores e uma profissional especializada em audiodescrição. Com a execução iniciada em abril, a iniciativa segue hoje, dia 31, e amanhã, dia 1º de junho, com as ações performativas de Ana Flávia Piovezana, que realiza sua intervenção no Jardim Botânico, e Rafael Henrique que escolheu a praia da Armação, em Florianópolis (SC).

Com um cronograma de quatro meses de trabalho, a proposta de pesquisa performativa e colaborativa aposta num viés transdisciplinar com a intenção de pensar a dança e seus propósitos em seis encontros presenciais, em três conferências, uma revista digital e a criação de um documentário sobre as ações dos artistas convidados que representam as mesorregiões do Estado.

Cariú BM, da região Oeste e a Cia. Mov In, de Blumenau, já realizaram suas ações, o primeiro em Florianópolis, e a segunda em Timbó. A bailarina Erika Rosendo, que representa o Norte e Antonio Bruckmann, Blumenau, seguem no cronograma. Adriana Barreto, Cristiano Prim, Jussara Xavier e Roberto Gorgati são os artistas-pesquisadores e Lilian Vilela, a profissional especializada em audiodescrição em dança.

Nomes referenciais no cenário de arte e cultura em Santa Catarina, os artistas-pesquisadores são especializados em diferentes linguagens, como a escrita crítica na dança, teatro – cenografia e design, a fotografia – vídeo e figurino – artes visuais e moda. Estimulados a partir da relação corpo e tecido (resíduos da indústria têxtil), eles investigam os múltiplos desdobramentos nas performances de dança dos artistas convidados que garantem a produção de “fotodanças” e reflexões centradas no desenvolvimento de conceitos indisciplina do/no/para o corpo, sustentabilidade artística, entre outros procedimentos criativos. Todos os materiais usados pelos artistas são de descarte fornecido por empresas de Santa Catarina ou por sobras de figurinos de produções artísticas do passado.

Dança inclusiva

Ana Flávia Piovezana, bailarina com síndrome de Down, integrante desde 2014 da Companhia Lápis de Seda, de dança inclusiva, representa a Grande Florianópolis e faz sua experiência no dia 31 de maio, no Jardim Botânico, na Capital. Ela começa sua formação em dança em 2003, com Ana Luiza Ciscato na Academia “Estação Dançar”. Em 2023 participa do projeto “Um Novo Olhar para Pessoa com Deficiência”, integra as oficinas oferecidas pelo projeto e do elenco do espetáculo “CorAÇÃO”. Participou também do projeto “Um Novo Olhar para Apae de Florianópolis” e do espetáculo “Deixe-me ir” apresentado em abril de 2023 no Teatro Ademir Rosa em Florianópolis. Participou da criação e circulação dos cinco espetáculos que fazem parte do repertório da companhia: “Convite ao Olhar”, “Será que É de Éter?”, “Masculino Diverso”, “Casa” e “Desapego”.

Rafael Henrique, também conhecido artisticamente como Young, realiza sua ação no sábado, 1º de junho, na ponte Pedro Ivo e na praia da Armação, em Florianópolis, a partir das 8 horas. Ele começa em 2005 sua trajetória nas danças urbanas. Professor, coreógrafo e bailarino, um grande entusiasta da cultura hip-hop, cursa licenciatura em dança, buscando cada vez mais alçar novos voos artísticos e é também MC, produtor de eventos urbanos, rapper, ator e modelo, um artista em constante movimento.

Antonio Bruckmann, natural de São Miguel do Oeste (SC), é ator, bailarino, diretor e coreógrafo que vive em Blumenau (SC), onde cursa a graduação de licenciatura em dança Universidade Regional de Blumenau (Furb). Como estagiário da Divisão de Cultura da Furb, auxiliou na montagem de 15 exposições de diferentes artistas brasileiros, como Nara Guichon, Giancarlo Avantaggiato, Bixo, Décio Saut, Ricardo do Rosário e Maria Salete Werling. É bolsista e instrutor do Grupo de Dança-Teatro da Furb desde 2023. Atua em produções do Grupo Teatral Phoenix desde 2021, no qual participou de três espetáculos: “Libertæ” (2021); “A Vida é Sonho” (2022); e “A Volta ao Mundo em 80 Dias” (2024), todos dirigidos por Roberto Murphy. É pernalta (uso de pernas de pau), desde 2023, atuando no espetáculo “Tertúlia: Carta 16 – A Estrela” (2022) da Cia. Teatral Quiçá, participa de festivais como o Colmeia (Blumenau, 2023) e no Festival de Curitiba na mostra Fringe (2023/24). Dirige o espetáculo “Cicada” (2023) em que discute a criptografia na dança, utilizando métodos algorítmicos de composição.

Participou de outros três espetáculos: “There’s on Broadway” (2020) do Studio Adriana Staudt; “Meraki” (2023) da coreográfa Kamilla Bortoli; e do “Caosefeito” (2023), direção geral de Roberto Murphy e direção coreográfica de Jussara Xavier, no qual desenvolveu a sonoplastia e o design gráfico. Em 2022, criou a coreografia “Sombra”, com a qual integrou os festivais catarinenses 21º Unesc em Dança (2022) e Sesc em Dança (2023). Foi coreografado por Jesse Cruz (“Sansa Kroma”, 2023), Rodrigo Andrade (“Frágil”, 2022). Ganhou Prêmio de Bailarino Destaque dois anos consecutivos no Festival Escolar Dança Catarina (2018/19), recebendo uma moção de aplausos da Câmara de Vereadores de São Miguel do Oeste.

Jornada multifacetada

Erika Rosendo, artista nordestina nascida em Natal (RN) representa o Norte, já que vive em Garuva (SC). Ela emerge como uma figura multifacetada no universo da dança contemporânea, desempenha diferentes papéis entre o palco e os bastidores. Sua jornada profissional agrupa experiências como professora, pesquisadora, performer, bailarina, intérprete, criadora, ensaiadora e assistente de direção, atuações em que traça a influência em regiões distintas do Brasil. Atuou como professora na EDTAM (RN), Escola do Teatro Bolshoi no Brasil (SC), Primeiro Ato Centro de Dança (MG), Escola do Grupo Corpo/Corpo Escola de Dança (MG), ministrando aulas de dança contemporânea, composição coreográfica, danças circulares e danças populares brasileiras. Em sua trajetória, também coleciona prêmios como o de Melhor Bailarina do 26º Festival de Dança de Joinville, com a coreografia “Em Solo” de sua autoria e como intérprete criadora assina a trilogia dos espetáculos solo, composta por “Autorretrato” (2008), “Retrato do Outro” (2009) e “Nós – Acontecimentos da Dança e Vida Contemporânea”, sob a direção de Jussara Xavier. Sua dança alcançou os palcos da Alemanha, da Espanha em Cádiz, vivenciando culturas de outros países como República Tcheca na cidade de Praga e Viena na Áustria. Integrou o elenco da CDTAM (RN) dirigido por Wanie Rose Medeiros, do Grupo Primeiro Ato (MG), dirigido por Suely Machado, Ama Cia. de Dança, dirigido por Amarildo Cassiano e atua no Coletivo Mina (MG) dirigido por Alan Keller. Erika é corresponsável pelo Espaço de Vivências Monte Crista, em Garuva.

Ações já realizadas

Cariú BM, artista da dança, da performance, do canto e do audiovisual, foi o primeiro a fazer sua ação performativa em 25 de abril, na praia da Barra da Lagoa, em Florianópolis. Pessoa trans não-binária, formada no curso de bacharelado em dança da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), é mestre em artes cênicas pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), onde investiga os processos de elaboração de si a partir do corpo e da videodança.

A Cia. de Dança Mov In nasce da inquietude de estudar coletivamente o desenvolvimento de dinâmicas de movimento na dança em sua forma mais ampla – dança contemporânea, urbana, breaking e popular – no diálogo com outras linguagens artísticas, entre elas a fotografia, o beat making, as artes visuais e o teatro. Legitimada com projetos de incentivo, a companhia tem o espetáculo “[In]fixo” (2022) em circulação e se encontra no começo de uma nova montagem. Nesta última produção são adotados processos criativos acerca da temática do vazio em movimento na relação com o olhar do artista blumenauense Jean Tomedi e suas esculturas nomeadas “Fendas”, das quais nasceu o nome do trabalho “Fendas Povoadas”. Em 2020, foi contemplada junto ao trio Cinelante com o prêmio Funarte Respirarte pela videodança “Sob o Sol CinelanteSombra”Em 2022, elaborou sua segunda videodança, “O que as Ondas Levam?”, através de premiação pela Lei Aldir Blanc. Atualmente trabalha com a elaboração e produção de projetos culturais. Estuda a educação somática a partir da técnica Klauss Vianna e investiga a criação de movimentos no contato-improvisação.

EQUIPE TÉCNICA

Artistas-pesquisadores: Adriana Barreto, Cristiano Prim, Jussara Xavier e Roberto Gorgati

Artistas convidados: Ana Flavia Piovezana, Antonio Bruckmann, Cariú BM, Cia. de Dança Mov In, Erika Rosendo e Rafael Henrique

Coordenação administrativa e produção: Adriana Barreto e Jussara Xavier

Audiodescrição: Lilian Vilela

Designer gráfico: Roberto Gorgati

Assessoria de imprensa: Néri Pedroso

Gestão de mídias sociais: Adriana Barreto, Cristiano Prim, Jussara Xavier e Roberto Gorgati

REALIZAÇÃO

Edital Elisabete Anderle de Apoio à Cultura  Dança – Edição 2023, Fundação Catarinense de Cultura (FCC), Governo do Estado de Santa Catarina

Apoio

Euroambiental, Fundação Cultural de Blumenau, Grupo Soma e Memorial Meyer Filho

SAIBA MAIS

@transitosindisciplinados

http://www.euroambiental.eco.br/

https://www.somagrupo.com.br/nossas-somas/

CONTATOS

Ass. imprensa: NProduções Néri Pedroso (jorn.) (48) 9-9911-9837 (whats), Jussara Xavier (48) 99946-4731, Adriana Barreto (11) 96080-3858

Proposta cultural realizada com recursos do Governo do Estado de Santa Catarina, pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC), por meio do Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura – 2023

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