Indígenas do RS continuam sendo invisibilizados pela mídia

No JTT de terça-feira, 14 de maio, Marina Caixeta conversou com o advogado Roberto Liebgott, coordenador do Conselho Missionário Indigenista da Região Sul (CIMI), sobre a situação dos povos originários do Rio Grande do Sul diante das piores enchentes da história do estado.

Roberto explicou que as comunidades mais impactadas estão localizadas na região da Serra do Rio Grande do Sul, onde existem muitas comunidades Kaingang e duas Guarani, também em Canela, uma delas sofreu com deslizamento de terra. As comunidades do Vale do rio Caí e na região da grande Porto Alegre também foram atingidas direta ou indiretamente.

O cenário é devastador. Os indígenas Kaingang, Guarani e Xokleng ficaram em uma situação mais séria de vulnerabilidade. Foram tomadas medidas emergenciais através da constituição de um grupo de pessoas, entidades e instituições públicas e privadas a partir de uma uma articulação das organizações indígenas, tanto da comissão Guarani Yvyrupá como da Arpin Sul. Houve uma ausência nesse primeiro momento do estado, uma falha organizativa. Tudo ficou muito confuso especialmente no tocante à questão indígena. Não havia uma coordenação, não havia um uma estrutura que pensasse as formas de atender as emergências indígenas, por isso também a invisibilidade deles. Nesse contexto, a grande mídia focou na catástrofe nos diferentes aspectos e diferentes populações afetadas, portanto as comunidades indígenas ficaram obviamente escondidas. Mas nessa primeira semana que passou, o grupo de articulação mencionado acima conseguiu atender praticamente todas as comunidades impactadas direta ou indiretamente em um movimento de solidariedade muito profundo. Consegui-se assegurar alimentos, roupas, cobertores, colchões e água potável em todos os lugares.

Na segunda fase, se precisará do estado organizado porque o grupo de articulação não tem forças, estrutura ou condições financeiras de exercer ações que efetivamente são ações do próprio estado e ele deve assumir essas responsabilidades.

Assista à entrevista completa no vídeo abaixo:

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