Por Koldo Campos Sagaseta.
Na sala de espera do hospital, um homem aguardava ansiosamente que a porta dos fundos se abrisse e que a mesma enfermeira que lhe pedira calma finalmente voltasse e anunciasse o nascimento de seu filho. Havia apenas mais um parto a ser realizado naquele dia. O homem nervoso não conseguia parar de pensar nessa criança, seu primeiro filho, e andava de um lado para o outro no quarto murmurando as expectativas que tinha em relação ao filho: “Você será ousado, meu filho, a prudência não é uma virtude no homem, deixe que aqueles que vivem no hábito mantenham distância, o tempo e o espaço são para você? Seja prático, meu filho, que os sonhos são bons para a noite, mas você deve usar um chapéu no sol do meio-dia. Não corra atrás dos pombos… Coma-os! Você será forte, meu filho, que argumentos são bons quando convencem, mas você tem que se manter firme no chão se andar na frente e somente a autoridade lhe trará respeito… Você será tenaz, meu filho, pois enquanto houver fôlego, haverá luta; beije a mão de seu inimigo até quebrá-la… Você será corajoso, meu filho, pois na coragem de um homem, a sorte e o sobrenome se fundem e se fundem…”.
E então a enfermeira apareceu sorrindo na sala de espera:
-Foi menina!
(Preso politikoak aske)