Cannabis Medicinal: Mitos e Verdades

Foto: Freepik

Por Helena Crestan, RJ, para desacato.info.

A cannabis medicinal tem se tornado um tema cada vez mais discutido, especialmente no campo da saúde. Para muitas pessoas com deficiência e neurodivergentes, a cannabis medicinal representa uma alternativa promissora para aliviar sintomas e melhorar a qualidade de vida. No entanto, existem muitos mitos e verdades em torno do uso dessa substância. Neste artigo, vamos explorar esses aspectos, destacando os benefícios e desafios associados ao tratamento com cannabis medicinal, especialmente em crianças diagnosticadas com transtorno do espectro autista (TEA).

Mitos sobre a Cannabis Medicinal

Cannabis é sempre perigosa
Um dos mitos mais comuns é a ideia de que a cannabis é sempre perigosa e leva ao vício. Embora a cannabis possa ser abusada como qualquer substância, os produtos utilizados em tratamentos médicos têm doses controladas de canabinoides e são administrados sob supervisão médica, minimizando riscos de dependência.

Cannabis é apenas um “placebo”
Outro mito é que a cannabis medicinal não passa de um placebo. Estudos científicos, no entanto, têm demonstrado que compostos como o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC) possuem propriedades terapêuticas comprovadas para tratar condições como epilepsia, dor crônica, e sintomas associados ao autismo.

Cannabis é apenas para doenças terminais
Muitos acreditam que a cannabis medicinal é usada apenas em casos extremos, como para tratar dor em pacientes terminais. Embora seja eficaz nesses casos, a cannabis também pode ser usada para outras condições, como ansiedade, estresse pós-traumático e distúrbios do sono.

Verdades sobre a Cannabis Medicinal

Eficácia em condições específicas
A cannabis medicinal tem sido bem-sucedida no tratamento de epilepsia refratária em crianças, reduzindo a frequência de convulsões. Em pacientes neurodivergentes, há relatos de melhora no comportamento, ansiedade e interação social após o uso de CBD. Estudos têm mostrado que a cannabis medicinal pode ajudar a reduzir sintomas como irritabilidade e agressão em crianças com TEA, melhorando sua qualidade de vida e a de suas famílias.
Regulamentação e controle
O uso de cannabis medicinal é regulamentado em muitos países, o que garante a qualidade e a segurança dos produtos. Os pacientes têm acesso a doses controladas e orientação médica para evitar riscos à saúde.
Cannabis medicinal não é uma cura mágica
Embora a cannabis medicinal tenha mostrado benefícios para várias condições, ela não é uma cura mágica. Seu uso deve ser parte de um tratamento abrangente, envolvendo médicos e outros profissionais de saúde para garantir os melhores resultados.

Problemas Causados pelo Preconceito contra a Cannabis Medicinal

O preconceito contra a cannabis medicinal ainda é um grande obstáculo. Esse preconceito pode levar ao estigma para pacientes que usam cannabis como tratamento, impactando negativamente sua qualidade de vida. O preconceito pode também afetar a regulamentação e a disponibilidade de produtos medicinais, criando barreiras para médicos e pacientes.

Estigma social
Pacientes que usam cannabis medicinal muitas vezes enfrentam discriminação, sendo rotulados como “drogados” ou “viciados”, o que pode impactar seu bem-estar emocional e suas relações sociais.
Restrições legais
O preconceito pode levar a legislações mais rigorosas, restringindo o acesso à cannabis medicinal e limitando pesquisas científicas. Isso torna mais difícil para médicos prescreverem tratamentos e para pacientes acessarem medicamentos eficazes.
Menos pesquisa e desenvolvimento
O preconceito contra a cannabis limita o investimento em pesquisas, atrasando a descoberta de novos usos medicinais e a melhoria dos tratamentos existentes. Sem pesquisas abrangentes, o uso medicinal da cannabis pode ser restrito, prejudicando pacientes que poderiam se beneficiar do tratamento. A cannabis medicinal pode ser uma opção valiosa para pessoas com deficiência e neurodivergentes, oferecendo alívio para várias condições, especialmente para crianças diagnosticadas com autismo. No entanto, é
importante separar os mitos das verdades e entender que o tratamento com cannabis requer acompanhamento médico e regulamentação adequada para ser eficaz e seguro. Antes de iniciar qualquer tratamento com cannabis, os pacientes devem consultar especialistas e considerar todas as opções disponíveis para encontrar a abordagem mais adequada às suas necessidades.

Para saber mais sobre o tema, assista à entrevista da médica Bárbara Monteiro no JTT.

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