Por Altamiro Borges
A seita golpista e direitista MBL (Movimento Brasil Livre) não está com essa bola toda. Sua principal referência, o deputado Kim Kataguiri, patina nas pesquisas para as eleições da capital paulista. Na sondagem mais recente, do Instituto Atlas, divulgada em dezembro, o jovem provocador surge com 5,3% das intenções de voto – atrás de Guilherme Boulos (29,5%), Ricardo Nunes (18%), Ricardo Salles (17,6%) e Tabata Amaral (6,2%). Além disso, ele corre o risco de ser descartado por seu partido, o União Brasil, que já anunciou o apoio ao atual prefeito.
Esse aparente desgaste eleitoral decorre, entre outros fatores, da desmoralização de várias lideranças desse grupelho. Algumas já deixaram o MBL, como o vereador Fernando Holiday, e outros tombaram pelo caminho, como o ex-deputado estadual Arthur do Val, vulgo Mamãe Falei. Eleito na onda bolsonarista de 2018 com 478 mil votos – o segundo mais votado em São Paulo –, ele foi cassado em maio de 2022, por unanimidade, após o vazamento de áudio com bravatas misóginas sobre as mulheres ucranianas – “são fáceis porque são pobres”.
Os rolos de Renan Santos
Na época, ele justificou sua “turnê de solidariedade” à Ucrânia citando o coordenador nacional da seita, Renan Santos. Segundo afirmou, o riquinho viajava a países europeus “só para pegar loiras”. Na semana retrasada, foi a vez desse sujeito – metido em vários rolos – reaparecer na imprensa com a notícia de que a Justiça penhorou cerca de R$ 100 mil em cotas de um fundo de investimento. Renan dos Santos foi condenado em uma ação por ofensa ao jornalista José Roberto Burnier, da TV Globo.
Como relembra o site Metrópoles, “ao criticar a cobertura feita pela imprensa do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2015, Renan escreveu em suas redes sociais que Burnier era um ‘canalha’. Além disso, a página do MBL exibiu montagem fotográfica na qual o jornalista foi retratado como uma prostituta oferecendo seus serviços para Dilma. Na publicação, Burnier, que está na Globo desde 1983 e que participou de coberturas importantes, é chamado de um ‘esquerdista global de joelhos para o PT’”.
Renan Santos foi condenado pela Justiça em 2020 a pagar uma indenização de R$ 20 mil. Ele não pode mais recorrer, já que o processo transitou em julgado. “Há ainda um questionamento em relação à atualização dos valores, que incluem juros e correção monetária. Burnier apresentou cálculos segundo os quais a dívida seria de cerca de R$ 75 mil, considerando também os honorários advocatícios… A penhora das cotas de Renan no fundo de investimento foi determinada pelo juiz Caio Moscariello Rodrigues em 18 de janeiro para garantir o pagamento enquanto a Justiça decide qual é o valor correto”.
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