Assim, sem o Fran, fica mais simples, popular, humilde, belo e bonito.
Simples, sempre foi. Popular se consagrou. Humilde? Bem, não há precendetes e pelo que se sabe nem antecedentes iguais ao que São Chico se tornou. E o belo ou bonito de onde vêm? Isso se convencionou pelos olhares de quem mais o venerou, os pobres que tudo observavam e viram que a ambição nele não chegou, a riqueza, desde logo abandonou e todo luxo exorcizou.
São Chico de todos os seres, das aves, peixes e mamíferos, dentre os quais alguns pareciam ser os preferidos – os coelhos, cães, gatos, raposas, burros, cavalos, vacas, esquilos, carneiros e cabritos. Deles cuidava e por eles era amado, assim como as demais irmãs e irmãos que permaneciam o tempo todo do seu lado. Não havia, perto dele, quem não se percebesse acolhida e acolhido, acariciado e acariciada, amado e amada.
São Chico da irmã Lua e irmão Sol, de Clara e Alice, Verônica, João, Samoel, Adão, Eva, Rute Pedro, Tomás e Judite. Todas e todos associados a brandura e ao seu ardor revolucionário, relação estabelecida – pelo São Chico – na defesa das excluídas e excluídos, das exiladas e exilados, das marginalizadas e marginalizados.
São Chico do ambiente puro e cultivado, dos rios, mares e lagos limpos, saudáveis e purificados. São Chico das flores, arbustos, pomares e jardins polinizados. Da terra prenhe de saberes, sabores, cheiros, cores, valores a serem fraternalmente partilhados.
São Chico, o ecossistema e todo nosso clima encontram-se colapsados, ciclones, furacões, tempestades, secas, incêndios e inundações compõem o nosso cotidiano gravemente ameaçado.
E há, São Chico, de se dizer e reconhecer que as pessoas, muitas delas, optaram pelo ciclo da desumanização, pois agridem, destroem e devastam a natureza sem nenhuma perspectiva do cuidado com a sua preservação.
São Chico da Paz no lugar da Guerra, do Amor onde há o Ódio, da Verdade ao invés da Mentira olhe pelos pobres da mãe terra tão agredida, mas olhe especialmente por ela agora violentada e quase destruída.
Paz e Bem!
Amém.
Porto Alegre, RS, 04 de outubro de 2023, dia de São Francisco de Assis.
Roberto Antônio Liebgott é Missionário do Conselho Indigenista Missionário/CIMI. Formado em Filosofia e Direito.
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