Cimi Sul – Equipe Porto Alegre.-
As lideranças da Tekoa Ka’aguy Porã, com profunda indignação repudiam a disseminação de mentiras, através de grupos de WhatsApp e redes sociais, contra uma família Mbya Guarani.
Na tarde de terça-feira, 13 de junho de 2023, uma família Mbya Guarani se dirigiu ao salão paroquial da Igreja Matriz de Maquine, litoral norte do Rio Grande do Sul, para receber doações de roupas e brinquedos.
Ao chegarem no local, foi dito à família que poderiam escolher, entre os produtos ali dispostos, aqueles que lhes interessavam e poderiam, portanto, levar como doação.
Dentre os brinquedos havia uma carrinho de criança, um quadriciclo, que despertou, de imediato, o interesse da criança indígena. Os pais, diante da alegria da criança e depois de terem ouvido a autorização de que poderiam levar o brinquedo, sentaram o filho no carrinho e dirigiram-se para a saída do salão paroquial.
Os integrantes da família, Mbya Guarani, quando já estavam na aldeia, tomaram conhecimento, pelo WhatsApp, de que estariam sendo acusados de furto, por terem levado o brinquedo.
Uma senhora, que não se identificou, divulgou um áudio e foto dos membros da família indígena, acusando-os de terem furtado o brinquedo de sua sobrinha. Segundo a denúncia, o quadriciclo não estaria para doação e fora levado pelos indígenas.
As lideranças Mbya Guarani esclareceram, inclusive na delegacia de polícia, que tudo não passou de um engano, já que o brinquedo, supostamente furtado, estava entre os demais produtos destinados à doação.
A indignação dos Mbya Guarani se dá em função de ter havido uma acusação caluniosa mesmo antes de buscarem esclarecer os fatos, mas especialmente por não terem informado, aos indígenas, de que aquele brinquedo não estaria disponível para doação.
Os Mbya Guarani, Tekoa Ka’aguy Porã, exigem que haja o esclarecimento público dos fatos e uma reparação, diante da denunciação caluniosa.
Porto Alegre, 14 de junho de 2023.
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