Psiquiatria: eugenismo e degeneração, o que são?

Redação, Portal Desacato.

O ataque à creche Cantinho Bom Pastor, de Blumenau (SC), em que 4 crianças foram assassinadas, gerou questionamentos sobre as motivações que levaram o assassino a cometer tal ato. Nestas ‘buscas’ de entendimento, muitas vezes carregadas de julgamento, a doutora em psicanálise clínica, Edina Esmeraldino, classificou o criminoso de psicopata e em entrevista à imprensa, ela afirmou que é possível identificar psicopatas “somente pelo formato do corpo”. Esta forma de percepção foi repudiada por movimentos e profissionais da área. A partir destes aspectos, nesta terça-feira (25), esteve no JTT, para falar sobre o assunto, a historiadora e pesquisadora da história da psiquiatria, Ana Terra de Leon.

Reprodução

Em primeiro lugar, Ana destaca, quando se discute história não estamos falando apenas do passado, mas sim, dos reflexos no presente. Para ela, é curioso perceber que teorias do século XIX, ainda perduram até os dias atuais. Mesmo que “quando a gente observa o surgimento da psiquiatria, observamos a prática que buscava considerar quais eram as pessoas ‘improdutivas'”, conta.

Neste contexto, Ana explora dois conceitos semelhantes, ‘Eugenia’ e ‘Degeneração’. Ela explica que a eugenia é a ideia sobre a existência de uma raça que precisa ser melhorada com a neutralização de pessoas inferiores. Já a degeneração, se refere a crença da existência de indivíduos naturalmente ‘defeituosos’ ou ‘degenerados’.

“É como se essas pessoas não tivessem chegado lá. O que é o lá? O se tornar um homem branco”, explica.

Os dois conceitos se diferem porque a eugenia traz a perspectiva de modificação, já a teoria da degeneração estabelece haver seres que nascem degenerados e outras teorias ainda que dizem que a degeneração pode ser adquirida. Como, por exemplo, com uso de álcool, cultura inadequada, doenças, ou seja, os agentes externos como degeneradores.

A reflexão principal, ao analisar a fala da psicanalista, é como são realizadas reproduções inconscientes ou não destas teorias como forma de “tradição”. Desta forma, o que vemos são percepções carregadas de crenças ultrapassadas.

Como lidar com estas construções teóricas?

Para Ana Terra de Leon, a reconstrução de novas bases teóricas neste contexto é pertinente. Assim como, a aproximação de luta antimanicomial e movimentos similares, voltados ao avanço da psiquiatria.

Para assistir à entrevista completa, acesse:

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