Por Natália Sousa, para Revista AzMina.
Na prática, a gente sabe que sexo biológico não determina gênero. Por isso, é completamente natural que uma pessoa que foi rotulada com um gênero quando nasceu, em algum momento da vida, passe por uma transição para adequar a identidade dela ao gênero oposto, como é o caso de homens e mulheres trans. Mas para algumas pessoas, essa mudança não rola uma vez só. Para quem se entende como gênero-fluido, a identidade de gênero pode se transformar muitas vezes ao longo da vida.
Mas se engana quem pensa que essa fluidez é sempre binária – de um gênero feminino para um gênero masculino e vice-versa. Ela pode rolar entre gêneros não-binários também, tipo de “agênero”, quando a pessoa não se identifica com gênero nenhum, para “bigênero”, quando ela entende que um gênero só não contempla quem ela é, mas dois sim. Cabe também à pessoa sentir e decidir quando essa transformação deve acontecer. Ela pode ser diária, semanal ou pode rolar mesmo, só depois de alguns anos. Não tem regra.
Se você convive com alguém que se identifica desse modo, é importante sempre perguntar quais são os pronomes de preferência, porque eles podem mudar, de acordo com a fluidez. Outro ponto importante é a estética. A forma com que uma pessoa expressa o gênero dela, pode passar pela forma com que ela corta o cabelo e se veste – mas nem sempre. Identidade de gênero tem, principalmente, a ver com a forma com que a pessoa se sente – independentemente se a imagem dela corresponde com o que a sociedade espera ou não. Neste vídeo, o criador de conteúdo Gi Morales explica tudo sobre essa identidade de gênero.
GÊNERO-FLUIDO NA SIGLA LGBTQIAPN+
O termo gênero fluido começou a ser discutido lá nos anos 90. Na sigla LGBTQIAPN+, o gênero-fluido é contemplado pelo “Q” de queer, “um conceito que engloba todas as sexualidades e identidades de gênero fora do padrão social”, explica Gi Morales, criador de conteúdo sobre gênero-fluido, identidade com a qual ele se identifica.
Pessoas que se enxergam fora da cisgeneridade são parte importante de uma luta que ajuda a defender que gênero é uma construção social. E essa construção social é usada em sistemas de opressão como o machismo e o sexismo. Por isso, mesmo que você seja uma pessoa cis, é fundamental se aliar à luta trans e não binária.
Nesse vídeo, a gente explica mais sobre essa identidade de gênero. Assista e aproveite para se inscrever no nosso canal, tem vídeo novo toda semana.