Por Altamiro Borges.
Um mês após as cenas de vandalismo contra os prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), no fatídico 8 de janeiro, o principal responsável pelos atos terroristas em Brasília, segue livre e conspirando. Direto da terra do Pateta e do Mickey, em Orlando (EUA), o “fujão” Jair Bolsonaro continua insuflando suas milícias civis e fardadas contra a democracia brasileira. Enquanto ele não for para a cadeia, condenado por seus crimes, o fascismo nativo manterá seu vigor e agressividade.
Cerca de mil fanáticos bolsonaristas permanecem presos nas penitenciárias da Papuda e da Colmeia por participarem da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes. Através da Operação Lesa Pátria, que já está na sua quinta fase, a Polícia Federal também está cumprindo mandados de busca, apreensão e prisão de vários golpistas. Nesta semana, a PF deteve quatro integrantes da Polícia Militar do Distrito Federal.
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Até agora, só bagrinhos foram presos
Essas ações são importantes, mas insuficientes. Por enquanto, apenas os bagrinhos foram detidos. Ainda falta prender e multar os ricaços financiadores dos atos terroristas; também é necessário aumentar o cerco contra os insufladores do fanatismo, como os influenciadores digitais do esgoto bolsonarista. Mas é preciso chegar ao núcleo que orquestrou o golpe, aos mentores das ações violentas – inclusive nas Forças Armadas. Nesse núcleo, Jair Bolsonaroé indiscutivelmente o chefe da gangue criminosa.
Nos últimos dias, o cerco contra o capo neofascista se fechou um pouco mais – com a prisão de Anderson Torres, seu ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, que tinha em sua casa uma “minuta do golpe” já redigida; e as revelações do senador Marcos do Val (Podemos-ES) sobre os planos para grampear o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral. No Judiciário e no Congresso Nacional cresce a avaliação de que Jair Bolsonaro está mais próximo da cadeia.
A situação é tão complicada que o “fujão” e “cagão”, como já é apelidado na internet, resolveu prolongar o seu refúgio nos EUA, pedindo visto de turista por mais seis meses. Mas seria um grave erro dar trégua ou paz para o fascista. Nesta quarta-feira (8), o presidente Lula fez questão de lembrar a passagem de um mês da tentativa golpista e não vacilou em culpar o ex-presidente pela ação terrorista – sem citar seu nome:
“Hoje, não tenho dúvidas de que isso foi arquitetado pelo responsável maior de toda a pregação do ódio, a indústria de mentiras, a indústria de notícias falsas que aconteceu nesse país nesses últimos quatro anos, porque não foi de agora nem veio das eleições de 2018, quando a gente ainda não tinha tido a experiência da indústria de fake news”. Só a punição exemplar do “capetão” poderá superar essa triste página da nossa história!
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