Por Assessoria de Comunicação Fetraf-SC.
Contempladas em um projeto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), mais de 600 famílias de trabalhadores do campo catarinenses estão em processo de capacitação para a transição agroecológica, além de discutirem sobre a comercialização, renda e identidade da Agricultura Familiar.
Com duração de três anos, o projeto de Ater é desenvolvido pela Fetraf-SC – Federação que representa a Agricultura Familiar no estado – e executado pelo Instituto de Cooperação da Agricultura Familiar de Santa Catarina (Icaf-SC), a partir de emenda do deputado federal, Pedro Uczai.
Segundo a Federação, são 10 seminários programados para acontecer em todo o estado catarinense, cujo público-alvo, além das famílias contempladas, inclui 25 técnicos, lideranças do campo, cooperativas e entidades da agricultura.
Projeto estratégico
Jandir Sezler, coordenador da Fetraf-SC, explica que dois seminários já aconteceram: em São Lourenço do Oeste e Chapecó (fotos), com mais oito encontros programados até o final de março. “Esses eventos fazem parte do projeto estratégico da Federação, que sempre lutou para incentivar um modo de produção mais ético com o meio ambiente e com a sociedade”, explica.
Além de promover a transição para um modo agroecológico de produção, discutir a comercialização e reforçar a identidade dos trabalhadores do campo, a intenção desses encontros, de acordo com o coordenador de projetos e técnico de campo do Icaf-SC, Joel Tomazi, “é superar o atual modelo de produção e libertar a Agricultura Familiar e a sociedade da dependência de grandes conglomerados”.
Para isso, segundo Tomazi, o objetivo é dar início ao processo de implantação do Sistema de Plantio Direto em Hortaliças (SPDH) nas lavouras de estudos, como nas áreas de leite à base de pasto e produção de hortifruti, “podemos dizer que o método vai além das hortaliças, pois pode ser aplicado em outras produções, como feijão, arroz e leite”, salienta o técnico.
Colhendo resultados
O projeto, que iniciou em junho de 2022, já apresenta resultados. Um exemplo é o cultivar do milho SCS 155, conhecido como Catarina, que foi desenvolvido pela Epagri, mas hoje é multiplicado pela BMF Tec Bio e comercializado pela Fetraf-SC.
O grão, segundo Joel Tomazi, apresentou resultados satisfatórios, alcançando boa resistência a doenças causadas pela cigarrinha, como o enfezamento, além de resistir melhor à estiagem. “Também, o Catarina se mostrou excelente na geração de silagem, produzindo acima de 50 toneladas por hectare a um custo de implantação de R$ 2.200 por lavoura”, complementa.
O método SPDH
Sistema de Plantio Direto em Hortaliças é uma ferramenta para obter sistemas produtivos mais sustentáveis. Segundo Tomazi, o método propõe trabalhar a saúde da planta, para isso, o foco é na diversificação das espécies e na cobertura permanente de solo.
O SPDH, de acordo com o coordenador de projetos do Icaf-SC, reduz enxurradas e perdas de solo, minimiza a erosão, economiza água, diminui a mecanização e regula a temperatura, “isso promove uma ação biológica, o que reduz e até dispensa o uso de fertilizantes e adubos químicos”.
Agenda
O último encontro aconteceu no dia 2 de fevereiro, em Chapecó, e reuniu dezenas de famílias, técnicos e lideranças da microrregião Oeste da base da Fetraf-SC.
Na oportunidade, estiveram presentes representantes da Epagri, Cresol e demais cooperativas e entidades da Agricultura Familiar catarinense.
Os próximos seminários estão programados para acontecer nas seguintes cidades e regiões:
- 14 de fevereiro Micro Sul – Jaguaruna
- 15 de fevereiro Micro Serra – São Joaquim
- 15 de fevereiro Micro Vale – Rio do Sul
- 9 de março Micro Norte – Lebon Régis
- 10 de março Micro Norte – Irineópolis ou Porto União
- 14 de março Micro Extremo Oeste – provavelmente no Assentamento
- 15 de março Micro Extremo Oeste – Mondaí
- 16 de março Micro Alto Uruguai – local a ser definido
O projeto de Ater de transição para a agroecologia da Fetraf-SC e Icaf-SC segue até 2025 e é desenvolvido a partir de emenda distribuída em R$ 700 mil para cada ano.