Hipocrisia, aviões particulares e prostituição: os escândalos em torno do Fórum de Davos

Foto: Markus Schreiber / AP

Por RT.

Tradução Sofia Andrade.

A reunião anual do Fórum Econômico Mundial começou nesta segunda-feira, na cidade suíça de Davos, com o mote ‘Cooperação em um mundo fragmentado’, entre acusações de “hipocrisia” pelo uso de aviões particulares em meio à crise ambiental e pela crescente demanda por serviços sexuais alimentando a prostituição no balneário suíço.

Críticos e ativistas ambientais denunciaram a “hipocrisia” no uso de aviões particulares por parte dos participantes do encontro, em que um dos temas centrais é a mudança climática, bem como reprovaram a presença de executivos das indústrias de combustíveis fósseis em um fórum supostamente consciente da sustentabilidade.

Ativistas ambientais bloquearam um aeroporto para jatos particulares na segunda-feira, pedindo que os ricos e os responsáveis pela tomada de decisões sejam responsabilizados pelos danos climáticos e ecológicos.

Por sua vez, a organização climática Greenpeace International revelou que, de acordo com uma investigação realizada pela consultoria ambiental holandesa CE Delft no ano passado, durante a semana da cúpula, “1.040 voos de aviões particulares chegaram e partiram de aeroportos que servem a luxuosa estação de esqui de Davos”, gerando emissões equivalentes às de cerca de 350.000 carros médios em uma semana.

“Dado que 80% da população mundial nunca voou, mas sofre as consequências das emissões da aviação que prejudicam o clima e que o Fórum Econômico Mundial afirma estar comprometido com a meta climática de Paris de 1,5°C, este boom anual de jatos particulares é uma desagradável aula de hipocrisia”, disse Klara Maria Schenk, ativista de transporte do Greenpeace, em comunicado.

Por outro lado, um fenômeno que tem chamado a atenção é a crescente demanda por serviços sexuais durante a cúpula que reúne líderes mundiais, magnatas empresariais, executivos de empresas e organizações sem fins lucrativos de todo o mundo na pequena cidade alpina.

Segundo relatos, os acompanhantes se alojam nos mesmos hotéis que os altos que seus clientes durante os cinco dias do fórum.

O gerente de um serviço de acompanhantes em Villa-Velvet em Oftringen, a 170 quilômetros de distância, disse que já recebeu 11 reservas e 25 consultas até agora e espera que isso aumente significativamente ao longo da semana.

Os cuidados, que incluem acompanhante para um jantar ou festa e subsequentes serviços sexuais, custam cerca de US$ 1.600 por quatro horas ou até US$ 2.700 para a noite inteira.

Numa mensagem anónima de hospitalidade aos funcionários, publicado pelo jornal austríaco Express, a agência de acompanhantes Sensuallounge Escort, que oferece “serviços para todas as orientações sexuais”, orienta os leitores a reservarem a sua “excelente seleção de damas e cavalheiros” com antecipação para garantir “a melhor atenção e companhia possível durante o Fórum Econômico Mundial”.

A prostituição em Davos já havia sido documentada em 2020 por uma investigação do jornal inglês The Times em colaboração com o Channel 4.

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