Bandeira, três estrelas e Abdias do Nascimento: o que diz o palco do festival da posse de Lula?

Idealizador do palco é um dos grandes nomes do audiovisual e fez projeções, cenografia e direção nas Olimpíadas de 2016 – Reprodução/Instagram

Com mais de 60 artistas para celebrar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Festival do Futuro teve um show à parte, que estará eternizado nas fotografias e vídeos de 1º de janeiro de 2003, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF): o palco, com referências à bandeira do Brasil, estética indígena e três grandes estrelas no centro.

A estrutura tinha formato triangular e predominâncias das cores verde e amarelo. No centro, três grandes telas em formatos de estrela simbolizavam a terceira vitória de Lula em eleições presidenciais – na maior parte do tempo, exibiram projeções, mas chegaram a ficar vermelhas em algumas ocasiões.

Apoiadora do PT durante posse de Lula, em 1° de janeiro de 2023. / Mauro Pimentel / AFP

A estética do projeto usou referências da obra Okê Oxóssi, de Abdias do Nascimento, sem deixar de valorizar a bandeira nacional. O conceito estava em consonância com a ocasião: “Aha, uhu, a bandeira é nossa”, gritou o público, em diversos momentos da celebração. A ponta do triângulo rompendo o vácuo formado entre os prédios do Congresso Nacional, que ficam ao fundo, também fizeram parte da composição artística.

Oke Oxóssi (1970) é uma pintura de Abdias Nascimento / Abdias do Nascimento

O design do palco foi assinado pelo designer Batman Zavareze, que já atuou no cerimonial das Olimpíadas do Rio de Janeiro de 2016 e  realizou direção artística, projeções e cenografia para apresentações de artistas como Marisa Monte, Los Hermanos, Roberto Carlos e Tribalistas, dentre outros. Referência no campo audiovisual, Zavareze teve a companhia de Andrey Hermuche e Warley Alves na direção artística.

O palco ainda homenageou Elza Soares e Gal Costa, que batizaram os dois espaços para shows da estrutura. Morta em janeiro do ano passado, Elza foi citada diversas pelos artistas e apareceu em projeções, assim como Gal, que morreu em novembro.

Por volta das 20h55, um imprevisto quase comprometeu o fim da apresentação. Uma pane provocou o corte de som por cerca de dez minutos. Nesse tempo, o público não se desanimou e cantou o restante da música que estava sendo executada. Enquanto o problema era resolvido, a banda interagia com o público, que acompanhou os pedidos dos músicos.

Os participantes do Festival do Futuro ainda aguardaram com ansiedade o discurso do novo presidente, que compareceu à celebração artística e cultural, que aconteceu por volta das 22h30. Antes, Lula participou de recepção a chefes de Estado e de Governo e a delegações estrangeiras no Itamaraty.

Edição: Thalita Pires

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