Nesta quarta-feira, dia 7, às 18h, abre-se o programa Homem Plural – 100 Anos de Harry Laus –, a ser realizado no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis (SC). Além deste encontro, a ação ganha continuidade em 2023 nos dias 12, 19 e 26 de abril. O aniversário do jornalista, escritor, crítico de arte e gestor de museus será marcado por convidados e discussões presenciais que pretendem alinhavar memórias e análises sobre a amplitude do legado deste tijucano, nascido em 11 de dezembro de1922. Seis instituições estão envolvidas neste tributo: Fundação Catarinense de Cultura (FCC), Masc, Museu da Imagem e do Som (MIS), Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), Instituto Collaço Paulo – Centro de Arte e Educação e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Os painéis ocorrerão no Espaço Claraboia, no Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), e a sessão de filmes, na sala de cinema Gilberto Gerlach, no CIC.
O primeiro encontro e bate-papo com o público, na sala de cinema Gilberto Gerlach, na próxima quinta-feira, entrelaça o cinema e os arquivos, uma faceta do homenageado que tinha o hábito de tudo documentar e listar. Os convidados que ajudarão a revisitar vida e obra de Laus neste primeiro momento são Ronaldo dos Anjos, diretor de cinema e Tânia Regina Oliveira Ramos, professora do curso de pós-graduação em letras e literatura da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Na ocasião, na sala de cinema Gilberto Gerlach, antes das falas, serão exibidos “O Santo Mágico” e “As Horas do Professor”, vídeo de um minuto, feito para o Festival do Minuto. “O Santo Mágico”, curta-metragem de 35mm de Ronaldo, baseado na novela de Laus escrita em 1982, foi rodado em 2002, com locações em Porto Belo, Biguaçu e Florianópolis. No elenco, em destaque estão Sérgio Mamberti, Édio Nunes, Werner Schünemann e Giovana Gold. Selecionado para o 14º Festival Internacional de São Paulo e para o 27º Festival Guarnicê de Cinema, o filme integrou o 8º FAM, no qual conquistou uma menção honrosa. “O Santo Mágico” é o primeiro de uma trilogia místico-cinematográfica inspirada na literatura catarinense que segue com “Astherus” (2012) e fecha com “O Demônio e as Margaridas” (2016).
Doutora em letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), com uma linha de atuação no campo da linguística, das letras e artes, literatura brasileira e teoria literária, Tânia Regina Oliveira Ramos falará dos arquivos de Harry Laus. Ela atua na UFSC, onde mantém proximidade com os documentos doados à instituição e disponíveis no Núcleo de Pesquisa de Literatura e Memória (Nulime) do curso de pós-graduação em literatura, que ela coordena. Memorialista e contumaz arquivista, o escritor arquivava papéis, originais dos livros, cartas, recortes de jornais, fotografias, relatórios. Apreciava listar e sistematizar informações. O valor e as descobertas feitas neste arquivo entram na abordagem de Tania Ramos.
Pelos vínculos com o homenageado e o propósito de prestar um reconhecimento, a escolha dos convidados busca um envolvimento afetivo. A participação dos mapeados será enriquecedora, ajudará a compor um possível perfil desta complexa personalidade que deu enorme contribuição ao campo cultural de Santa Catarina.
O evento conta com uma comissão organizadora composta por Maria Helena Barbosa, Maria Teresa Collares, Néri Pedroso, Patrícia Amante e Susana Bianchini.
Programação
7.12.2022, 18h – Laus no Cinema e Os Arquivos
Convidados: Ronaldo dos Anjos, com exibição do filme “O Santo Mágico” e “As Horas do Professor”, e Tânia Regina Oliveira Ramos, professora do curso de pós-graduação em letras e literatura da UFSC.
12.4.2023, 18h – Vida e Obra – Um Breve Perfil Biográfico
Convidados: César Laus e Egeu Laus (a confirmar)
19.4.2023, 18h – Laus na Gestão do Museu de Arte de Joinville (MAJ) e no Masc
Convidados: Maria Teresa Collares, sucessora de Laus na administração do Masc, Onor Filomeno – ex-diretor das Oficinas de Arte do Centro Integrado de Cultura (CIC) e Loro – Lourival Pinheiro de Lima, artista visual.
26.4.2023, 18h – Literatura e Crítica de Arte
Convidados: Sandra Makowiecky, presidente da Associação Brasileira de Crítica de Arte (ABCA) (a confirmar) e Joca Wolff, professor de literatura na UFSC, que faz uma abordagem do Laus como escritor.
Sobre Harry Laus
Jornalista, crítico de arte, escritor e gestor de museus, natural de Tijucas, vive a infância em uma família de escritores e artistas. Homem de diferentes atributos, serve o Exército brasileiro de 1946 a 1964, sendo transferido para a reserva no posto de tenente-coronel. Nos anos em que mora no Rio de Janeiro e São Paulo, tem intensa atividade jornalística, escrevendo sobre arte em veículos como o “Jornal do Brasil” e as revistas “Veja” e “Senhor”, e priva da amizade de artistas e intelectuais renomados. Depois de morar em mais de 40 cidades do Brasil, retorna ao Estado em 1976 como um dos críticos de arte mais respeitados do país, carreira iniciada em 1961. Atua nos jornais “A Notícia” e “Diário Catarinense”.
Atua como diretor do Museu de Arte de Joinville (1980/82) e do Museu de Arte de Santa Catarina (1985/87 e 1989/92) em períodos de efervescência cultural no Estado. Integra a Associação Brasileira dos Críticos de Arte e a Associação Internacional dos Críticos de Arte.
Como escritor publica 12 livros, entre romances, novelas e contos. Traduzido na França, se consagra com “Monólogo de uma Cachorra sem Preconceitos”, “As Horas de Zenão das Chagas” e “Os Papéis do Coronel”. No campo das artes, escreve o “Indicador Catarinense das Artes Plásticas”, valiosa fonte de pesquisa. Profundo articulador, com conhecimento descobre talentos, aproxima pessoas, produz pensamento crítico, alavanca autoestimas. Promove panoramas, retrospectivas, perspectivas, como denominava as mostras que faz questão de levar para outros Estados do Brasil. In memoriam, é homenageado em 1993 ao dar o seu nome à uma sala especial climatizada do Museu de Arte de Santa Catarina e, em 1997, recebe a Medalha de Mérito Cultural Cruz e Sousa.
Sobre – minibios
Ronaldo dos Anjos – Jornalista e produtor audiovisual. Foi assessor de imprensa da Fundação Catarinense de Cultura e o primeiro administrador do Museu da Imagem e do Som de Santa Catarina. No vídeo, conquistou prêmios com documentários e ficções produzidos nas bitolas VHS e S-VHS. Como diretor e roteirista, ao migrar para as bitolas profissionais, película e digital, teve sua trilogia premiada adaptando contos de escritores catarinenses para o cinema.
Tânia Regina Oliveira Ramos – professora titular de literatura na Universidade Federal de Santa Catarina, coordenadora do Núcleo de Pesquisa de Literatura e Memória (Nulime), editora da revista “Estudos Feministas” e uma das organizadoras do espaço virtual de literatura catarinense, o portal Catarina. Pesquisa e atua nos programas de graduação e pós-graduação da UFSC nas linhas de gênero e subjetividade, história e memória.
SAIBA MAIS
http://harrylausvivo.blogspot.
Trailer e making of de “O Santo Mágico” https://m.youtube.com/watch?v=
SERVIÇO
O quê: Tributo – Homem Plural – 100 Anos de Harry Laus
Quando: 7.12.2022, 18h
Onde: Sala de cinema Gilberto Gerlach, Centro Integrado de Cultura (CIC), av. Irineu Bornhausen, 5600, bairro Agronômica, Florianópolis, tel.: (48) 3664-2630 / 3664-2633
Quanto: gratuito
REALIZAÇÃO
Fundação Catarinense de Cultura/Museu de Arte de Santa Catarina
APOIO
Associação Brasileira de Críticos de Arte de Santa Catarina
Instituto Collaço Paulo – Centro de Arte e Educação
Museu da Imagem e do Som de Santa Catarina
Universidade Federal de Santa Catarina