De 16 a 19 de novembro de 2022, ocorrerá na cidade de Itajaí a 1ª Mostra Haiti de Cultura – Itajaí 2022.
Um projeto que nasceu do olhar atento da produtora cultural Andréa Müller, do Espaço Cultural Beija-Flor Cobra Criada, voltado para a comunidade haitiana residente nos bairros São Vicente e Cidade Nova.
A Mostra traz à Itajaí a música, as artes visuais, a dança, a gastronomia, o artesanato e o comportamento haitianos, dando luz a um tesouro cultural escondido desde 2012, ano da entrada dos primeiros imigrantes na cidade. Um patrimônio rico em história, arte e cultura.
Proporciona também uma visita à história de uma nação influenciada pelo povo originário, os índios Taínos, pelos colonizadores espanhóis e franceses, pelos escravos africanos do Congo, Benim, Nigéria, Senegal, Guiné Conacri, Serra Leoa, Gana, África do Sul e Madagascar; e pela ocupação norte-americana. Esse caldeirão multicultural forjou no Haiti um povo resiliente, que constituiu a primeira república negra do mundo, a primeira nação independente do Caribe e o primeiro país do mundo a abolir a escravidão. Além disso, fomenta debates enriquecedores, que buscarão ações afirmativas para políticas públicas de inclusão da comunidade haitiana.
O evento será realizado no CEU – Centro de Artes e Esportes Unificados, localizado no bairro São Vicente, onde se concentra grande parte da comunidade haitiana, viabilizando assim a criação de novos fluxos de distribuição dos bens culturais, levando arte e cultura para populações cujo extrato social é menos favorecido e o acesso a esses bens é mais restrito.
Apresentará a arte e a cultura haitianas, com o propósito de incluir social e culturalmente uma comunidade invisibilizada.
Esta Mostra visa, assim, perenizar-se, sendo a primeira de muitas e também inspiradora para novos acolhimentos culturais e sociais.
A 1ª Mostra Haiti de Cultura – Itajaí 2022 foi selecionada no Edital nº 003/2022, da Lei de Incentivo à Cultura de Itajaí. Tem o Patrocínio das empresas APM Terminals Itajaí e Rogério Philippi Terminal de Contêineres. Conta com o Apoio do Grupo Bistek, do INIS – Instituto Itajaí Sustentável e da UNIVALI – Vice-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão. Realização: Espaço Cultural Beija-Flor Cobra Criada.
Serviço:
O que? 1ª Mostra Haiti de Cultura – Itajaí 2022
Quando? 16 a 19 de novembro de 2022
Onde? CEU – Centro de Artes e Esportes Unificados.
Endereço: Rua Érico Veríssimo s/nº, São Vicente, Itajaí.
Referência. Atrás da escola estadual EEB Elfrida Cristino da Silva.
Por que dar espaço e fazer presença é importante? Para fortalecer e incluir, social e culturalmente, uma comunidade que traz riquezas artísticas e culturais para a sociedade itajaiense, e que até então é invisibilizada. Entrar em contato com outras culturas engrandece e eleva a nossa própria, por isso este projeto merece toda a atenção da sociedade e das entidades.
PROGRAMAÇÃO
16 de novembro – Abertura
Exposição – Envizib
Reúne trabalhos de artistas haitianos residentes e não residentes no Brasil. Aborda o cotidiano do país, revelando a vida de uma sociedade rural e sua relação com a natureza e com o sagrado. Curadoria do artista visual haitiano Elie Alceo. Reside no Brasil desde 2016. Trabalha na Eletrosul – Florianópolis. Natural de Petit Goâve, iniciou a vida artística em 1998, com o pai, na escola profissionalizante Ezekiel Almada, no Haiti.
Teatro, 19h.
Horário especial para visitação de escolas públicas: Dias 16, 17 e 18 de novembro, nos horários: 09h, 10h, 14h e 15h.
Sugestão de 1h de visita por turma.
Contato para agendamento: Luiza Lösch (47) 9.8837-1383
Palestra – Cultura e resistência: o que temos a aprender com os haitianos.
Com José Bento Rosa da Silva. Professor do Programa de Pós-Graduação de História, Mestrado e Doutorado, da Universidade Federal de Pernambuco, com ênfase em História da África. Membro e fundador do Núcleo Afro Manoel Martins dos Passos, da Foz do Itajaí.
Teatro, 20h.
Coquetel – Fritay da Fedelene
O Fritay é um prato típico e muito popular no Haiti. No seu preparo estão a banana verde frita, a carne vermelha ou branca e o pikliz, salada codimentada. Após a palestra será oferecida uma degustação.
Prato preparado pela haitiana Fedelene Joseph. Natural da Petite Riviere de l’Artibonite. Reside no Brasil desde 2019. Trabalha na área da Saúde, no Serviço de Limpeza, em Balneário Camboriú.
Teatro, 21h.
16, 17 e 18 de novembro – Ação da Secretaria de Assistência Social
O CRAS do espaço CEU – Centro de Artes e Esportes Unificados, fará atendimento ao público da 1ª Mostra Haiti de Cultura, para inclusão no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). O CadÚnico é um instrumento de identificação e caracterização socioeconômica de famílias de baixa renda, para a seleção e integração de beneficiários em programas sociais do governo.
CRAS do CEU, das 15h às 19h.
17 de novembro
Mesa de Debate – Das políticas públicas e documentação ao abandono: a importância das redes de solidariedade e da cultura na manutenção dos haitianos no Brasil.
Com tradução em LIBRAS.
Debatedores:
Dalila Pedrini
Assistente Social, Mestre e Doutora em Serviço Social. Área de concentração: “Políticas Sociais e Movimentos Sociais”, pela PUC/SP. Assessora do Programa Nacional de Políticas Públicas da Cáritas Brasileira e vice-Presidente do Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS, gestão 2004-2006.
Convidados:
Angelo Ricardo Christoffoli
Atua no Grupo de Pesquisa e Estudos Paidéia, do curso de graduação em Direito da UNIVALI. Pesquisador de Antropologia Jurídica, Quilombolas e Haitianos na Região da AMFRI. Autor e organizador do e-book IMIGRANTE HAITIANO NA REGIÃO DA AMFRI: Aspectos Socioeconômicos, Indicadores de Vulnerabilidade Social e Políticas Públicas.
Joam Florisma
Natural de Plaisance, Haiti. É formado em Gestão Administrativa. Reside no Brasil desde 2015. Trabalha como Jardineiro e em Serviço Social, na Universidade Estácio de Sá, em São José.
Venord Jean
Natural de Thiotte, no sudeste do Haiti. Tem ensino médio completo. Reside no Brasil desde 2012. Trabalha na construção civil.
Lançamento de livro – Petit Haïti – Haitianos em Itapema (SC)
De Günter Bayert Padilha. Doutorando em Teologia nas Faculdades EST. Mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina. Graduado em Ciências Sociais, com habilitação em Antropologia, pela Universidade Federal de Roraima. Pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil.
Teatro, 20h.
18 de novembro
Mesa de Debate – Os desafios de aprender a língua portuguesa e preservar a língua materna para seus descendentes – uma proposta de política pública para migrantes.
Com tradução em LIBRAS.
Debatedores:
João Edson Fagundes
Fundador da ASHAN, Associação dos Haitianos de Navegantes, atuando como Diretor Executivo. Coordena o curso de língua portuguesa para haitianos. É o principal interlocutor da comunidade com a administração pública e com os representantes da embaixada do Haiti no Brasil.
Janete de Fátima Vargas
Graduada em Serviço Social pela FURB – Fundação Universidade Regional de Blumenau, com especialização em atendimento de crianças e adolescentes, pela Fundação Fritz Müller. Foi tutora do curso de Serviço Social na Uniasselvi, de 2013 a 2015. Atua como voluntária na Pastoral do Migrante, desde 2015. É responsável técnica pelos programas habitacionais, na Diretoria de Habitação.
Convidado:
Jemps Lucien
Natural de Porto Príncipe. Iniciou curso de graduação em Direito no Haiti. Reside no Brasil desde 2011. Trabalha como Soldador na construção naval e como bombeiro comunitário, no quartel Militar de Navegantes.
Teatro, 20h.
19 de novembro – Encerramento
Apresentação do evento, em Português e Crioulo.
Com Lanac Adrien. Natural de Cap-Haitien. Iniciou curso de graduação em Administração e Governança Local, na Universidade Pública do Norte – Haiti. Reside no Brasil desde 2018. É professor de Informática, Francês e Português e administra os empreendimentos Carme-La Hair Design e Digi Company, atividades no ramo de moda e turismo.
Quadra, a partir das 17h.
Oficina: Musicalização – Ritmos do Haiti.
A oficina abordará os aspectos rítmicos dos gêneros Twoubadou e Compás e suas afinidades com a música brasileira. Com Samuel Aubourg, pianista, tecladista e organista. Natural de Porto Príncipe. Reside no Brasil desde 2016. É o primeiro haitiano a se formar no Conservatório de Música Popular Carlinhos Niehues, a ministrar aulas no Programa Arte nos Bairros e, também, o primeiro haitiano a ingressar no curso de Licenciatura em Música na UNIVALI – Campus Itajaí.
Teatro, 17h. 10 Vagas.
Inscrições pelo link: https://forms.gle/pXh18fewRZTh9Wxx6
Exposição – Envizib
Teatro, a partir das 18h.
Venda de Artesanato
Trabalhos manuais produzidos na Paróquia São Vicente de Paulo, pelo Coletivo Haiti Feminino, coordenado pela Pedagoga e Mestranda em Educação Marlene Eggert. Artesãs: Roselore Occean. Natural de Lá Plaine. Tem ensino médio incompleto. Reside no Brasil desde 2017. Trabalha como Costureira e Artesã; Natacha Clerger. Natural de Lá Plaine. Tem Ensino Fundamental completo. Reside no Brasil desde 2016. Trabalha como Dona de Casa e Artesã; Ise Manette Pierre. Natural de Môle Saint Nicolas. Estudou até o 4º ano do Ensino Fundamental. Reside no Brasil desde 2019. Trabalha como Dona de Casa e Artesã; Ise Lena Jean Baptiste. Natural de Port de Paix. Reside no Brasil desde 2019. É Estudante e Artesã.
Pátio, das 17h às 20h.
Stand Bistek
A rede de supermercados estará no local, cadastrando interessados em trabalhar no Grupo Bistek.
Pátio, das 17h às 20h.
Instituto Itajaí Sustentável – INIS
O Viveiro Municipal de Mudas Nativas participará do evento, com um Stand de doação de mudas de plantas.
Pátio, das 17h às 20h.
Venda de Alimentos e Bebidas
Barraca Bom Pastel. Com Jaqueline e Elieser
Barraca Espetinho da Gil. Com Gil e Cristiano.
Pátio, das 17h às 23h.
- Com Angly Cidelus
Natural de Porto Príncipe, reside no Brasil desde 2019. Trabalha como Conferente, em supermercado. Nos finais de semana é DJ e se apresenta em festas da comunidade haitiana. Sua pegada musical contempla Hip Hop, Rap, Carnival Haitiano, Compás e Roboday.
Quadra, das 17h às 18h e das 20h às 21h.
Dejsta Fenomenal
Artista convidado da Guiné Bissau, Dejsta apresenta um estilo musical que trafega entre o Reggae, o Afrobeat e o Rap. Suas letras abordam experiências de vida e convivência social. Formado na UNIVALI, é o primeiro aluno da Guiné Bissau a concluir o curso de Audiovisual. Reside no Brasil desde 2019. Trabalha no setor de Arte e Cultura da UNIVALI.
Quadra, 18h.
Oficina: Trançado e Resistência
Abordará os fazeres tradicionais das mulheres haitianas, herdados das práticas ancestrais africanas, como símbolo de liberdade e resistência. Com Davidson Suce. Natural de Maïssade. Reside no Brasil desde 2014, onde é proprietário do Salão D&S Barbearia e Tranças, no bairro Cidade Nova, em Itajaí.
Quadra, 19h.
Show: Banda Sons do Haiti
Apresenta um repertório de Twoubadou e Compás, gêneros populares da música haitiana. O Twoubadou surgiu no início do século XX, durante o deslocamento de trabalhadores haitianos para Cuba, no período do corte da cana-de-açúcar. Combina a música derivada das tradições Guajira de Cuba com um estilo musical haitiano chamado Merengue. A palavra Twoubadou significa trovador. As letras geralmente evocam amargura e humores do amor, com letras muitas vezes ousadas ou sugestivas.
O Compás é um gênero musical criado em meados do século XX por Nemours Jean-Baptiste, um artista de jazz haitiano que foi inspirado pelos estilos musicais da República Dominicana. Jean-Baptiste incorporou sons e ritmos haitianos tradicionais num estilo musical animado e adicionou instrumentos de sopro.
A Banda Sons do Haiti é formada por:
Samuel Aubourg – Líder da Banda e Tecladista.
Reginald Saintilait – Vocalista. Natural de Ganthier. Músico autodidata. Reside no Brasil desde 2016. É o segundo haitiano a participar do Programa Arte nos Bairros e também a ingressar no Curso de Licenciatura em Música da UNIVALI – Campus Itajaí.
Olguy Louis – Baterista. Natural de Pétion- Ville. Reside no Brasil desde 2018. Trabalha como Armador, na construção civil. Apresenta-se também, como baterista na Banda Malakmizik, de Itapema.
Murat – Baixista. Natural de Porto Príncipe. Reside no Brasil desde 2018. É guitarrista e tecladista autodidata. Líder da Banda Malakmizik. Trabalha na indústria alimentícia, em Itapema.
Jean Enock Charles – Guitarrista. Natural de Croix – des- Bourquets. É autodidata, tendo se iniciado na música aos três anos de idade. Reside no Brasil desde 2016. Trabalha como Encanador, em Itapema.
Guilner Simon – Percussionista. Natural de Porto Príncipe. Com ensino fundamental incompleto, reside no Brasil desde 2019. Trabalha com carga e descarga de mercadorias.
Compás Dans
É um estilo de dança que surgiu do ritmo musical Compás, criado na década de 1950. Acredita-se que esta dança seja um desenvolvimento do Merengue, com ritmo mais lento. Sua evolução se dá em par, com graça e sensualidade.
Com os dançarinos Gregory Desir, natural de Liancourt e Edeleine Galliotte, natural de Porto Príncipe. Residem no Brasil desde 2016. Gregory trabalha como Encanador e Edeleine, com Serviços de Limpeza.
Intervenções durante a apresentação da Banda Sons do Haiti.
Quadra, 21h.
FICHA TÉCNICA
Andréa Müller – Curadoria
Luiz Cláudio Cerqueira – Produção Executiva
Karoline Gonçalves – Captação de Recursos
Luiza Lösch – Mídias Sociais e Assistência de Produção
Lennon Cesar Cardoso e Juan Dominguez (produtora Kintsuji) – Fotografia e Vídeo
Cássia Maister – Assessoria de Imprensa
Lanac Adrien – Tradutor – Português/Crioulo/Português
Fabielle Christine Barbosa – Tradução em LIBRAS
Gean Carlos Barbosa – Tradução em LIBRAS
Leoni Mendonça – Infraestrutura
Cristina Kohls – Serviços Gerais
Contato Assessoria de Imprensa: (48) 999612127
Instagram Espaço Cultural Beija-Flor: @beijaflorcobracriada