A vitória de Lula nas eleições e a derrota do bolsonarismo nas urnas foi um passo importante para reconstrução do país. Em entrevista com Altamiro Borges, jornalista e membro da coordenação do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, conversamos sobre o papel dos jornalistas e da mídia independente no próximo governo Lula.
Altamiro aponta para três desafios, fáceis de falar, mas difíceis de se fazer. A independência, para que se mantenha o espírito crítico; a capacidade de pressão na disputa política; e a inteligência política. “Precisamos aumentar nossa capacidade de interferência, não podemos esperar do governo, nós temos que fazer pressão”, diz Altamiro.
Apesar das dificuldades enfrentadas pela mídia independente, Altamiro observa que esta vem se fortalecendo com presença e prestígio nos estados. A mídia independente cumpriu papel importante de denúncia e combate às mentiras e desinformação durante o governo Bolsonaro e, ao mesmo tempo, fez as devidas críticas à política neoliberal.
Altamiro adverte que não podemos subestimar a disputa de ideias na sociedade. Durante os governos do PT pouco se fez na área da comunicação para fortalecer rádios e TVs comunitárias, não se avançou em um sistema publico de comunicação, tampouco em políticas públicas e mudanças na legislação. “O fato de ter feito pouco permitiu que essa mídia tradicional e as novas mídias, as mídias digitais, fossem chocando o ovo da serpente fascista no Brasil.”, diz Altamiro.
Os desafios para a necessária regulação da mídia tradicional e das redes digitais são grandes. Diferente da realidade da mídia tradicional, que é controlada por 6 famílias no Brasil, as cinco empresas mais dominantes na indústria de tecnologia da informação dos Estados Unidos, as chamadas ‘big techs’, controlam a comunicação em grande parte do mundo. A lucratividade nesse setor é tão grande que dos 10 maiores bilionários do mundo, seis são donos de big techs.
Assista à entrevista completa no link abaixo: