Hoje. Por Roberto Liebgott.

Foto: Raul Fitipaldi

Por Roberto Liebgott, Cimi Sul – Equipe Porto Alegre. 

O amanhã é hoje e, olhando adiante, percebemos que os caminhos se estreitam, que há mais pedras do que deveria, ervas daninhas, espinhos, muitos buracos e atoleiros, mas os caminheiros devem prosseguir, ultrapassar os obstáculos.

Carece, de todo modo, voltarmos os olhos, observarmos por onde já passamos, avaliar o ambiente, discernir, ter paciência e identificar as irmãs e irmãos, os aliados e aliadas, aquelas e aqueles que andarão conosco.

A jornada será ainda mais cansativa, alguns dos nossos pensam em desistir, muitos pereceram, ficaram atolados, outros preferiram atalhos que, talvez, levarão a um abismo sem fim ou a lugar algum.

Desistir agora não é opção, tampouco querer regressar. O horizonte está lá, basta andar em comunhão, carregar as boas sementes, cuidar delas para que não se contaminem, que a umidade, as chuvas, os vendavais não as apodreçam.

Pois – “haverá o dia em que todos, ao levantar as vistas, veremos nesta terra reinar a liberdade” – a canção à Mãe de Deus nos aponta a esperança, ela está dentro de nossas almas, em nossos corpos, nas nossas mãos.

O ontem, que agora é o hoje, também será amanhã, e assim a vida nos faz mulheres e homens, velhas e velhos, jovens e crianças, romeiras e romeiros da Esperança, do Bem Viver, do Amor onde há ódio, da Paz onde há guerra, da Alegria onde há tristeza, da Terra sem Mal.

Porto Alegre, RS, 03 de outubro de 2022.

Roberto Antônio Liebgott é Missionário do Conselho Indigenista Missionário/CIMI. Formado em Filosofia e Direito.

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