Números de miopia aumentam durante a pandemia devido exposição às telas

    Entre estudo e lazer, o principal afetado é o público infantojuvenil

    Por Christopher Marin/ Sol Agência de Marketing. 

    Foto: Ana Júlia Busa/ Sol Agência de Marketing

    Como consequência da pandemia da covid-19, tanto as áreas do cotidiano
    tiveram suas dinâmicas alteradas quanto surgiram novas práticas em meio ao
    distanciamento social. A principal mudança, decorrente disso, foi o uso constante
    das telas, seja para estudo, trabalho ou lazer. Com isso, entre os diversos impactos
    de quem viveu essas mudanças, uma das mais presentes é o aumento da miopia,
    principalmente no público infantojuvenil.

    Entre os meses de abril e junho de 2021, uma pesquisa do Conselho
    Brasileiro de Oftalmologia (CBO), apontou que 75% dos oftalmologistas relataram
    aumento do quadro de miopia (dificuldade para enxergar de longe) no Brasil, por
    conta do alto uso dos dispositivos eletrônicos. Desses relatos, 72% descreveram
    que o público que mais teve problemas foram crianças e adolescentes até os 19
    anos, seja por conta do ensino remoto ou atividades de lazer como consumir
    televisão, vídeo games ou mídias sociais. No mesmo ano, segundo a Organização
    Mundial da Saúde (OMS), entre 59 milhões de pessoas com miopia no Brasil, 6,8
    milhões são crianças.

    Por conta do período que esta população precisou ficar em casa, segundo o
    oftalmologista, Doutor Eduardo Vidal, houve aumento do número de horas de uso
    das telas, seja para estudar ou se divertir. “Já tiveram relatos das mães que eu
    atendo, que falaram que as crianças passaram 10 ou 12 horas por dia no celular, e
    esse estímulo, esse excesso do uso da visão de perto, faz com que ocorra o
    crescimento do olho, e quanto maior ele for, mais míope ele se torna”, destaca.

    Ainda conforme ele, como o público infantojuvenil está em fase de crescimento, este
    se torna mais propenso para o desenvolvimento da miopia de forma mais acelerada
    caso não seja controlado.

    Em 2021, eram 2,6 bilhões de pessoas no mundo com miopia e segundo a
    OMS, até 2050 a estimativa é que a doença atinja metade da população mundial.
    Os avisos dos sintomas, para o Dr. Eduardo, se mostram principalmente no
    cotidiano. “Quando a criança precisa chegar muito perto na televisão, quando tem
    dificuldade dentro da sala de aula ou quando está na rua e começa a espremer o
    olho para enxergar o rosto de outra pessoa, além de queixas de dor de cabeça.
    Estes podem ser sinais que ela precisa de consulta com seu oftalmologista para
    saber se é miopia, ou mesmo outras doenças como hipermetropia ou
    astigmatismo”, pontua o oftalmologista.

    Para que isso não ocorra, é preciso que medidas de prevenção e tratamento
    sejam priorizadas para as crianças e adolescentes, por isso Dr. Eduardo recomenda
    o uso racional da tecnologia, com intervalos regulares para o músculo ocular
    relaxar, de preferência com exposição que não passe de três horas diárias. Além
    disso, a exposição à luz solar também se faz necessária, por regular o excesso do
    crescimento do olho, como um contraponto ao uso excessivo das telas.

    Por mais que os pontos mais altos da pandemia tenham sido nos últimos dois
    anos, é possível perceber seus impactos até hoje. O sistema remoto ou híbrido de ensino e de trabalho evidenciou ainda mais a importância do cuidado com a saúde
    ocular, principalmente por este ser responsável por um dos cinco sentidos humanos.
    Como a pandemia trouxe no cotidiano o ambiente remoto com mais presença, a
    volta ao presencial não se separa totalmente dos aparelhos eletrônicos. Portanto, é
    necessário que as visitas a oftalmologistas sejam um costume desde cedo, para que
    assim problemas sejam evitados ou encaminhados com responsabilidade.

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