Por Assessoria de Comunicação
A variedade de milho SCS 155, conhecido como Catarina – desenvolvido pela Epagri e multiplicado pela BMF Tec Bio – tem trazido esperança para a Agricultura Familiar, que registra perdas severas e recorrentes nas lavouras do grão.
Não é novidade que as estiagens vêm causando prejuízos na região Sul, principalmente nos últimos três anos. Em se tratando de lavouras de milho, muitas propriedades registraram perdas que ultrapassaram os 50% em 2021.
Mas não é apenas a falta de chuva que preocupa quem trabalha no campo. Somente em Santa Catarina, as doenças disseminadas pela cigarrinha-do-milho foram responsáveis por cerca de 20% de perdas nas lavouras no último ano.
A solução
Segundo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de Santa Catarina (FETRAF-SC), poder contar com grãos mais resistentes é fundamental para fortalecer a produção e reduzir as perdas. “Como parte do nosso projeto estratégico, lutamos para que a Agricultura Familiar não fique refém de variedades extremamente caras e que nem sempre conseguem resistir às doenças e à falta de chuva”, diz o coordenador da entidade, Jandir Selzler.
Foi nesse ponto que a Federação firmou uma parceria com a empresa BMF, que tem feito a multiplicação do milho SCS 155. César Bourscheid, engenheiro agrônomo responsável pela BMF, explica que a variedade apresentou uma resistência cerca de 40% maior na fase de teste em comparação com outras variedades, “para se ter uma ideia, mesmo com a estiagem, colhemos 90 sacas do milho Catarina, enquanto que variedades híbridas produziram não mais que 35 sacas.”
Também, o milho Catarina tem maior resistência às doenças causadas pela cigarrinha-do-milho, como o enfezamento vermelho e pálido. Segundo o monitoramento semanal feito pela Epagri, a população de cigarrinhas no inverno de 2022 está bastante elevada, portanto, a FETRAF-SC alerta que possivelmente teremos problemas com inseto na próxima safra.
Característica da variedade Catarina
A BMF explica ainda que o milho SCS 155 tem um ciclo ligeiramente mais longo, e dura cerca de 140 dias. Segundo César Bourscheid, em solos corrigidos e em clima normal, a média de produção por hectare é de 150 sacas. Outra característica do Catarina é a palatabilidade, ou seja, é um milho agradável ao paladar dos animais. Portanto, ele pode ser usado tanto para a produção do grão, como para silagem.
Mas não apenas isso, segundo a BMF, a quantidade de proteína também é uma vantagem dessa variedade. O engenheiro agrônomo explica que o Catarina tem de 11% a 12% de proteína, ficando à frente de híbridos que costumam de 6% a 8%.
Manejo
Por não ser uma variedade transgênica, a BMF alerta para uma maneira de produção que priorize o manejo e a cobertura de solo. Segundo César Bourscheid, a variedade de milho Catarina não resiste ao uso de glifosato, “e onde as coberturas e manejo de solo não forem suficientes para controlar as ervas daninhas, é preciso utilizar produtos com outros princípios ativos, como a simazina e a atrazina, ”, alerta o engenheiro.
Como comprar
Desde julho, a FETRAF-SC firmou uma parceria com a BMF Tec Bio, que é uma empresa responsável por multiplicar o milho Catarina. Desta forma, a Federação, através do seus Sindicatos, está facilitando o acesso por parte dos agricultores a essa semente, que pode ser solicitado em um dos 36 Sindicatos dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de Santa Catarina (SINTRAFs), espalhados pelo território catarinense.
Para saber informações de endereço e contatos do SINTRAF mais perto da sua região, acesse o site da FETRAF-SC.