Quase um terço dos brasileiros sobrevive com até R$ 497 por mês, diz FGV

Pesquisa da FGV aponta que 62,9 milhões de brasileiros registraram renda mensal menor que meio salário mínimo em 2021

Número de novos pobres surgidos ao longo da pandemia é quase do tamanho da população de Portugal.
Jorge Araújo/Fotos Públicas

Brasil de Fato – No Brasil, quase um terço das pessoas tem menos de meio salário mínimo para passar o mês. O dado integra o Mapa da Nova Pobreza, que a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou nesta quarta-feira (29). O estudo aponta que a pobreza nunca esteve tão alta no Brasil, desde o começo da série histórica, em 2012.

Ainda segundo a pesquisa, o número de pessoas com renda domiciliar per capita de até R$ 497 mensais atingiu 62,9 milhões de brasileiros no ano passado, cerca de 29,6% da população total do país. Assim, o resultado corresponde a 9,6 milhões a mais que 2019. Ou seja, o número de novos pobres surgidos ao longo da pandemia é quase do tamanho da população de Portugal.

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No estado do Rio, em específico, a pesquisa baseia a comparação a partir do agrupamento dos municípios em oito estratos espaciais. Com base nessa metodologia, as taxas de pobreza na capital são menores (16.68%) do que das periferias do Grande Rio: Arco Metropolitano de Niterói e São Gonçalo (20,96%), Arco Metropolitano de Duque de Caxias (30,48%) e o Arco Metropolitano de Nova Iguaçu (33,24%).

Já nas cidades do interior, a proximidade com a capital também aponta diferenças nas taxas de pobreza, com a região Serrana (20,18%) com o menor índice, seguido por região dos Lagos (22,6%), Vale do Paraíba e Costa Verde do RJ (25,33%) e, por último, o Norte Fluminense (26,12%).

Demais regiões

Entre os outros estados, Santa Catarina (10,16%) apresenta a menor taxa de pobreza em 2021. Já Maranhão (57,90%) tem a maior proporção de pobres. Em pontos percentuais, o maior aumento da pobreza, entre 2019 e 2021, se deu em Pernambuco (8,14 pontos percentuais). Por outro lado, as únicas quedas de pobreza no período foram observadas em Tocantins (0,95 pontos percentuais) e Piauí (0,03 pontos percentuais).

O objetivo do levantamento, de acordo com a FGV, é avaliar a evolução espacial da pobreza nos últimos anos. A metodologia da pesquisa considerou os microdados da Pnad Contínua anual do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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