O Primeiro Encontro Sul Brasileiro das Pastoras do Samba de Terreiro acontece neste sábado (18), em Florianópolis, com a participação de artistas de várias partes do Brasil que vão se unir às mulheres do projeto Samba de Terreiro da Capital, representando a pluralidade cultural que constitui o samba. O evento (gratuito) será realizado das 10h às 14h, na Escadaria do Teatro da Ubro no Centro da cidade (em caso de chuva, a apresentação ocorrerá dentro do teatro). A iniciativa do evento é do coletivo que coordena o projeto Samba de Terreiro Florianópolis e tem o objetivo de homenagear a força e o talento das mulheres, que, desde o início, representam um dos pilares do Samba em nosso país.
O Projeto Samba de Terreiro Florianópolis começou há cinco anos – a primeira apresentação ocorreu em Janeiro de 2017, na Escadaria do Rosário. Com o objetivo de fortalecer a memória do Samba e com um coletivo de cerca de 50 pessoas entre músicos, coordenadores, pesquisadores e produtores, o Projeto conquistou a simpatia de moradores da Capital e também de visitantes. As apresentações foram interrompidas durante o período da pandemia e, aos poucos, retornam as atividades presenciais. No entanto, durante o período de recesso, continuaram diversas ações do Projeto, inclusive com a preparação do Almanaque Samba de Terreiro, lançado recentemente. A publicação comemorativa traz informações sobre Samba em Florianópolis e também dados históricos. A realização do Encontro Sul Brasileiro das Pastoras faz parte das articulações com sambistas de outros estados e da visibilidade do que é desenvolvido pelo Samba de Terreiro em Santa Catarina, que já passa a ser conhecido em vários lugares do Brasil.
História das Pastorinhas
“As mulheres, desde sempre, participaram diretamente do carnaval e do samba. Os ranchos (grupos de ternos reis de comemoração natalina comum em quase todo o Brasil) deram início aos grupos de mulheres, chamadas de Pastorins, as PASTORINHAS, responsáveis pela cantoria dos ranchos e grupos de Reis.
Hilário Jovino Ferreira, militante das manifestações da cultura negra, fundou o primeiro grupo de rancho para desfilar no carnaval em 1893. Os ranchos, até então, saíam em festa de reis, tradição vinda da Bahia (trazida pelos Jesuitas no século XVI de origem portuguesa), introduzida pelos baianos moradores do Rio de Janeiro no contexto carioca.
As escolas de samba surgem contendo características dos ranchos, como por exemplo as Pastoras, com a responsabilidade de cantar os refrões das músicas. O corpo de pastoras era responsável pelo volume do som, pois nessa época não eram utilizados aparelhos amplificadores.
Através da força do samba e suas autênticas características fazendo sucesso nas escolas de samba, surgiram também os famosos grupos de pastoras. Acompanhando cantores e compositores fizeram muito sucesso nas rádios, discos e cinemas da época. Bons exemplos foram: Ataulfo Alves e suas pastoras ou Heitor dos Prazeres e suas pastoras.
Seus timbres de voz inconfundíveis fizeram as Pastoras ganharem espaço no samba. Por volta de mil mulheres nas décadas de 1950/60 fizeram o papel de pastoras nas escolas de samba.
O surgimento do microfone e do equipamento de som levaram as pastoras a perder espaço nos desfiles das escolas, passando a ressaltar o papel dos intérpretes. Porém, a criação dos grupos musicais de velhas guardas das escolas de samba contribuiu para a preservação e o resgate do papel das pastoras”.
(Relato histórico de Carlos Raulino, coordenador do projeto Samba de Terreiro Florianópolis, e da professora Carmen Evangelho)
Serviço
PRIMEIRO ENCONTRO SUL BRASILEIRO DAS PASTORAS DO SAMBA DE TERREIRO
QUANDO?
Sábado, 18 de Junho (18/06) das 10h às 14h
ONDE?
Na escadaria do Teatro da UBRO – Rua Pedro Soares, 15, Centro, Florianópolis-SC.
(Em caso de chuva a apresentação será feita dentro do teatro)
Evento gratuito
* Venda de bebidas, comidas e produtos para custear as ações do projeto
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